Macroinvertebrados bentônicos como bioindicadores da qualidade ambiental do estuário do Rio Pará, uma área úmida da Amazônia Oriental
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Data de Publicação: | 2021 |
Outros Autores: | , , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | eng |
Título da fonte: | Revista Brasileira de Ciências Ambientais (Online) |
Texto Completo: | https://www.rbciamb.com.br/Publicacoes_RBCIAMB/article/view/760 |
Resumo: | O estudo caracterizou e avaliou o uso da comunidade de macroinvertebrados bentônicos como indicadora de impactos em diferentes ambientes estuarinos na área do Complexo Portuário Industrial (CPI) de Vila do Conde (Pará, região amazônica). A fauna de praias e rios, em setores do estuário sob diferentes graus de impacto ambiental (alto, médio e baixo), foi comparada em distintos períodos sazonais. A macrofauna foi composta por grupos tipicamente dulcícolas e estuarinos. As praias apresentaram sedimento com textura variando de areia média a grossa, com macrofauna menos rica ( = 4,5 ± SE 0,3 táxons/amostra) e densa ( = 1.838,1 ± 164,8 ind./m2), quando comparados aos rios ( = 5,9 ± 0,3 táxons/amostra e 3.248,9 ± 77,0 ind./m2), os quais foram ambientes mais lamosos. Para ambos os ambientes, locais no setor de alto impacto eram de menor riqueza ( = 4,7 ± 0,3 táxons/amostra) e densidade ( = 2.812,9 ± 232,7 ind./m2), quando comparados ao do setor de baixo impacto ( = 7,6 ± 0,4 táxons/amostra e 3.314,3 ± 230,1 ind./m2). A riqueza ( = 6,4 ± 0,3 táxons/amostra) e densidade ( = 3.859,4 ± 190,2 ind./m2) foram mais altas no período mais chuvoso, do que no período menos chuvoso ( = 4,8 ± 0,3 táxons/amostra e 1.933,0 ± 172,1 ind./m2). Contudo, não ocorreram modificações sazonais significativas na composição. Os resultados indicaram que a estrutura da comunidade de macroinvertebrados bentônicos no entorno do CPI responde à perda da qualidade ambiental, com efeitos extremos de queda na abundância e diversidade. Táxons mais tolerantes (Namalycastis caetensis, Cirolana sp., Pseudosphaeroma sp., Tubificidae e Chironominae) e sensíveis (Hydropsychidae e Eteone sp.) às condições de impactos foram identificados e avaliados como potenciais bioindicadores. |
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Macroinvertebrados bentônicos como bioindicadores da qualidade ambiental do estuário do Rio Pará, uma área úmida da Amazônia OrientalBenthic macroinvertebrates as bioindicators of environmental quality of Pará River estuary, a wetland of Eastern Amazonmacrofauna, environmental impact; industrial pole; Amazonian estuary.macrofauna, impacto ambiental; polo industrial; estuário amazônico.O estudo caracterizou e avaliou o uso da comunidade de macroinvertebrados bentônicos como indicadora de impactos em diferentes ambientes estuarinos na área do Complexo Portuário Industrial (CPI) de Vila do Conde (Pará, região amazônica). A fauna de praias e rios, em setores do estuário sob diferentes graus de impacto ambiental (alto, médio e baixo), foi comparada em distintos períodos sazonais. A macrofauna foi composta por grupos tipicamente dulcícolas e estuarinos. As praias apresentaram sedimento com textura variando de areia média a grossa, com macrofauna menos rica ( = 4,5 ± SE 0,3 táxons/amostra) e densa ( = 1.838,1 ± 164,8 ind./m2), quando comparados aos rios ( = 5,9 ± 0,3 táxons/amostra e 3.248,9 ± 77,0 ind./m2), os quais foram ambientes mais lamosos. Para ambos os ambientes, locais no setor de alto impacto eram de menor riqueza ( = 4,7 ± 0,3 táxons/amostra) e densidade ( = 2.812,9 ± 232,7 ind./m2), quando comparados ao do setor de baixo impacto ( = 7,6 ± 0,4 táxons/amostra e 3.314,3 ± 230,1 ind./m2). A riqueza ( = 6,4 ± 0,3 táxons/amostra) e densidade ( = 3.859,4 ± 190,2 ind./m2) foram mais altas no período mais chuvoso, do que no período