Desfecho de pacientes com câncer internados em unidades de terapia intensiva brasileiras com lesão renal aguda

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Soares,Márcio
Data de Publicação: 2010
Outros Autores: Lobo,Suzana Margarete Ajeje, Torelly,André Peretti, Mello,Patricia Veiga de Carvalho, Silva,Ulisses, Teles,José Mário Meira, Silva,Eliézer, Caruso,Pedro, Friedman,Gilberto, Souza,Paulo César Pereira de, Réa-Neto,Álvaro, Vianna,Arthur Oswaldo, Azevedo,José Raimundo, Vale,Érico, Rezegue,Leila, Godoy,Michele, Maia,Marcelo Oliveira, Salluh,Jorge Ibrain Figueira
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista brasileira de terapia intensiva (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-507X2010000300004
Resumo: OBJETIVOS: Pacientes com câncer criticamente enfermos têm maior risco de lesão renal aguda, mas estudos envolvendo estes pacientes são escassos, e todos em centros únicos e realizados em unidades de terapia intensiva especializadas. O objetivo deste estudo foi avaliar as características e desfechos em uma coorte prospectiva de pacientes de câncer internados em diversas unidades de terapia intensiva com lesão renal aguda. MÉTODOS: Estudo prospectivo multicêntrico de coorte realizado em unidades de terapia intensiva de 28 hospitais brasileiros em um período de dois meses. Foram utilizadas regressões logísticas univariada e multivariada para identificar os fatores associados a mortalidade hospitalar. RESULTADOS: Dentre todas as 717 internações a unidades de terapia intensiva, 87 (12%) tiveram lesão renal aguda e 36% deles receberam terapia de substituição renal. A lesão renal se desenvolveu mais frequentemente em pacientes com neoplasias hematológicas do que em pacientes com tumores sólidos (26% x 11%; p=0,003). Isquemia/choque (76%) e sepse (67%) foram os principais fatores associados à lesão renal, e esta foi multifatorial em 79% dos pacientes. A letalidade hospitalar foi de 71%. Os escores de gravidade gerais e específicos para pacientes com lesão renal, foram imprecisos para predizer o prognóstico nestes pacientes. Na análise multivariada, a duração da internação hospitalar antes da unidade de terapia intensiva, disfunções orgânicas agudas, necessidade de ventilação mecânica e um performance status comprometido associaram-se à maior letalidade. Mais ainda, características relacionadas ao câncer não se associaram com os desfechos. CONCLUSÕES: O presente estudo demonstra que internação na unidade de terapia intensiva e suporte avançado à vida devem ser considerados em pacientes selecionados de câncer criticamente enfermos com lesão renal.
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