Desenvolvimento de comunidade no processo de urbanização: notas para uma crítica das teorias sociológicas do planejamento
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Boletim Paulista de Geografia |
Texto Completo: | https://publicacoes.agb.org.br/boletim-paulista/article/view/1091 |
Resumo: | Este trabalho pretende examinar criticamente o “interesse público” alegado como valor e parâmetro do planejamento e, concomitantemente, analisar alguns dos modelos teóricos sociológicos que fundamentam e orientam a atuação dos planejadores e dos técnicos nos diferentes setores da administração urbana. “A relevância de tal abordagem, numa época em que os cientistas sociais» se tornam cada vez mais receptivos a demandas por pesquisas aplicadas e ansiosas por trabalhar com problemas que sejam de implicações práticas imediatas, é mais do que evidente: se, por um lado, princípios científicos solidamente estabelecidos são considerados condição necessária, porém não suficiente para uma ação inteligente e eficaz do poder público, por outro lado é necessário examinar os pressupostos teóricos declarados ou subjacentes desse conhecimento científico. A alegação de sua neutralidade e isenção subjetiva ou política não é facilmente sustentada à luz de uma análise criticada motivações e efeitos da interação social, da qual a atividade científica técnica representa apenas um de seus variados aspectos. Na vida social, no caldeirão das idéias, aspirações e interesses individuais e grupais, simplesmente inexistem objetivos neutros, livres de juízos de valor e “apolíticos”. Ao contrário, a seleção dos problemas a serem atacados e resolvidos pela ação do poder público, bem como os próprios conceitos pelos quais definimos o problema e o inserimos em determinada realidade— objeto dos planos e programas de ação— são todos carregados de valores e, portanto, abertos ao subjetivismo e à “irracionalidade” das ideologias. |
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