Síndrome do desconforto respiratório agudo relacionada à sepse em crianças com câncer: dinâmica respiratória de uma condição devastadora
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Data de Publicação: | 2016 |
Outros Autores: | , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
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Título da fonte: | Revista brasileira de terapia intensiva (Online) |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-507X2016000400436 |
Resumo: | RESUMO Objetivo: Avaliar a evolução clínica e os parâmetros respiratórios de crianças com câncer submetidas à ventilação mecânica que apresentavam síndrome do desconforto respiratório agudo relacionada à sepse. Métodos: Este estudo longitudinal, prospectivo e observacional de coorte com duração de 2 anos incluiu 29 crianças e adolescentes. Dados clínicos, avaliações de gasometria sanguínea e parâmetros ventilatórios foram coletados em quatro momentos diferentes. As flutuações entre as avaliações e as diferenças entre as médias estimadas foram analisadas por meio de modelos lineares mistos, tendo como parâmetro primário (endpoint) a ocorrência de óbito dentro de 28 dias após o início da síndrome do desconforto respiratório agudo. Resultados: Ocorreram 17 óbitos dentro de 28 dias após o início da síndrome do desconforto respiratório agudo, e outros 7 entre 29 e 60 dias. Apenas cinco pacientes sobreviveram por mais de 60 dias. Nove (31%) pacientes faleceram como consequência direta de hipoxemia refratária, e os demais em razão de falência de múltiplos órgãos e choque refratário a catecolaminas. Em 66% das avaliações, o volume corrente demandado para obter saturação de oxigênio igual ou acima de 90% foi superior a 7mL/kg. As médias estimadas de complacência dinâmica foram baixas e similares para sobreviventes e não sobreviventes, porém com inclinação negativa da reta entre a primeira e última avaliações, acompanhada por uma inclinação negativa da reta para volume corrente nos não sobreviventes. Os não sobreviventes tiveram significantemente mais hipoxemia, com relações PaO2/FiO2 que demonstravam médias mais baixas e inclinação negativa da reta nas quatro avaliações. As pressões pico, expiratória e média das vias aéreas demonstraram inclinações positivas na reta para os não sobreviventes, que também apresentaram mais acidose metabólica. Conclusões: Na maioria de nossas crianças com câncer, a sepse e a síndrome do desconforto respiratório agudo evoluíram com deterioração dos índices ventilatórios e progressiva disfunção de órgãos, o que tornou esta tríade praticamente fatal em crianças. |
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Síndrome do desconforto respiratório agudo relacionada à sepse em crianças com câncer: dinâmica respiratória de uma condição devastadoraRespiração artificialSíndrome do desconforto respiratório do adultoSepseNeoplasiasCriançaRESUMO Objetivo: Avaliar a evolução clínica e os parâmetros respiratórios de crianças com câncer submetidas à ventilação mecânica que apresentavam síndrome do desconforto respiratório agudo relacionada à sepse. Métodos: Este estudo longitudinal, prospectivo e observacional de coorte com duração de 2 anos incluiu 29 crianças e adolescentes. Dados clínicos, avaliações de gasometria sanguínea e parâmetros ventilatórios foram coletados em quatro momentos diferentes. As flutuações entre as avaliações e as diferenças entre as médias estimadas foram analisadas por meio de modelos lineares mistos, tendo como parâmetro primário (endpoint) a ocorrência de óbito dentro de 28 dias após o início da síndrome do desconforto respiratório agudo. Resultados: Ocorreram 17 óbitos dentro de 28 dias após o início da síndrome do desconforto respiratório agudo, e outros 7 entre 29 e 60 dias. Apenas cinco pacientes sobreviveram por mais de 60 dias. Nove (31%) pacientes faleceram como consequência direta de hipoxemia refratária, e os demais em razão de falência de múltiplos órgãos e choque refratário a catecolaminas. Em 66% das avaliações, o volume corrente demandado para obter saturação de oxigênio igual ou acima de 90% foi superior a 7mL/kg. As médias estimadas de complacência dinâmica foram baixas e similares para sobreviventes e não sobreviventes, porém com inclinação negativa da reta entre a primeira e última avaliações, acompanhada por uma inclinação negativa da reta para volume corrente nos não sobreviventes. Os não sobreviventes tiveram significantemente mais hipoxemia, com relações PaO2/FiO2 que demonstravam médias mais baixas e inclinação negativa da reta nas quatro avaliações. As pressões pico, expiratória e média das vias aéreas demonstraram inclinações positivas na reta para os não sobreviventes, que também apresentaram mais acidose metabólica. Conclusões: Na maioria de nossas crianças com câncer, a sepse e a síndrome do desconforto respiratório agudo evoluíram com deterioração dos índices ventilatórios e progressiva disfunção de órgãos, o que tornou esta tríade praticamente fatal em crianças.Associação de Medicina Intensiva Brasileira - AMIB2016-12-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-507X2016000400436Revista Brasileira de Terapia Intensiva v.28 n.4 2016reponame:Revista brasileira de terapia intensiva (Online)instname:Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB)instacron:AMIB10.5935/0103-507x.20160077info:eu-repo/semantics/openAccessArduini,Rodrigo GenaroAraujo,Orlei Ribeiro deSilva,Dafne Cardoso Bourguignon daSenerchia,Andreza AlmeidaPetrilli,Antonio Sergiopor2017-01-12T00:00:00Zoai:scielo:S0103-507X2016000400436Revistahttp://www.scielo.br/rbtihttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phpdiretoria@amib.org.br||rbti.artigos@amib.org.br1982-43350103-507Xopendoar:2017-01-12T00:00Revista brasileira de terapia intensiva (Online) - Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB)false |
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