Aspecto tumoral da cisticercose intracraniana: abordagem cirúrgica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Facure,Nubor Orlando
Data de Publicação: 1978
Outros Autores: Facure,José Jorge, Nucci,Anamarli
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Arquivos de neuro-psiquiatria (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-282X1978000300003
Resumo: A neurocisticercose pode provocar hipertensão intracraniana por bloqueio inflamatório das cisternas basais ou pela formação de lesões expansivas no parenquima cerebral e nas cavidades ventriculares. Neste último caso o quadro clínico é muito semelhante ao das neoplasias e só após a intervenção cirúrgica é possível o diagnóstico etiológico. Apresentamos 11 casos de cisticercose intracraniana operados por se comportarem como processos tumorais. Eram 7 do sexo feminino e 4 do sexo masculino. A idade variava de 4 a 65 anos e o tempo de doença de 3 dias a 6 anos. Nove pacientes foram internados com cefaléia, vômitos e perturbações visuais sugestivas de hipertensão intracraniana. Uma paciente foi internada com diagnóstico de meningite linfomonocitária e o outro com crise convulsiva focal seguida de hemiparesia. Cinco pacientes apresentavam sinais focais e em 6 havia edema de papila. Crises convulsivas ocorreram em 45,5% dos casos. A radiografia simples de crânio não revelou calcificações em nenhum dos casos mas havia sinais de hipertensão intracraniana crônica em três pacientes. O eletrencefalograma acusou sofrimento cerebral em 8 pacientes. O líquido cefalorraquiano mostrou hipercitose discreta em 4 casos, hiperproteinorraquia em outros 4 pacientes e reação para cisticercose positiva em dois pacientes. A angiografia cerebral foi o exame que localizou a lesão expansiva sendo 4 na região temporal, três frontais, dois parietais, um no terceiro ventrículo e outro no quarto ventrículo. A intervenção cirúrgica permitiu a retirada de vesículas volumosas na intimidade do parênquima cerebral em 6 casos. Havia em torno destas vesiculas uma reação glial expessa. Em outro caso a vesícula era pequena mas aderente a parede do trígono ventricular provocando dilatação do polo temporal. Em dois casos formam retiradas vesículas únicas intraventriculares sendo uma no terceiro outra no quarto ventrículo. Nas duas crianças operadas havia uma massa compacta de cisticercos pequenos e duros que se misturavam com uma reação glial dentro do parênquima cerebral. A evolução pós-operatória foi satisfatória em todos os casos.
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