A realidade dos pacientes que necessitam de ventilação mecânica prolongada: um estudo multicêntrico

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Loss,Sérgio Henrique
Data de Publicação: 2015
Outros Autores: Oliveira,Roselaine Pinheiro de, Maccari,Juçara Gasparetto, Savi,Augusto, Boniatti,Marcio Manozzo, Hetzel,Márcio Pereira, Dallegrave,Daniele Munaretto, Balzano,Patrícia de Campos, Oliveira,Eubrando Silvestre, Höher,Jorge Amilton, Torelly,André Peretti, Teixeira,Cassiano
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista brasileira de terapia intensiva (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-507X2015000100026
Resumo: Objetivo: Na última década ocorreu um aumento no número de pacientes que necessitam manutenção de ventilação mecânica prolongada, resultando no surgimento de uma grande população de pacientes crônicos criticamente enfermos. Este estudo estabeleceu a incidência de ventilação mecânica prolongada em quatro unidades de terapia intensiva e relatou as diferentes características, desfechos hospitalares e impacto nos custos e serviços de pacientes com ventilação mecânica prolongada (dependência de ventilação mecânica por 21 dias ou mais) em comparação a pacientes sem ventilação mecânica prolongada (dependência de ventilação mecânica inferior a 21 dias). Métodos: Este foi um estudo multicêntrico de coorte que envolveu todos os pacientes admitidos em quatro unidades de terapia intensiva. As principais avaliações de desfechos incluíram o tempo de permanência na unidade de terapia intensiva e no hospital, a incidência de complicações durante a permanência na unidade de terapia intensiva, e a mortalidade na unidade de terapia intensiva e no hospital. Resultados: Durante o período do estudo, ocorreram 5.287 admissões às unidades de terapia intensiva. Alguns desses pacientes (41,5%) necessitaram de suporte ventilatório (n = 2.197), e 218 dos pacientes (9,9%) cumpriram os critérios de ventilação mecânica prolongada. Algumas complicações se desenvolveram durante a permanência na unidade de terapia intensiva como fraqueza muscular, úlceras de pressão, sepse nosocomial bacteriana, candidemia, embolia pulmonar, e delirium hiperativo; estas se associaram com um risco significantemente maior de ventilação mecânica prolongada. Os pacientes de ventilação mecânica prolongada tiveram um aumento significante da mortalidade na unidade de terapia intensiva (diferença absoluta = 14,2%; p < 0,001) e da mortalidade hospitalar (diferença absoluta = 19,1%; p < 0,001). O grupo com ventilação mecânica prolongada permaneceu mais dias no hospital após receber alta da unidade de terapia intensiva (26,9 ± 29,3 versus 10,3 ± 20,4 dias; p < 0,001) e acarretou custos mais elevados. Conclusão: A classificação de pacientes crônicos criticamente enfermos segundo a definição de ventilação mecânica prolongada adotada em nosso estudo (dependência de ventilação mecânica por período igual ou superior a 21 dias) identificou pacientes com risco elevado de complicações durante a permanência na unidade de terapia intensiva, permanência mais longa na unidade de terapia intensiva e no hospital, taxas de mortalidade maiores e custos mais elevados.
