Terapia breve em hospital fechado

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sandler,Paulo Cesar
Data de Publicação: 1978
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Arquivos de neuro-psiquiatria (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-282X1978000300008
Resumo: O presente estudo cuida de pacientes "difíceis" da clínica psiquiátrica e psicoterápica: os pacientes que apresentam o fenômeno da atuação, cuja aproximação terapêutica tem se demonstrado problemática, mesmo com o advento das modernas técnicas de psicoterapia e das comunidades terapêuticas. Os diagnósticos psiquiátricos destes pacientes variam: são neuróticos, apresentam transtornos de pesonalidade, são psicóticos e quase sempre com graves doenças secundárias: alcoolismo e toxicomania (Códigos Classificação Internacional de Doenças 295 a 299, 300. 301, 303 e 304). Propõe-se, à luz da compreensão psicanalítica destas pessoas, um tratamento psicoterápico breve, focal, com o auxílio de uma hospitalização em regime fechado. Para a avaliação dos resultados do método psicoterápico diádico, criaram-se critérios de cura coerentes com a proposta terapêutica, e equiparam-se estes critérios clínicos a valores numéricos. Utilizando 36 pacientes internados, verificou-se até que ponto eles alcançavam estes critérios. Cada paciente recebeu um escore - valor numérico - que expressou o seu desempenho durante o tratamento em regime de internação, e sua conduta pós-alta hospitalar, durante um seguimento médio de 21 meses. Estes 36 pacientes puderam ser divididos em dois grupos: os de evolução favorável (obtivemos 36,1%) e os de evolução desfavorável. Por meio de uma amostra sistemática composta por 41 pacientes que não foram submetidos ao método, internados no mesmo período de tempo, no mesmo hospital, e pareados com nossa casuística, fêz-se uma comparação estatística entre os percentis obtidos nas evoluções dos dois grupos. O valor do teste estatístico, o chi quadrado, não foi significante. O exame das proporções correspondentes a cada patologia em separado sugeriu fortemente que o tratamento estaria indicado nas neuroses e nas psicoses, mas que seria realmente ineficaz nos transtornos de personalidade; não foi feita a análise estatística para cada patologia em separado, sendo esta uma perspectiva de estudo futuro. O trabalho é complementado com uma análise crítica dos aspectos teóricos e das conclusões estatísticas.
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