Contribuição para o estudo da psicopatologia da afasia em crianças

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lefèvre,Antônio B.
Data de Publicação: 1950
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Arquivos de neuro-psiquiatria (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-282X1950000400003
Resumo: O autor, depois de rápida revisão bibliográfica, pôde verificar que são escassos e contraditórios os trabalhos sôbre a afasia em crianças. Desenvolvendo seu trabalho, expõe, inicialmente, as várias etapas do desenvolvimento da linguagem, e em seguida, analisa os vários conceitos existentes sôbre a afasia. Em outro capítulo põe em destaque as principais características da afasia em crianças, salientando as diferenças existentes entre a chamada "afasia de evolução" e a afasia adquirida. Apresenta cinco observações de afasias verificadas em crianças: 3 pós-traumáticas, uma conseqüente a tumor de localização frontotemporal esquerda e outra relacionada com processo infeccioso rotulado como meningoencefalite difusa. Estas observações foram analisadas à luz do conceito jacksoniano, chegando o autor às seguintes conclusões: 1) A principal característica da afasia apresentada por êstes pacientes foi a deficiência da linguagem espontânea. 2) Não foi verificada a logorréia, tão freqüentemente observada nos adultos. 3) Não foi verificada disartria, a menos que sejam consideradas como tal as soluções de facilidade observadas em alguns casos. 4) As observações coincidem com as de Gutmann no sentido de que os distúrbios perceptivos são muito escassos em confronto com os expressivos. 5) Foram freqüentes os lapsos de tipo amnéstico, ao contrário do que observou Gutmann. 6) Há nítida dissociação entre os empregos automáticos e voluntários da linguagem, êstes muito mais atingidos do que aquêles, tanto na palavra falada como na escrita. 7) A grafia - forma de expressão mais voluntária do que a palavra falada - foi muito mais severamente atingida. 8) A duração do distúrbio foi longa e a recuperação, lenta e trabalhosa. 9) Os distúrbios da grafia recuperaram-se mais lentamente do que os da palavra falada. 10) A interpretação proposta por Hughlings Jackson parece ser a única capaz de explicar os aspectos aparentemente contraditórios dos quadros afásicos observados.
id ABNEURO-1_eb1136883980e90ccd3bb43f85b24148
oai_identifier_str oai:scielo:S0004-282X1950000400003
network_acronym_str ABNEURO-1
network_name_str Arquivos de neuro-psiquiatria (Online)
repository_id_str
spelling Contribuição para o estudo da psicopatologia da afasia em criançasO autor, depois de rápida revisão bibliográfica, pôde verificar que são escassos e contraditórios os trabalhos sôbre a afasia em crianças. Desenvolvendo seu trabalho, expõe, inicialmente, as várias etapas do desenvolvimento da linguagem, e em seguida, analisa os vários conceitos existentes sôbre a afasia. Em outro capítulo põe em destaque as principais características da afasia em crianças, salientando as diferenças existentes entre a chamada "afasia de evolução" e a afasia adquirida. Apresenta cinco observações de afasias verificadas em crianças: 3 pós-traumáticas, uma conseqüente a tumor de localização frontotemporal esquerda e outra relacionada com processo infeccioso rotulado como meningoencefalite difusa. Estas observações foram analisadas à luz do conceito jacksoniano, chegando o autor às seguintes conclusões: 1) A principal característica da afasia apresentada por êstes pacientes foi a deficiência da linguagem espontânea. 2) Não foi verificada a logorréia, tão freqüentemente observada nos adultos. 3) Não foi verificada disartria, a menos que sejam consideradas como tal as soluções de facilidade observadas em alguns casos. 4) As observações coincidem com as de Gutmann no sentido de que os distúrbios perceptivos são muito escassos em confronto com os expressivos. 5) Foram freqüentes os lapsos de tipo amnéstico, ao contrário do que observou Gutmann. 6) Há nítida dissociação entre os empregos automáticos e voluntários da linguagem, êstes muito mais atingidos do que aquêles, tanto na palavra falada como na escrita. 7) A grafia - forma de expressão mais voluntária do que a palavra falada - foi muito mais severamente atingida. 8) A duração do distúrbio foi longa e a recuperação, lenta e trabalhosa. 9) Os distúrbios da grafia recuperaram-se mais lentamente do que os da palavra falada. 10) A interpretação proposta por Hughlings Jackson parece ser a única capaz de explicar os aspectos aparentemente contraditórios dos quadros afásicos observados.Academia Brasileira de Neurologia - ABNEURO1950-12-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-282X1950000400003Arquivos de Neuro-Psiquiatria v.8 n.4 1950reponame:Arquivos de neuro-psiquiatria (Online)instname:Academia Brasileira de Neurologiainstacron:ABNEURO10.1590/S0004-282X1950000400003info:eu-repo/semantics/openAccessLefèvre,Antônio B.por2015-02-10T00:00:00Zoai:scielo:S0004-282X1950000400003Revistahttp://www.scielo.br/anphttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.php||revista.arquivos@abneuro.org1678-42270004-282Xopendoar:2015-02-10T00:00Arquivos de neuro-psiquiatria (Online) - Academia Brasileira de Neurologiafalse
dc.title.none.fl_str_mv Contribuição para o estudo da psicopatologia da afasia em crianças
title Contribuição para o estudo da psicopatologia da afasia em crianças
spellingShingle Contribuição para o estudo da psicopatologia da afasia em crianças
Lefèvre,Antônio B.
