Neuropsicologia dos transtornos alimentares: revisão sistemática da literatura

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Duchesne,Monica 
Data de Publicação: 2004
Outros Autores: Mattos,Paulo , Fontenelle,Leonardo F, Veiga,Heloisa , Rizo,Luciana , Appolinario,José C
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Brazilian Journal of Psychiatry (São Paulo. 1999. Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462004000200008
Resumo: ANTECEDENTES: A etiologia dos transtornos alimentares (TA) ainda não se encontra estabelecida. Dentre os diversos fatores envolvidos, a hipótese de uma disfunção do sistema nervoso central tem sido explorada de diversas maneiras. Assim, a avaliação neuropsicológica de pacientes com TA tem por finalidade investigar a ocorrência de déficits cognitivos associados a estas patologias. OBJETIVOS: O objetivo deste artigo é avaliar o estado atual das investigações sobre a avaliação neuropsicológica em pacientes com TA. MÉTODOS: Foi realizada uma pesquisa bibliográfica - utilizando as seguintes bases de dados como estratégias de procura: MedLINE, PsychoINFO, LILACS e Cochrane Data Bank -, procurando artigos relacionados ao tema e publicados até o ano de 2004. RESULTADOS: A anorexia nervosa é o transtorno alimentar que conta com mais estudos neuropsicológicos e, de uma forma geral, os resultados apontam para déficits de atenção, déficits viso-espaciais e de viso-construção. Na bulimia nervosa, as alterações mais encontradas são déficits de atenção seletiva e das funções executivas. O transtorno da compulsão alimentar periódica ainda não conta com estudos neuropsicológicos até o momento. Após um tratamento bem-sucedido do transtorno alimentar, embora haja uma diminuição dos déficits cognitivos, algumas alterações cognitivas parecem persistir. CONCLUSÕES: Os transtornos alimentares parecem estar associados a algum grau de disfunção neuropsicológica, muito embora as funções específicas que se apresentam deficitárias variem entre os estudos encontrados, talvez em decorrência de variações metodológicas. O fato de que, após o tratamento, alguns pacientes apresentem uma melhora no funcionamento cognitivo poderia indicar que, em alguns casos, os déficits seriam funcionais. A ausência de melhora no funcionamento cognitivo de alguns pacientes, após diversas formas de intervenção, pode sugerir que estes déficits antecederiam o desenvolvimento dos transtornos alimentares, podendo, assim, contribuir para seu desenvolvimento ou para um pior prognóstico. O melhor delineamento do perfil cognitivo dos pacientes com transtorno alimentar torna-se importante para orientar abordagens terapêuticas mais seletivas.
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