A diplomacia financeira do Brasil no Império

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Almeida, Paulo Roberto
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista História Econômica & História de Empresas (Online)
Texto Completo: https://hehe.org.br/index.php/rabphe/article/view/86
Resumo: A falta de recursos em divisas fortes sempre constituiu um dos grandes problemas econômicos do Brasil, praticamente desde sua emergência enquanto nação autônoma. "País sem capitais, o Brasil [imperial] estava forçosamente destinado a ser um país vivendo financeiramente de empréstimos" (Lima 1986:157). De fato, confrontado à penúria de capitais para a construção do novo Estado independente, o Governo imperial contraiu inúmeros empréstimos ao longo do século XIX, sendo três no Primeiro Reinado, um durante as Regências e treze durante o Segundo Reinado, num total de 17 operações externas - ou seja, uma a cada quatro anos aproximadamente. A quase totalidade desses empréstimos foi, sob instruções das autoridades fazendárias, negociada pelos diplomatas brasileiros lotados em Londres junto a banqueiros privados da City, com ênfase para a Casa Nathan Mayer Rothschild & Irmãos. Não foi incomum o pagamento de comissões sobre os empréstimos - muitas vezes em caráter informal, outras oficialmente - a esses diplomatas temporariamente convertidos em "agentes da Fazenda Nacional", prática então julgada moralmente aceitável, senão tolerada como inevitável. Ela foi em diversas ocasiões justificada com base nos trabalhos de preparação, escrituração e registro dos vários papéis envolvidos em cada operação financeira.
id ABPHE_8ed70086c2c6bc52f81b8e5613436dc3
oai_identifier_str oai:ojs.hehe.org.br:article/86
network_acronym_str ABPHE
network_name_str Revista História Econômica & História de Empresas (Online)
repository_id_str
spelling A diplomacia financeira do Brasil no ImpérioA falta de recursos em divisas fortes sempre constituiu um dos grandes problemas econômicos do Brasil, praticamente desde sua emergência enquanto nação autônoma. "País sem capitais, o Brasil [imperial] estava forçosamente destinado a ser um país vivendo financeiramente de empréstimos" (Lima 1986:157). De fato, confrontado à penúria de capitais para a construção do novo Estado independente, o Governo imperial contraiu inúmeros empréstimos ao longo do século XIX, sendo três no Primeiro Reinado, um durante as Regências e treze durante o Segundo Reinado, num total de 17 operações externas - ou seja, uma a cada quatro anos aproximadamente. A quase totalidade desses empréstimos foi, sob instruções das autoridades fazendárias, negociada pelos diplomatas brasileiros lotados em Londres junto a banqueiros privados da City, com ênfase para a Casa Nathan Mayer Rothschild & Irmãos. Não foi incomum o pagamento de comissões sobre os empréstimos - muitas vezes em caráter informal, outras oficialmente - a esses diplomatas temporariamente convertidos em "agentes da Fazenda Nacional", prática então julgada moralmente aceitável, senão tolerada como inevitável. Ela foi em diversas ocasiões justificada com base nos trabalhos de preparação, escrituração e registro dos vários papéis envolvidos em cada operação financeira.ABPHE2012-07-11info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://hehe.org.br/index.php/rabphe/article/view/8610.29182/hehe.v4i1.86Economic History & Business History; Vol. 4 No. 1 (2001)História Econômica & História de Empresas; v. 4 n. 1 (2001)2525-81841519-331410.29182/hehe.v4i1reponame:Revista História Econômica & História de Empresas (Online)instname:Associação Brasileira de Pesquisadores em História Econômica (ABPHE)instacron:ABPHEporhttps://hehe.org.br/index.php/rabphe/article/view/86/165Copyright (c) 2014 História Econômica & História de Empresasinfo:eu-repo/semantics/openAccessAlmeida, Paulo Roberto2023-01-12T18:30:12Zoai:ojs.hehe.org.br:article/86Revistahttps://hehe.org.br/index.php/rabpheONGhttps://hehe.org.br/index.php/rabphe/oaihehe.abphe@gmail.com2525-81841519-3314opendoar:2023-01-12T18:30:12Revista História Econômica & História de Empresas (Online) - Associação Brasileira de Pesquisadores em História Econômica (ABPHE)false
dc.title.none.fl_str_mv A diplomacia financeira do Brasil no Império
title A diplomacia financeira do Brasil no Império
spellingShingle A diplomacia financeira do Brasil no Império
Almeida, Paulo Roberto
title_short A diplomacia financeira do Brasil no Império
title_full A diplomacia financeira do Brasil no Império
title_fullStr A diplomacia financeira do Brasil no Império
title_full_unstemmed A diplomacia financeira do Brasil no Império
title_sort A diplomacia financeira do Brasil no Império
author Almeida, Paulo Roberto
author_facet Almeida, Paulo Roberto
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Almeida, Paulo Roberto
description A falta de recursos em divisas fortes sempre constituiu um dos grandes problemas econômicos do Brasil, praticamente desde sua emergência enquanto nação autônoma. "País sem capitais, o Brasil [imperial] estava forçosamente destinado a ser um país vivendo financeiramente de empréstimos" (Lima 1986:157). De fato, confrontado à penúria de capitais para a construção do novo Estado independente, o Governo imperial contraiu inúmeros empréstimos ao longo do século XIX, sendo três no Primeiro Reinado, um durante as Regências e treze durante o Segundo Reinado, num total de 17 operações externas - ou seja, uma a cada quatro anos aproximadamente. A quase totalidade desses empréstimos foi, sob instruções das autoridades fazendárias, negociada pelos diplomatas brasileiros lotados em Londres junto a banqueiros privados da City, com ênfase para a Casa Nathan Mayer Rothschild & Irmãos. Não foi incomum o pagamento de comissões sobre os empréstimos - muitas vezes em caráter informal, outras oficialmente - a esses diplomatas temporariamente convertidos em "agentes da Fazenda Nacional", prática então julgada moralmente aceitável, senão tolerada como inevitável. Ela foi em diversas ocasiões justificada com base nos trabalhos de preparação, escrituração e registro dos vários papéis envolvidos em cada operação financeira.
publishDate 2012
dc.date.none.fl_str_mv 2012-07-11
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://hehe.org.br/index.php/rabphe/article/view/86
10.29182/hehe.v4i1.86
url https://hehe.org.br/index.php/rabphe/article/view/86
identifier_str_mv 10.29182/hehe.v4i1.86
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://hehe.org.br/index.php/rabphe/article/view/86/165
dc.rights.driver.fl_str_mv Copyright (c) 2014 História Econômica & História de Empresas
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Copyright (c) 2014 História Econômica & História de Empresas
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv ABPHE
publisher.none.fl_str_mv ABPHE
dc.source.none.fl_str_mv Economic History & Business History; Vol. 4 No. 1 (2001)
História Econômica & História de Empresas; v. 4 n. 1 (2001)
2525-8184
1519-3314
10.29182/hehe.v4i1
reponame:Revista História Econômica & História de Empresas (Online)
instname:Associação Brasileira de Pesquisadores em História Econômica (ABPHE)
instacron:ABPHE
instname_str Associação Brasileira de Pesquisadores em História Econômica (ABPHE)
instacron_str ABPHE
institution ABPHE
reponame_str Revista História Econômica & História de Empresas (Online)
collection Revista História Econômica & História de Empresas (Online)
repository.name.fl_str_mv Revista História Econômica & História de Empresas (Online) - Associação Brasileira de Pesquisadores em História Econômica (ABPHE)
repository.mail.fl_str_mv hehe.abphe@gmail.com
_version_ 1797067524045537280