Infecções dos espaços cervicais: estudo prospectivo de 57 casos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sennes,Luiz Ubirajara
Data de Publicação: 2002
Outros Autores: Imamura,Rui, Angélico Júnior,Fernando Veiga, Simoceli,Lucinda, Frizzarini,Ronaldo, Tsuji,Domingos Hiroshi
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Brasileira de Otorrinolaringologia (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-72992002000300014
Resumo: Objetivo: apesar da antibioticoterapia, as infecções dos espaços cervicais profundos continuam a ter grande importância, tanto por sua alta incidência, como pelo risco de complicações. Forma de estudo: clínico, prospectivo. Material e método: descrevem-se neste estudo 57 casos de pacientes com diagnóstico de infecção cervical (celulite, abscesso e fasceíte necrotizante) internados na Enfermaria de Otorrinolaringologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP entre janeiro de 1999 e janeiro de 2001. Cinqüenta pacientes (87,7%) apresentavam abscesso cervical, cinco (8,8%), celulite e dois pacientes (3,5%), fasceíte necrotizante. A infecção odontogênica foi o foco de origem mais prevalente, responsável por 24 casos (42%), seguida das amigdalites (17,5%) e linfadenites (15,8%). Os espaços cervicais mais acometidos foram o submandibular (57,9%), o sublingual (26,3%) e o parafaríngeo (24,6%). Em 53 pacientes realizaram-se culturas das quais 71,7% foram positivas, sendo que 20,8% destas apresentaram flora mista. Os microorganismos mais prevalentes dentre os aeróbicos foi o Streptococcus viridans (41,5%) e, dentre os anaeróbios, Peptostreptococcus micros e Peptostreptococcus sp (5,7% e 3,8%, respectivamente). A associação entre penicilina cristalina e metronidazol foi o tratamento preconizado em 31 pacientes (54,3%). Nos demais, diversos antibióticos como clindamicina, cefalosporinas de terceira geração, cloranfenicol e oxacilina foram utilizados. Cinqüenta e quatro pacientes (94,7%) evoluíram satisfatoriamente, dois (3,5%) apresentaram deiscência da ferida cirúrgica e um (1,7%) foi a óbito por mediastinite. Conclusão: os abscessos cervicais ainda configuram uma importante causa de morbidade em nossa população e suas complicações requerem vigilância para a prevenção e abordagem oportunas, especialmente pelo tratamento mais adequado.
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