Prescrição de medicamentos para crianças hospitalizadas: como avaliar a qualidade?
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2001 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista da Associação Médica Brasileira (Online) |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302001000400036 |
Resumo: | Pacientes pediátricos, chamados "órfãos terapêuticos", são geralmente excluídos de ensaios clínicos para desenvolvimento de novos medicamentos, os quais são usados em crianças de modo empírico e muitas vezes questionável. Este estudo descreve o padrão de prescrição de medicamentos para crianças hospitalizadas e propõe critérios para avaliar a qualidade da prescrição. MÉTODOS: O farmacêutico hospitalar determinou a prevalência de prescrição de medicamentos em cinco enfermarias pediátricas, a partir da análise conjunta de dados reunidos em quatro coletas de um dia, nos meses de março, abril, maio e junho de 1999, quando foram registrados todos os medicamentos prescritos nas enfermarias em estudo. Foram propostos seis critérios para avaliar a qualidade das prescrições. Os medicamentos foram classificados pela ATC, classificação recomendada pela OMS. RESULTADOS: Foi analisada a prescrição de 332 pacientes. Os diagnósticos mais freqüentes foram pneumonia (40,4%), meningite e meningococcemia 6%, diarréia e desidratação 6%. As três classes terapêuticas mais prescritas foram: sistema nervoso (N) 109%, antiinfecciosos de uso sistêmico (J) 81,9% e sistema respiratório ( R ) 69%. Os três medicamentos mais prescritos foram dipirona 88,3%, fenoterol 30,7% e penicilina G 25,0%. A avaliação da qualidade, frente aos critérios propostos, mostrou: 1. excessivo uso da via endovenosa, 2. adequada dose dos medicamentos de baixo índice terapêutico, 3. nenhuma duplicação terapêutica, 4. presença de prescrição de medicamentos não aprovados para uso em pediatria ou para indicações não aprovadas, 5. freqüentes interações medicamentosas potenciais, e 6. prescrição de medicamentos não padronizados pela instituição. CONCLUSÃO: Medidas simples, como o uso mais criterioso da via intravenosa e padronização adequada às necessidades dos pacientes pediátricos, podem acrescentar qualidade ao atendimento de crianças hospitalizadas e diminuir o seu desconforto. O trabalho mostra o resultado da integração do farmacêutico hospitalar na equipe multiprofissional de saúde. |
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