Risco de suicídio em gestantes de alto risco: um estudo exploratório

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Benute,Gláucia Rosana Guerra
Data de Publicação: 2011
Outros Autores: Nomura,Roseli Mieko Yamamoto, Jorge,Vanessa Marques Ferreira, Nonnenmacher,Daniele, Fráguas Junior,Renério, Lucia,Mara Cristina Souza de, Zugaib,Marcelo
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista da Associação Médica Brasileira (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302011000500019
Resumo: OBJETIVO: Identificar o risco para comportamento suicida em gestantes de alto risco em um hospital público de São Paulo. MÉTODOS: Foi realizada entrevista semiestruturada com questionário previamente elaborado com cada uma das participantes (n = 268). O risco para suicídio foi identificado por meio da versão em português do PRIME-MD. RESULTADOS: A média de idade foi de 29 anos (SD = 0,507) e 30 semanas gestacionais (SD = 0,556). Constatou-se risco específico para suicídio em 5% (n = 14) do total da amostra. Destas gestantes, 85% têm relacionamento estável (casada ou amasiada), em 50% dos casos a gestação foi planejada, 71% têm religião e não exercem atividade profissional. Quando correlacionados os dados de estado civil, planejamento da gestação, idade, escolaridade, atividade profissional, risco de prematuridade e religião com risco para suicídio, constatou-se que ter uma religião apresentou significância estatística (p = 0,012). Não foram encontradas associações positivas para nenhum dos outros itens selecionados, quando comparados com o risco para suicídio. Ao correlacionar o risco de suicídio com os demais sintomas característicos de depressão maior, observou-se significância estatística em relação à insônia ou hipersonia (p = 0,003), fadiga ou perda de energia (p = 0,001), diminuição ou aumento do apetite (p = 0,005), menor interesse nas atividades diárias (p = 0,000), humor deprimido (p = 0,000), sentimento de inutilidade ou culpa (p = 0,000), diminuição da concentração (p = 0,002), agitação ou retardo psicomotor (p = 0,002). CONCLUSÃO: Observou-se que a religião pode ser um fator protetor com relação ao comportamento suicida. Além de propiciar uma rede social de apoio da qual as mulheres necessitam no período gravídico, as religiões apoiam as crenças na vida após a morte e em um Deus amoroso, propiciando objetivos a vida e autoestima e fornecendo modelos de enfrentamento de crises. Os resultados sugerem a importância da prevenção e diagnóstico precoce do risco para suicídio, pois ocasionar a própria morte é uma tentativa de mudar de uma esfera para outra à força, buscando solução para o que parece impossível.
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