Demência na doença de Parkinson: avaliação crítica da literatura
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 1996 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Arquivos de neuro-psiquiatria (Online) |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-282X1996000400023 |
Resumo: | Nos últimos trinta anos, avançou-se muito nos conhecimentos sobre a doença de Parkinson. A maioria dos pacientes consegue ter uma vida com qualidade por maior período de tempo com a moderna terapêutica oferecida. No entanto, a demência que pode ocorrer no processo evolutivo ainda não tem os aspectos neuropatológicos totalmente definidos. Sabemos que há alterações nos núcleos da base, na área ventral do tegmento mesencefálico, no tálamo, na substância negra e no córtex frontal. A presença dos corpúsculos de Lewy corticais tem sido associada à demência, da mesma forma que as alterações neuropatológicas da doença de Alzheimer, em alguns casos. O mais provável é que sua base seja multifatorial. Neurotransmissores diferentes, como a serotonina, a acetilcolina e a dopamina ou, ainda, hormônios como o cortisol, estão alterados quantitativamente em grande número de parkinsonianos demenciados. Encontrada em até 40% dos pacientes, a depressão do parkinsoniano já foi relacionada como fator predisponente à demência, presente em aproximadamente 25% destes. Pesquisas nessa área continuam conflitantes, afirmando, alguns, que há relação entre depressão, atrofia cortical, hipercortisolemia e doença de Parkinson. Os estudos neuropsicológicos indicam que a demência na doença de Parkinson é do tipo subcortical ou fronto-límbica. Sabe-se, também, que parkinsonianos sem distúrbios cognitivos clinicamente expressivos apresentam deficiências quando submetidos a testagens neuropsicológicas mais rígidas. Admite-se que os distúrbios cognitivos fazem parte do quadro clínico dessa doença, variando sua expressão entre os pacientes. Para o diagnóstico da demência, recomendam-se os critérios estabelecidos pela Associação Americana de Psiquiatria, publicados no seu manual de estatística e doenças mentais, assim como os métodos de neuroimagem. No que se refere ao tratamento, o quadro demencial parkinsoniano, até o momento, não reconhece agentes eficazes. |
id |
ABNEURO-1_cdffa64fbebadf72f8c1aa203f417ef1 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:scielo:S0004-282X1996000400023 |
network_acronym_str |
ABNEURO-1 |
network_name_str |
Arquivos de neuro-psiquiatria (Online) |
repository_id_str |
|
spelling |
Demência na doença de Parkinson: avaliação crítica da literaturadoença de Parkinsondemênciadoença de AlzheimerNos últimos trinta anos, avançou-se muito nos conhecimentos sobre a doença de Parkinson. A maioria dos pacientes consegue ter uma vida com qualidade por maior período de tempo com a moderna terapêutica oferecida. No entanto, a demência que pode ocorrer no processo evolutivo ainda não tem os aspectos neuropatológicos totalmente definidos. Sabemos que há alterações nos núcleos da base, na área ventral do tegmento mesencefálico, no tálamo, na substância negra e no córtex frontal. A presença dos corpúsculos de Lewy corticais tem sido associada à demência, da mesma forma que as alterações neuropatológicas da doença de Alzheimer, em alguns casos. O mais provável é que sua base seja multifatorial. Neurotransmissores diferentes, como a serotonina, a acetilcolina e a dopamina ou, ainda, hormônios como o cortisol, estão alterados quantitativamente em grande número de parkinsonianos demenciados. Encontrada em até 40% dos pacientes, a depressão do parkinsoniano já foi relacionada como fator predisponente à demência, presente em aproximadamente 25% destes. Pesquisas nessa área continuam conflitantes, afirmando, alguns, que há relação entre depressão, atrofia cortical, hipercortisolemia e doença de Parkinson. Os estudos neuropsicológicos indicam que a demência na doença de Parkinson é do tipo subcortical ou fronto-límbica. Sabe-se, também, que parkinsonianos sem distúrbios cognitivos clinicamente expressivos apresentam deficiências quando submetidos a testagens neuropsicológicas mais rígidas. Admite-se que os distúrbios cognitivos fazem parte do quadro clínico dessa doença, variando sua expressão entre os pacientes. Para o diagnóstico da demência, recomendam-se os critérios estabelecidos pela Associação Americana de Psiquiatria, publicados no seu manual de estatística e doenças mentais, assim como os métodos de neuroimagem. No que se refere ao tratamento, o quadro demencial parkinsoniano, até o momento, não reconhece agentes eficazes.Academia Brasileira de Neurologia - ABNEURO1996-12-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-282X1996000400023Arquivos de Neuro-Psiquiatria v.54 n.4 1996reponame:Arquivos de neuro-psiquiatria (Online)instname:Academia Brasileira de Neurologiainstacron:ABNEURO10.1590/S0004-282X1996000400023info:eu-repo/semantics/openAccessPamplona,Luciana de Abreu e LimaMattos,James Pitágoras depor2010-11-12T00:00:00Zoai:scielo:S0004-282X1996000400023Revistahttp://www.scielo.br/anphttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.php||revista.arquivos@abneuro.org1678-42270004-282Xopendoar:2010-11-12T00:00Arquivos de neuro-psiquiatria (Online) - Academia Brasileira de Neurologiafalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
