Alterações eletrocardiográficas e sua relação com os fatores de risco para doença isquêmica do coração em população da área metropolitana de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: CARDOSO,ELISABETH
Data de Publicação: 2002
Outros Autores: MARTINS,IGNEZ SALAS, FORNARI,LUCIANA, MONACHINI,MARISTELA C., MANSUR,ANTONIO DE PÁDUA, CARAMELLI,BRUNO
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista da Associação Médica Brasileira (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302002000300036
Resumo: OBJETIVO: A doença isquêmica do coração apresenta altas taxas de mortalidade e é a mais prevalente entre as doenças cardiovasculares. É uma doença multifatorial, cuja prevenção depende do controle dos fatores de risco. O eletrocardiograma de repouso pode ser utilizado para detectar manifestações da doença isquêmica do coração quando o indivíduo ainda é assintomático. O objetivo do estudo foi o de analisar a relação entre as anormalidades eletrocardiográficas e os fatores de risco para doença isquêmica do coração em uma população adulta residente na área metropolitana de São Paulo. MÉTODOS: Realizou-se um estudo transversal com população do município de Cotia (SP). A amostra constou de 1067 indivíduos com idade acima de 20 anos, de ambos os sexos. Os dados foram obtidos por meio de entrevista com utilização de um questionário padronizado. As variáveis estudadas foram: sexo, idade, tabagismo, atividade física, índice de massa corpórea, relação cintura/quadril, pressão arterial, diabetes melito, dislipidemia (colesterol total, LDL-colesterol, HDL-colesterol e triglicérides) e alterações eletrocardiográficas. As alterações eletrocardiográficas foram agrupadas em três categorias: alterações de repolarização ventricular (ARV), sobrecarga do ventrículo esquerdo (SVE) e alterações não relacionadas à isquemia miocárdia ou sem alterações (NRI). RESULTADOS: A população de estudo era predominantemente jovem, sendo 79% abaixo de 50 anos, com idade de 39,8 anos ± 13,2 anos. Cerca de 59,3% dos indivíduos eram do sexo feminino. O eletrocardiograma mostrou que 9,5% da população apresentava ARV e 3,3% apresentava SVE. O sexo feminino, a idade de risco (acima de 65 anos para mulheres e acima de 55 anos para homens), a presença de diabetes, hipertensão arterial, colesterol total ³ a 200 mg/dl, LDL-colesterol ³ a 130 mg/dl, triglicérides acima de 200 mg/dl, índice de massa corpórea indicativo de sobrepeso ou obesidade (³25 Kg/m2),relação cintura/quadril alterada correlacionaram-se positivamente com ARV. O sexo masculino, diabetes, hipertensão arterial e o tabagismo foram correlacionados positivamente com SVE. Na presença de ARV no ECG encontramos uma razão de chance de 3,54 para a ocorrência do diagnóstico de hipertensão sistólica e de 1,83 para colesterol total ³ a 200 mg/dl. Na presença de SVE no ECG, a razão de chance para a ocorrência do diagnóstico de hipertensão sistólica observada foi de 5,92. Dos três fatores de risco correlacionados às alterações eletrocardiográficas associadas à isquemia miocárdia, dois são controláveis e ligados a condições nutricionais (hipertensão e colesterol ³ a 200 mg/dl), o que demonstra a importância da sua detecção precoce. Em estudos epidemiológicos e de intervenção nutricional, o eletrocardiograma, método simples e de baixo custo, pode auxiliar na identificação de fatores de risco cardiovascular. Seria importante que estas informações fossem confirmadas por estudos prospectivos que incluíssem a determinação dos valores preditivos do ECG nesta situação.
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