Análise acústica da prosódia em mulheres com doença de Parkinson: comparação com controles normais
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Data de Publicação: | 2003 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Arquivos de neuro-psiquiatria (Online) |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-282X2003000600021 |
Resumo: | MOTIVO DO ESTUDO: Alterações da voz, denominadas disartria hipocinética, têm sido bem caracterizadas em doença de Parkinson (DP), ocorrendo em 90% dos pacientes. No entanto, estudos da fala em DP, sobretudo em falantes nativos de outros idiomas que não o inglês são escassos. Nosso objetivo é comparar as características da prosódia de mulheres com DP com controles pareadas por idade, utilizando-se análise acústica. MÉTODO: Nós estudamos 8 mulheres com DP (68,4 ± 6,4 anos) e 8 mulheres controles (63,5 ± 6,8 anos). As pacientes (estágio H-Y 2, uma; estágio 2,5, quatro; estágio 3, três), embora tratadas com l-dopa, foram examinadas quando off. A frequência fundamental (Fo), intensidade e duração da fala foram analisadas com o programa WinPitch 1.8 (Philippe Martin®). Os parâmetros Fo analisados foram: Fo usual (Fo us), Fo máxima (Fo max), Fo mínima (Fo min), Fo max da tônica prénuclear (Fo max PNT), Fo min da tônica prénuclear (Fo min PNT), Fo max da tônica nuclear (Fo max NT), Fo min da tônica nuclear (Fo min TN), velocidade da variação melódica da PNT (VPNT), velocidade da variação melódica da NT (VNT), amplitude da variação melódica da PNT (APNT), e amplitude da variação melódica da NT (ANT). Duração da sentença (D), duração da PNT (DPNT), duração da NT (DNT) e número de sílabas por segundo (NSS) foram os parâmetros de duração investigados. Foram estudadas as seguintes variáveis da intensidade: intensidade média (MI), intensidade máxima (I max), intensidade mínima (I min), intensidade da PNT (IPNT) e intensidade da NT (INT). Diferenças foram estatisticamente significativas se p<0,05. RESULTADOS: Pacientes tiveram resultados significativamente diferentes dos controles quanto às seguintes variáveis- Fo max mais baixa (232,1 ± 32,9 Hz), Fo max PNT mais baixa (168,5 ± 83,5 Hz), Fo max NT mais baixa (18, 1 ± 29,5 Hz), VNT mais baixa (0,2 ± 0,1 Hz), APNT menor (20,4 ± 12,1 Hz), ANT menos (26 ± 12,6 Hz), NSS (4,8 ± 0,1) menor, IM mais alta (32,7 ± 5,6 dB), I max mais alta (37,1 ± 2,9 dB), I min mais alta (23,2 ± 6,1 dB) e IPNT mais alta (35,4 ± 2,9 dB). Nas controles estas variáveis tiveram os seguintes valores- 248,7 ± 23,9 Hz, 216,4 ± 25,6 Hz, 197,5 ± 35,8 Hz, 0,3 ± 0,2 Hz, 22,7 ± 15,9 Hz, 36,3 ± 21,8 Hz, 5,3 ± 0,8, 30,4 ± 6,1 dB, 20,2 ± 6,6 dB, 33,1 ± 2,9 dB e 30,9 ± 4,3 dB. CONCLUSÃO: Em comparação com controles, brasileiras com DP têm uma fala caracterizada por pequena variação de Fo (o que possivelmente explica sua tessitura vocal pobre), mais lenta e de maior intensidade que controles. Este último achado é compatível com esforço para compensar pobre tessitura vocal. |
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MOTIVO DO ESTUDO: Alterações da voz, denominadas disartria hipocinética, têm sido bem caracterizadas em doença de Parkinson (DP), ocorrendo em 90% dos pacientes. No entanto, estudos da fala em DP, sobretudo em falantes nativos de outros idiomas que não o inglês são escassos. Nosso objetivo é comparar as características da prosódia de mulheres com DP com controles pareadas por idade, utilizando-se análise acústica. MÉTODO: Nós estudamos 8 mulheres com DP (68,4 ± 6,4 anos) e 8 mulheres controles (63,5 ± 6,8 anos). As pacientes (estágio H-Y 2, uma; estágio 2,5, quatro; estágio 3, três), embora tratadas com l-dopa, foram examinadas quando off. A frequência fundamental (Fo), intensidade e duração da fala foram analisadas com o programa WinPitch 1.8 (Philippe Martin®). Os parâmetros Fo analisados foram: Fo usual (Fo us), Fo máxima (Fo max), Fo mínima (Fo min), Fo max da tônica prénuclear (Fo max PNT), Fo min da tônica prénuclear (Fo min PNT), Fo max da tônica nuclear (Fo max NT), Fo min da tônica nuclear (Fo min TN), velocidade da variação melódica da PNT (VPNT), velocidade da variação melódica da NT (VNT), amplitude da variação melódica da PNT (APNT), e amplitude da variação melódica da NT (ANT). Duração da sentença (D), duração da PNT (DPNT), duração da NT (DNT) e número de sílabas por segundo (NSS) foram os parâmetros de duração investigados. Foram estudadas as seguintes variáveis da intensidade: intensidade média (MI), intensidade máxima (I max), intensidade mínima (I min), intensidade da PNT (IPNT) e intensidade da NT (INT). Diferenças foram estatisticamente significativas se p<0,05. RESULTADOS: Pacientes tiveram resultados significativamente diferentes dos controles quanto às seguintes variáveis- Fo max mais baixa (232,1 ± 32,9 Hz), Fo max PNT mais baixa (168,5 ± 83,5 Hz), Fo max NT mais baixa (18, 1 ± 29,5 Hz), VNT mais baixa (0,2 ± 0,1 Hz), APNT menor (20,4 ± 12,1 Hz), ANT menos (26 ± 12,6 Hz), NSS (4,8 ± 0,1) menor, IM mais alta (32,7 ± 5,6 dB), I max mais alta (37,1 ± 2,9 dB), I min mais alta (23,2 ± 6,1 dB) e IPNT mais alta (35,4 ± 2,9 dB). Nas controles estas variáveis tiveram os seguintes valores- 248,7 ± 23,9 Hz, 216,4 ± 25,6 Hz, 197,5 ± 35,8 Hz, 0,3 ± 0,2 Hz, 22,7 ± 15,9 Hz, 36,3 ± 21,8 Hz, 5,3 ± 0,8, 30,4 ± 6,1 dB, 20,2 ± 6,6 dB, 33,1 ± 2,9 dB e 30,9 ± 4,3 dB. CONCLUSÃO: Em comparação com controles, brasileiras com DP têm uma fala caracterizada por pequena variação de Fo (o que possivelmente explica sua tessitura vocal pobre), mais lenta e de maior intensidade que controles. Este último achado é compatível com esforço para compensar pobre tessitura vocal. |
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