Espasmos em flexão: estudo clínico longitudinal de pacientes tratados com Nitrazepam (mogadon)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lison,Michel Pierre
Data de Publicação: 1970
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Arquivos de neuro-psiquiatria (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-282X1970000400003
Resumo: O tratamento foi satisfatório em 11 dos 12 pacientes com espasmos em flexão. Em dois pacientes as crises foram controladas desde o primeiro dia. Em 9 houve redução rápida e significativa da intensidade e da freqüência dos surtos de espasmos em flexão desde o primeiro dia. Iniciado o tratamento, verificamos que: (1) os espasmos conservaram seu aspecto maciço, embora a amplitude e a violência da contração geralmente estivessem diminuidas; (2) ao lado das crises maciças ocorreram crises parciais; (3) o caráter maciço da mioclonia desapareceu, atenuando-se a tendência à repetição em série das crises. O intervalo entre o início dos espasmos em flexão e o início do tratamento com Nitrazepam, bem como o insucesso de tratamentos anteriores com anticonvulsivantes usuais e mesmo com ACTH, não foram fatores desfavoráveis quanto aos resultados, pelo menos iniciais, da terapêutica com Nitrazepam. A médio e longo prazo, foram registradas recidivas parciais das crises em 7 pacientes. As recidivas estiveram nitidamente relacionadas com redução da dose do Nitrazepam ou com episódios infecciosos agudos. Em três: pacientes o controle das crises, após recidiva parcial, foi mais difícil. Em 6 pacientes com espasmos em flexão, os processos respiratórios agudos recidivantes foram mais freqüentes depois de iniciado o tratamento com Nitrazepam. Durante esse tratamento, crises tônicas generalizadas surgiram, pela primeira vez, em 7 pacientes. De acordo com a época de seu aparecimento puderam ser subdivididas em: (1) crises precoces, surgidas entre duas semanas e um mês de tratamento que desapareceram espontâneamente em três meses; (2) crises tardias, surgidas após 5 a 13 meses de tratamento. Ao contrário das tardias, as crises precoces não tiveram relação com redução da dosagem da droga ou com a intercorrência de episódios infecciosos. A ocorrência de outras manifestações críticas e de alterações do comportamento simultâneamente à incidência das crises tônicas tardias, sugere clinicamente a instalação de síndrome de Lennox, embora incompleta.
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