menos chuvoso ( = 4,8 ± 0,3 táxons/amostra e 1.933,0 ± 172,1 ind./m2). Contudo, não ocorreram modificações sazonais significativas na composição. Os resultados indicaram que a estrutura da comunidade de macroinvertebrados bentônicos no entorno do CPI responde à perda da qualidade ambiental, com efeitos extremos de queda na abundância e diversidade. Táxons mais tolerantes (Namalycastis caetensis, Cirolana sp., Pseudosphaeroma sp., Tubificidae e Chironominae) e sensíveis (Hydropsychidae e Eteone sp.) às condições de impactos foram identificados e avaliados como potenciais bioindicadores. The study characterized and evaluated the use of the benthic macroinvertebrate community as an indicator of impacts in different estuarine environments around the Industrial Port Complex (IPC) of Vila do Conde (Pará State, Amazon region). Fauna of beaches and rivers, in sectors of the estuary under different degrees of environmental impact (high, medium, and low), was compared in different seasonal periods. Macrofauna was composed of typically fresh-water and estuarine groups. Beaches presented sediment with a texture ranging from medium to coarse sand, with a less rich macrofauna ( = 4.5 ± SE 0.3 taxa/sample) and dense ( = 1,838.1 ± 164.8 ind./m2) of organisms when compared to rivers ( = 5.9 ± 0.3 taxa/sample, and 3,248.9 ± 77.0 ind./m2), which were environments more muddy. For both environments, sites in the high-impact sector were less rich ( = 4.7 ± 0.3 taxa/sample) and dense ( = 2,812.9 ± 232.7 ind./m2) when compared to those in the low-impact sector ( = 7.6 ± 0.4 taxa/sample, and 3,314.3 ± 230.1 ind./m2). Richness ( = 6.4 ± 0.3 taxa/sample) and density ( = 3,859.4 ± 190.2 ind./m2) were higher in the rainier season when compared to the less rainy season ( = 4.8 ± 0.3 taxa/sample, and 1,933.0 ± 172.1 ind./m2). However, there were no significant seasonal changes in composition. Results indicated that the structure of the benthic macroinvertebrate community surrounding the IPC responds to the loss of environmental quality, with extreme effects of a drop in abundance and diversity. Taxa that are more tolerant (Namalycastis caetensis, Cirolana sp., Pseudosphaeromasp., Tubificidae, and Chironominae) and sensitive (Hydropsychidae and Eteone sp.) to impact conditions were identified and evaluated as potential bioindicators.Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES)2021-02-04info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfapplication/xmlhttps://www.rbciamb.com.br/Publicacoes_RBCIAMB/article/view/76010.5327/Z2176-947820200760Revista Brasileira de Ciências Ambientais (RBCIAMB); v. 56 n. 1 (2021): RBCIAMB - ISSN 2176-9478 - Março; 111-127Revista Brasileira de Ciências Ambientais (RBCIAMB); Vol. 56 No. 1 (2021): RBCIAMB - ISSN 2176-9478 - March; 111-1272176-94781808-4524reponame:Revista Brasileira de Ciências Ambientais (Online)instname:Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES)instacron:ABESenghttps://www.rbciamb.com.br/Publicacoes_RBCIAMB/article/view/760/581https://www.rbciamb.com.br/Publicacoes_RBCIAMB/article/view/760/599Copyright (c) 2021 Brazilian Journal of Environmental Sciences (Online)http://creativecommons.org/licenses/by/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessAlmeida Pinto, Álvaro José deTavares, Vanessa Bandeira da CostaPinheiro, Samara Cristina CampeloLima, Marcelo de OliveiraAviz, DaianeLima, Aline Maria Meiguins de2023-11-09T17:40:36Zoai:ojs.www.rbciamb.com.br:article/760Revistahttp://www.rbciamb.com.br/index.php/Publicacoes_RBCIAMBhttps://www.rbciamb.com.br/Publicacoes_RBCIAMB/oairbciamb@abes-dn.org.br||2176-94781804-4524opendoar:2023-11-09T17:40:36Revista Brasileira de Ciências Ambientais (Online) - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES)false |
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