Corpo e finitude: a escuta do sofrimento como instrumento de trabalho em instituição oncológica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Castro-Arantes,Juliana de Miranda e
Data de Publicação: 2013
Outros Autores: Lo Bianco,Anna Carolina
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Ciência & Saúde Coletiva (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232013000900005
Resumo: Partindo do cotidiano da assistência a pacientes que chegam à Clínica da Dor do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), o artigo procura examinar as consequências que traz, para o psíquico, o fato dele estar indissociavelmente ligado ao corpo. Quase sempre afetada profundamente pela doença, a concepção do corpo próprio traz alterações importantes quanto à identificação do sujeito, acarretando disfunções psíquicas, que não só causam sofrimento, como comprometem o tratamento oncológico. Desenvolvendo a conceituação psicanalítica do corpo, ressalta a incidência da linguagem e da fala em sua constituição, que não coincide com a do corpo biológico. Em seguida demonstra que a escuta da fala do paciente, por parte do profissional, é um instrumento de trabalho fundamental em instituição oncológica. Conclui por caracterizar duas posições possíveis a serem ocupadas por aquele que lida com a morte e com a finitude: poupar-se a si próprio do encontro com a dimensão finita e perecível da vida, sentindo pena do paciente, resignando-se e demitindo-se desse encontro; ou escutá-lo com compaixão, reconhecendo o inexorável comum a todos, de modo a que o sujeito possa sofrer isso não tão sozinho e venha a elaborar na palavra algo do horror que atravessa.
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