title_short Contribuição para o estudo da psicopatologia da afasia em crianças
title_full Contribuição para o estudo da psicopatologia da afasia em crianças
title_fullStr Contribuição para o estudo da psicopatologia da afasia em crianças
title_full_unstemmed Contribuição para o estudo da psicopatologia da afasia em crianças
title_sort Contribuição para o estudo da psicopatologia da afasia em crianças
author Lefèvre,Antônio B.
author_facet Lefèvre,Antônio B.
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Lefèvre,Antônio B.
description O autor, depois de rápida revisão bibliográfica, pôde verificar que são escassos e contraditórios os trabalhos sôbre a afasia em crianças. Desenvolvendo seu trabalho, expõe, inicialmente, as várias etapas do desenvolvimento da linguagem, e em seguida, analisa os vários conceitos existentes sôbre a afasia. Em outro capítulo põe em destaque as principais características da afasia em crianças, salientando as diferenças existentes entre a chamada "afasia de evolução" e a afasia adquirida. Apresenta cinco observações de afasias verificadas em crianças: 3 pós-traumáticas, uma conseqüente a tumor de localização frontotemporal esquerda e outra relacionada com processo infeccioso rotulado como meningoencefalite difusa. Estas observações foram analisadas à luz do conceito jacksoniano, chegando o autor às seguintes conclusões: 1) A principal característica da afasia apresentada por êstes pacientes foi a deficiência da linguagem espontânea. 2) Não foi verificada a logorréia, tão freqüentemente observada nos adultos. 3) Não foi verificada disartria, a menos que sejam consideradas como tal as soluções de facilidade observadas em alguns casos. 4) As observações coincidem com as de Gutmann no sentido de que os distúrbios perceptivos são muito escassos em confronto com os expressivos. 5) Foram freqüentes os lapsos de tipo amnéstico, ao contrário do que observou Gutmann. 6) Há nítida dissociação entre os empregos automáticos e voluntários da linguagem, êstes muito mais atingidos do que aquêles, tanto na palavra falada como na escrita. 7) A grafia - forma de expressão mais voluntária do que a palavra falada - foi muito mais severamente atingida. 8) A duração do distúrbio foi longa e a recuperação, lenta e trabalhosa. 9) Os distúrbios da grafia recuperaram-se mais lentamente do que os da palavra falada. 10) A interpretação proposta por Hughlings Jackson parece ser a única capaz de explicar os aspectos aparentemente contraditórios dos quadros afásicos observados.
publishDate 1950
dc.date.none.fl_str_mv 1950-12-01
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-282X1950000400003
url http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-282X1950000400003
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 10.1590/S0004-282X1950000400003
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv text/html
dc.publisher.none.fl_str_mv Academia Brasileira de Neurologia - ABNEURO
publisher.none.fl_str_mv Academia Brasileira de Neurologia - ABNEURO
dc.source.none.fl_str_mv Arquivos de Neuro-Psiquiatria v.8 n.4 1950
reponame:Arquivos de neuro-psiquiatria (Online)
instname:Academia Brasileira de Neurologia
instacron:ABNEURO
instname_str Academia Brasileira de Neurologia
instacron_str ABNEURO
institution ABNEURO
reponame_str Arquivos de neuro-psiquiatria (Online)
collection Arquivos de neuro-psiquiatria (Online)
repository.name.fl_str_mv Arquivos de neuro-psiquiatria (Online) - Academia Brasileira de Neurologia
repository.mail.fl_str_mv ||revista.arquivos@abneuro.org
_version_ 1754212741271257088