Hanseníase em menores de quinze anos no município de Paracatu, MG (1994 a 2001)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ferreira,Isaias Nery
Data de Publicação: 2005
Outros Autores: Alvarez,Rosicler Rocha Aiza
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista brasileira de epidemiologia (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-790X2005000100006
Resumo: O Município de Paracatu-MG é considerado prioritário para ações de controle da hanseníase devido às suas taxas de detecção e prevalência desta nosologia, sobretudo em menores de quinze anos. Nos anos de 1998 e 1999, realizou-se um trabalho de esclarecimento sobre sinais e sintomas da doença para uma população de cerca de oito mil escolares, o que contribuiu para o incremento da taxa de detecção da doença em menores de quinze anos, sendo o município classificado como hiperendêmico entre os anos de 1997 e 2001. Realizou-se também um trabalho de desenho descritivo de quarenta e cinco pacientes diagnosticados e tratados no município de Paracatu entre 1994 e 2001. Cinqüenta e três por cento dos diagnósticos foram em crianças do sexo masculino, 75,5% dos casos se situavam entre dez e catorze anos de idade e a escolaridade da população deste estudo está defasada em relação à idade, sendo que 84% da clientela morava em zona urbana. Todos os inscritos (100%) foram casos novos, 56,0% de forma multibacilar, forma clínica Dimorfa, e 44% de formas paucibacilares, como a forma clinica Indeterminada (30,8%) e a Tuberculóide (13,2%). Todos foram tratados segundo esquema padrão, com 100% de cura. Vinte e quatro por cento dos doentes apresentaram reações no diagnóstico e durante o tratamento, e 9% apresentaram reações no pós-alta. Vinte e dois por cento dos doentes apresentavam algum grau de incapacidade no diagnóstico e 13% apresentavam algum grau de incapacidade na alta (índice considerado alto). Verificou-se que 62% dos pacientes tinham contatos intradomiciliares portadores de hanseníase, sendo que somente em 15,5% destes contatos foram verificadas as duas cicatrizes da vacina BCG. A hanseníase é um sério problema de saúde pública no município estudado, e o trabalho realizado com escolares foi fundamental para o aumento da detecção dos casos.
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