Validade de um índice prognóstico para ocorrência de complicações pulmonares no pós-operatório de cirurgia abdominal alta
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Data de Publicação: | 2002 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista da Associação Médica Brasileira (Online) |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302002000300032 |
Resumo: | OBJETIVO: Observar se a freqüência de complicações pulmonares observadas no pós-operatório de cirurgia abdominal alta eletiva corresponde a freqüência estimada pelo índice prognóstico de Pereira et al Detectar fatores de risco implicados na mortalidade pós-operatória. MÉTODOS: 283 pacientes foram avaliados no pré-operatório por questionário clínico, exame físico, radiograma de tórax e espirometria. Ao final, calculou-se para cada paciente o risco de desenvolver complicações pulmonares pós-operatórias (CPP) segundo o índice prognóstico de Pereira et al. No período pós-operatório, registrou-se a ocorrência de complicações, a incidência e causa de óbitos bem como o tipo de cirurgia, a duração da mesma, o tempo de internação total e em unidade de terapia intensiva. RESULTADOS: 69 pacientes (24,4%) desenvolveram 87 CPP. Pneumonia foi a mais freqüente (30/87;34%), seguido por atelectasia (21/87;24%), broncoespasmo (15/87;17%), insuficiência respiratória aguda (11/87;13%), ventilação mecânica prolongada (8/87;9%) e infecção brônquica (2/87;2%). A análise univariada, seguida pela regressão logística, identificou como fatores de risco independentes para a ocorrência de CPP idade > 56 anos (p=0,0039), tempo cirúrgico > 210 minutos (p=0,0044) e pneumopatia crônica (p=0,0257). Ao comparar a freqüência de CPP que ocorreu em cada uma das oito categorias de risco com a freqüência estimada, não houve diferença estatisticamente significante entre nenhum dos grupos, quando utilizou-se como referência a idade do paciente, o tempo de cirurgia e a presença de pneumopatia crônica. Quando para o cálculo do risco utilizou-se a relação VEF1/CVF, houve diferença entre a freqüência estimada para ocorrência de CPP e a observada, para os pacientes pertencentes ao grupo com VEF1/CVF < 70%, tempo cirúrgico > 210 minutos e ausência de doença clínica. Constatou-se também, por análise univariada, que a presença de doença clínica associada à cirúrgica, o número de dias de internação em UTI e a ocorrência de CPP são fatores de risco independentes para ocorrência de óbito no pós-operatório. Após análise de regressão logística, somente a ocorrência de CPP (p=0,003) está associada significantemente com mortalidade pós-operatória. CONCLUSÕES: O índice prognóstico de Pereira et al. é válido para estimar o risco de ocorrência de CPP em pacientes submetidos à cirurgia abdominal alta eletiva. Idade > 56 anos, presença de pneumopatia crônica e tempo cirúrgico > 210 minutos se comportaram como fatores de risco independentes para a ocorrência de CPP, que, por sua vez, foi a única variável associada a maior ocorrência de mortalidade pós-operatória. |
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