id AMIB-1_d351c233ffd4c0183b4311fb3cb45b01
oai_identifier_str oai:scielo:S0103-507X2015000100026
network_acronym_str AMIB-1
network_name_str Revista brasileira de terapia intensiva (Online)
repository_id_str
spelling A realidade dos pacientes que necessitam de ventilação mecânica prolongada: um estudo multicêntricoRespiração artificial/métodosPrognósticoMortalidade Objetivo: Na última década ocorreu um aumento no número de pacientes que necessitam manutenção de ventilação mecânica prolongada, resultando no surgimento de uma grande população de pacientes crônicos criticamente enfermos. Este estudo estabeleceu a incidência de ventilação mecânica prolongada em quatro unidades de terapia intensiva e relatou as diferentes características, desfechos hospitalares e impacto nos custos e serviços de pacientes com ventilação mecânica prolongada (dependência de ventilação mecânica por 21 dias ou mais) em comparação a pacientes sem ventilação mecânica prolongada (dependência de ventilação mecânica inferior a 21 dias). Métodos: Este foi um estudo multicêntrico de coorte que envolveu todos os pacientes admitidos em quatro unidades de terapia intensiva. As principais avaliações de desfechos incluíram o tempo de permanência na unidade de terapia intensiva e no hospital, a incidência de complicações durante a permanência na unidade de terapia intensiva, e a mortalidade na unidade de terapia intensiva e no hospital. Resultados: Durante o período do estudo, ocorreram 5.287 admissões às unidades de terapia intensiva. Alguns desses pacientes (41,5%) necessitaram de suporte ventilatório (n = 2.197), e 218 dos pacientes (9,9%) cumpriram os critérios de ventilação mecânica prolongada. Algumas complicações se desenvolveram durante a permanência na unidade de terapia intensiva como fraqueza muscular, úlceras de pressão, sepse nosocomial bacteriana, candidemia, embolia pulmonar, e delirium hiperativo; estas se associaram com um risco significantemente maior de ventilação mecânica prolongada. Os pacientes de ventilação mecânica prolongada tiveram um aumento significante da mortalidade na unidade de terapia intensiva (diferença absoluta = 14,2%; p < 0,001) e da mortalidade hospitalar (diferença absoluta = 19,1%; p < 0,001). O grupo com ventilação mecânica prolongada permaneceu mais dias no hospital após receber alta da unidade de terapia intensiva (26,9 ± 29,3 versus 10,3 ± 20,4 dias; p < 0,001) e acarretou custos mais elevados. Conclusão: A classificação de pacientes crônicos criticamente enfermos segundo a definição de ventilação mecânica prolongada adotada em nosso estudo (dependência de ventilação mecânica por período igual ou superior a 21 dias) identificou pacientes com risco elevado de complicações durante a permanência na unidade de terapia intensiva, permanência mais longa na unidade de terapia intensiva e no hospital, taxas de mortalidade maiores e custos mais elevados. Associação de Medicina Intensiva Brasileira - AMIB2015-03-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-507X2015000100026Revista Brasileira de Terapia Intensiva v.27 n.1 2015reponame:Revista brasileira de terapia intensiva (Online)instname:Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB)instacron:AMIB10.5935/0103-507X.20150006info:eu-repo/semantics/openAccessLoss,Sérgio HenriqueOliveira,Roselaine Pinheiro deMaccari,Juçara GasparettoSavi,AugustoBoniatti,Marcio ManozzoHetzel,Márcio PereiraDallegrave,Daniele MunarettoBalzano,Patrícia de CamposOliveira,Eubrando SilvestreHöher,Jorge AmiltonTorelly,André PerettiTeixeira,Cassianopor2015-04-14T00:00:00Zoai:scielo:S0103-507X2015000100026Revistahttp://www.scielo.br/rbtihttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phpdiretoria@amib.org.br||rbti.artigos@amib.org.br1982-43350103-507Xopendoar:2015-04-14T00:00Revista brasileira de terapia intensiva (Online) - Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB)false
dc.title.none.fl_str_mv A realidade dos pacientes que necessitam de ventilação mecânica prolongada: um estudo multicêntrico
title A realidade dos pacientes que necessitam de ventilação mecânica prolongada: um estudo multicêntrico
spellingShingle A realidade dos pacientes que necessitam de ventilação mecânica prolongada: um estudo multicêntrico
Loss,Sérgio Henrique
Respiração artificial/métodos
Prognóstico
Mortalidade
title_short A realidade dos pacientes que necessitam de ventilação mecânica prolongada: um estudo multicêntrico
title_full A realidade dos pacientes que necessitam de ventilação mecânica prolongada: um estudo multicêntrico
title_fullStr A realidade dos pacientes que necessitam de ventilação mecânica prolongada: um estudo multicêntrico
title_full_unstemmed A realidade dos pacientes que necessitam de ventilação mecânica prolongada: um estudo multicêntrico
title_sort A realidade dos pacientes que necessitam de ventilação mecânica prolongada: um estudo multicêntrico