Demência na doença de Parkinson: avaliação crítica da literatura |
title |
Demência na doença de Parkinson: avaliação crítica da literatura |
spellingShingle |
Demência na doença de Parkinson: avaliação crítica da literatura Pamplona,Luciana de Abreu e Lima doença de Parkinson demência doença de Alzheimer |
title_short |
Demência na doença de Parkinson: avaliação crítica da literatura |
title_full |
Demência na doença de Parkinson: avaliação crítica da literatura |
title_fullStr |
Demência na doença de Parkinson: avaliação crítica da literatura |
title_full_unstemmed |
Demência na doença de Parkinson: avaliação crítica da literatura |
title_sort |
Demência na doença de Parkinson: avaliação crítica da literatura |
author |
Pamplona,Luciana de Abreu e Lima |
author_facet |
Pamplona,Luciana de Abreu e Lima Mattos,James Pitágoras de |
author_role |
author |
author2 |
Mattos,James Pitágoras de |
author2_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Pamplona,Luciana de Abreu e Lima Mattos,James Pitágoras de |
dc.subject.por.fl_str_mv |
doença de Parkinson demência doença de Alzheimer |
topic |
doença de Parkinson demência doença de Alzheimer |
description |
Nos últimos trinta anos, avançou-se muito nos conhecimentos sobre a doença de Parkinson. A maioria dos pacientes consegue ter uma vida com qualidade por maior período de tempo com a moderna terapêutica oferecida. No entanto, a demência que pode ocorrer no processo evolutivo ainda não tem os aspectos neuropatológicos totalmente definidos. Sabemos que há alterações nos núcleos da base, na área ventral do tegmento mesencefálico, no tálamo, na substância negra e no córtex frontal. A presença dos corpúsculos de Lewy corticais tem sido associada à demência, da mesma forma que as alterações neuropatológicas da doença de Alzheimer, em alguns casos. O mais provável é que sua base seja multifatorial. Neurotransmissores diferentes, como a serotonina, a acetilcolina e a dopamina ou, ainda, hormônios como o cortisol, estão alterados quantitativamente em grande número de parkinsonianos demenciados. Encontrada em até 40% dos pacientes, a depressão do parkinsoniano já foi relacionada como fator predisponente à demência, presente em aproximadamente 25% destes. Pesquisas nessa área continuam conflitantes, afirmando, alguns, que há relação entre depressão, atrofia cortical, hipercortisolemia e doença de Parkinson. Os estudos neuropsicológicos indicam que a demência na doença de Parkinson é do tipo subcortical ou fronto-límbica. Sabe-se, também, que parkinsonianos sem distúrbios cognitivos clinicamente expressivos apresentam deficiências quando submetidos a testagens neuropsicológicas mais rígidas. Admite-se que os distúrbios cognitivos fazem parte do quadro clínico dessa doença, variando sua expressão entre os pacientes. Para o diagnóstico da demência, recomendam-se os critérios estabelecidos pela Associação Americana de Psiquiatria, publicados no seu manual de estatística e doenças mentais, assim como os métodos de neuroimagem. No que se refere ao tratamento, o quadro demencial parkinsoniano, até o momento, não reconhece agentes eficazes. |
publishDate |
1996 |
dc.date.none.fl_str_mv |
1996-12-01 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-282X1996000400023 |
url |
http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-282X1996000400023 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
10.1590/S0004-282X1996000400023 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
text/html |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Academia Brasileira de Neurologia - ABNEURO |
publisher.none.fl_str_mv |
Academia Brasileira de Neurologia - ABNEURO |
dc.source.none.fl_str_mv |
Arquivos de Neuro-Psiquiatria v.54 n.4 1996 reponame:Arquivos de neuro-psiquiatria (Online) instname:Academia Brasileira de Neurologia instacron:ABNEURO |
instname_str |
Academia Brasileira de Neurologia |
instacron_str |
ABNEURO |
institution |
ABNEURO |
reponame_str |
Arquivos de neuro-psiquiatria (Online) |
collection |
Arquivos de neuro-psiquiatria (Online) |
repository.name.fl_str_mv |
Arquivos de neuro-psiquiatria (Online) - Academia Brasileira de Neurologia |
repository.mail.fl_str_mv |
||revista.arquivos@abneuro.org |
_version_ |
1754212749997506560 |