Óbitos por serpentes peçonhentas no Estado de São Paulo: avaliação de 43 casos, 1988/93

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ribeiro,L. A.
Data de Publicação: 1998
Outros Autores: Albuquerque,M.J., Pires de Campos,V. A.F., Katz,G., Takaoka,N.Y., Lebrão,M.L., Jorge,M.T.
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista da Associação Médica Brasileira (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42301998000400010
Resumo: São ainda mal estabelecidos os fatores prognósticos para a ocorrência de óbito nos envenenamentos por serpentes e as causas que o determinam. OBJETIVO: Determinar, no envenenamento ofídico, os fatores prognósticos e as causas mais prováveis do óbito. MÉTODOS: No período de 1988 a 1993 foram notificados 12.639 casos de acidentes por serpentes peçonhentas no Estado de São Paulo, com 43 óbitos (0,34%). Foram comparadas as variáveis obtidas das fichas de notificação dos acidentes com aquelas dos prontuários e/ou dos relatórios médicos dos casos de óbito. RESULTADOS: O diagnóstico quanto ao gênero da serpente foi realizado em 11.297 acidentes, sendo 9.828 (87%) por Bothrops, 1.359 (12%) por Crotalus e 110 (1%) por Micrurus, e em 41 casos de óbito, sendo 28 (68,3%) por Bothrops e 13 (31,7%) por Crotalus (p<0,05). Informação quanto a sexo e idade dos pacientes foi fornecida em, respectivamente, 12.620 e 12.527 acidentes. Pertenciam ao sexo masculino 9.783 (77,5%) pacientes picados e 35 (81,4%) que faleceram (p>0,05). Tinham 50 anos ou mais 15,9% dos pacientes picados e 41,8% daqueles que faleceram (p<0,05). As regiões anatômicas mais freqüentemente picadas foram: pé (42,2%), mão (20,6%), perna (17,6%) e tornozelo (13,1%), nos acidentes, e pé (35,7%) e perna (35,7%), nos casos de óbito (p<0,05). A alteração da coagulação ocorreu em 34 (91,9%) de 37 pacientes que evoluíram para o óbito. As manifestações e complicações mais referidas como possíveis causas de óbito foram: insuficiência renal (34-79,1%), insuficiência respiratória (28- 65,1%), choque (18-41,9%) e septicemia (18- 41,9%). Dentre os pacientes que evoluíram para óbito, excluindo-se um caso sem informação, 29,4% faleceram dentro dos primeiros dois dias após a picada. A insuficiência respiratória foi mais comum entre os que faleceram devido ao envenenamento crotálico e a septicemia só foi referida para o envenenamento botrópico. CONCLUSÃO: A maioria dos acidentes e dos óbitos é causada por Bothrops; são mais freqüentemente letais os envenenamentos por Crotalus, as picadas na perna e em pessoas com mais de 50 anos; a complicação mais comum nos casos fatais é a insuficiência renal.
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