author Loss,Sérgio Henrique
author_facet Loss,Sérgio Henrique
Oliveira,Roselaine Pinheiro de
Maccari,Juçara Gasparetto
Savi,Augusto
Boniatti,Marcio Manozzo
Hetzel,Márcio Pereira
Dallegrave,Daniele Munaretto
Balzano,Patrícia de Campos
Oliveira,Eubrando Silvestre
Höher,Jorge Amilton
Torelly,André Peretti
Teixeira,Cassiano
author_role author
author2 Oliveira,Roselaine Pinheiro de
Maccari,Juçara Gasparetto
Savi,Augusto
Boniatti,Marcio Manozzo
Hetzel,Márcio Pereira
Dallegrave,Daniele Munaretto
Balzano,Patrícia de Campos
Oliveira,Eubrando Silvestre
Höher,Jorge Amilton
Torelly,André Peretti
Teixeira,Cassiano
author2_role author
author
author
author
author
author
author
author
author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Loss,Sérgio Henrique
Oliveira,Roselaine Pinheiro de
Maccari,Juçara Gasparetto
Savi,Augusto
Boniatti,Marcio Manozzo
Hetzel,Márcio Pereira
Dallegrave,Daniele Munaretto
Balzano,Patrícia de Campos
Oliveira,Eubrando Silvestre
Höher,Jorge Amilton
Torelly,André Peretti
Teixeira,Cassiano
dc.subject.por.fl_str_mv Respiração artificial/métodos
Prognóstico
Mortalidade
topic Respiração artificial/métodos
Prognóstico
Mortalidade
description Objetivo: Na última década ocorreu um aumento no número de pacientes que necessitam manutenção de ventilação mecânica prolongada, resultando no surgimento de uma grande população de pacientes crônicos criticamente enfermos. Este estudo estabeleceu a incidência de ventilação mecânica prolongada em quatro unidades de terapia intensiva e relatou as diferentes características, desfechos hospitalares e impacto nos custos e serviços de pacientes com ventilação mecânica prolongada (dependência de ventilação mecânica por 21 dias ou mais) em comparação a pacientes sem ventilação mecânica prolongada (dependência de ventilação mecânica inferior a 21 dias). Métodos: Este foi um estudo multicêntrico de coorte que envolveu todos os pacientes admitidos em quatro unidades de terapia intensiva. As principais avaliações de desfechos incluíram o tempo de permanência na unidade de terapia intensiva e no hospital, a incidência de complicações durante a permanência na unidade de terapia intensiva, e a mortalidade na unidade de terapia intensiva e no hospital. Resultados: Durante o período do estudo, ocorreram 5.287 admissões às unidades de terapia intensiva. Alguns desses pacientes (41,5%) necessitaram de suporte ventilatório (n = 2.197), e 218 dos pacientes (9,9%) cumpriram os critérios de ventilação mecânica prolongada. Algumas complicações se desenvolveram durante a permanência na unidade de terapia intensiva como fraqueza muscular, úlceras de pressão, sepse nosocomial bacteriana, candidemia, embolia pulmonar, e delirium hiperativo; estas se associaram com um risco significantemente maior de ventilação mecânica prolongada. Os pacientes de ventilação mecânica prolongada tiveram um aumento significante da mortalidade na unidade de terapia intensiva (diferença absoluta = 14,2%; p < 0,001) e da mortalidade hospitalar (diferença absoluta = 19,1%; p < 0,001). O grupo com ventilação mecânica prolongada permaneceu mais dias no hospital após receber alta da unidade de terapia intensiva (26,9 ± 29,3 versus 10,3 ± 20,4 dias; p < 0,001) e acarretou custos mais elevados. Conclusão: A classificação de pacientes crônicos criticamente enfermos segundo a definição de ventilação mecânica prolongada adotada em nosso estudo (dependência de ventilação mecânica por período igual ou superior a 21 dias) identificou pacientes com risco elevado de complicações durante a permanência na unidade de terapia intensiva, permanência mais longa na unidade de terapia intensiva e no hospital, taxas de mortalidade maiores e custos mais elevados.
publishDate 2015
dc.date.none.fl_str_mv 2015-03-01
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-507X2015000100026
url http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-507X2015000100026
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 10.5935/0103-507X.20150006
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv text/html
dc.publisher.none.fl_str_mv Associação de Medicina Intensiva Brasileira - AMIB
publisher.none.fl_str_mv Associação de Medicina Intensiva Brasileira - AMIB
dc.source.none.fl_str_mv Revista Brasileira de Terapia Intensiva v.27 n.1 2015
reponame:Revista brasileira de terapia intensiva (Online)
instname:Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB)
instacron:AMIB
instname_str Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB)
instacron_str AMIB
institution AMIB
reponame_str Revista brasileira de terapia intensiva (Online)
collection Revista brasileira de terapia intensiva (Online)
repository.name.fl_str_mv Revista brasileira de terapia intensiva (Online) - Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB)
repository.mail.fl_str_mv diretoria@amib.org.br||rbti.artigos@amib.org.br
_version_ 1754212861547118592