Adeus à classe trabalhadora?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Eley,Geoff
Data de Publicação: 2013
Outros Autores: Nield,Keith
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista brasileira de história (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-01882013000200008
Resumo: No início da década de 1980, a política centrada em classes da tradição socialista estava em crise, e comentadores importantes adotaram tons apocalípticos. No final da década, a esquerda permanecia profundamente dividida entre os advogados da mudança e os defensores da fé. Em meados dos anos 1990, os primeiros tinham, de modo geral, ganhado a batalha. O artigo busca apresentar essa mudança contemporânea não como a 'morte da classe', mas como o desa­parecimento de um tipo particular de ­sociedade de classes, marcado pelo ­processo de formação da classe trabalhadora entre os anos 1880 e 1940 e pelo alinhamento político daí resultante, atingindo seu apogeu na construção social-democrata do acordo do pós-guerra. Quando mudanças de longo prazo na economia se combinaram com o ataque ao keynesianismo na política de recessão a partir de meados da década de 1970, a unidade da classe trabalhadora deixou de estar disponível da forma antiga e bastante utilizada, como o terreno natural da política de esquerda. Enquanto uma coletividade dominante da classe trabalhadora entrou em declínio, outra se corporificou de modo lento e desigual para tomar o lugar daquela. Mas a unidade operacional dessa nova agregação da classe trabalhadora ainda está, em grande parte, em formação. Para recuperar a eficácia política da tradição socialista, alguma nova visão de agência política coletiva será necessária, uma visão imaginativamente ajustada às condições emergentes da produção e acumulação capitalista no início do século XXI.
id ANPUH-1_2ac4bdf5a5fdfb0f5e71c3051120a5db
oai_identifier_str oai:scielo:S0102-01882013000200008
network_acronym_str ANPUH-1
network_name_str Revista brasileira de história (Online)
repository_id_str
spelling Adeus à classe trabalhadora?história socialclasse socialidentidadesNo início da década de 1980, a política centrada em classes da tradição socialista estava em crise, e comentadores importantes adotaram tons apocalípticos. No final da década, a esquerda permanecia profundamente dividida entre os advogados da mudança e os defensores da fé. Em meados dos anos 1990, os primeiros tinham, de modo geral, ganhado a batalha. O artigo busca apresentar essa mudança contemporânea não como a 'morte da classe', mas como o desa­parecimento de um tipo particular de ­sociedade de classes, marcado pelo ­processo de formação da classe trabalhadora entre os anos 1880 e 1940 e pelo alinhamento político daí resultante, atingindo seu apogeu na construção social-democrata do acordo do pós-guerra. Quando mudanças de longo prazo na economia se combinaram com o ataque ao keynesianismo na política de recessão a partir de meados da década de 1970, a unidade da classe trabalhadora deixou de estar disponível da forma antiga e bastante utilizada, como o terreno natural da política de esquerda. Enquanto uma coletividade dominante da classe trabalhadora entrou em declínio, outra se corporificou de modo lento e desigual para tomar o lugar daquela. Mas a unidade operacional dessa nova agregação da classe trabalhadora ainda está, em grande parte, em formação. Para recuperar a eficácia política da tradição socialista, alguma nova visão de agência política coletiva será necessária, uma visão imaginativamente ajustada às condições emergentes da produção e acumulação capitalista no início do século XXI.Associação Nacional de História - ANPUH2013-12-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-01882013000200008Revista Brasileira de História v.33 n.66 2013reponame:Revista brasileira de história (Online)instname:Associação Nacional de História (ANPUH)instacron:ANPUH10.1590/S0102-01882013000200008info:eu-repo/semantics/openAccessEley,GeoffNield,Keithpor2014-04-10T00:00:00Zoai:scielo:S0102-01882013000200008Revistahttp://www.scielo.br/rbhhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phprbh@usp.br||secretaria@anpuh.org1806-93470102-0188opendoar:2014-04-10T00:00Revista brasileira de história (Online) - Associação Nacional de História (ANPUH)false
dc.title.none.fl_str_mv Adeus à classe trabalhadora?
title Adeus à classe trabalhadora?
spellingShingle Adeus à classe trabalhadora?
Eley,Geoff
história social
classe social
identidades
title_short Adeus à classe trabalhadora?
title_full Adeus à classe trabalhadora?
title_fullStr Adeus à classe trabalhadora?
title_full_unstemmed Adeus à classe trabalhadora?
title_sort Adeus à classe trabalhadora?
author Eley,Geoff
author_facet Eley,Geoff
Nield,Keith
author_role author
author2 Nield,Keith
author2_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Eley,Geoff
Nield,Keith
dc.subject.por.fl_str_mv história social
classe social
identidades
topic história social
classe social
identidades
description No início da década de 1980, a política centrada em classes da tradição socialista estava em crise, e comentadores importantes adotaram tons apocalípticos. No final da década, a esquerda permanecia profundamente dividida entre os advogados da mudança e os defensores da fé. Em meados dos anos 1990, os primeiros tinham, de modo geral, ganhado a batalha. O artigo busca apresentar essa mudança contemporânea não como a 'morte da classe', mas como o desa­parecimento de um tipo particular de ­sociedade de classes, marcado pelo ­processo de formação da classe trabalhadora entre os anos 1880 e 1940 e pelo alinhamento político daí resultante, atingindo seu apogeu na construção social-democrata do acordo do pós-guerra. Quando mudanças de longo prazo na economia se combinaram com o ataque ao keynesianismo na política de recessão a partir de meados da década de 1970, a unidade da classe trabalhadora deixou de estar disponível da forma antiga e bastante utilizada, como o terreno natural da política de esquerda. Enquanto uma coletividade dominante da classe trabalhadora entrou em declínio, outra se corporificou de modo lento e desigual para tomar o lugar daquela. Mas a unidade operacional dessa nova agregação da classe trabalhadora ainda está, em grande parte, em formação. Para recuperar a eficácia política da tradição socialista, alguma nova visão de agência política coletiva será necessária, uma visão imaginativamente ajustada às condições emergentes da produção e acumulação capitalista no início do século XXI.
publishDate 2013
dc.date.none.fl_str_mv 2013-12-01
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-01882013000200008
url http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-01882013000200008
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 10.1590/S0102-01882013000200008
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv text/html
dc.publisher.none.fl_str_mv Associação Nacional de História - ANPUH
publisher.none.fl_str_mv Associação Nacional de História - ANPUH
dc.source.none.fl_str_mv Revista Brasileira de História v.33 n.66 2013
reponame:Revista brasileira de história (Online)
instname:Associação Nacional de História (ANPUH)
instacron:ANPUH
instname_str Associação Nacional de História (ANPUH)
instacron_str ANPUH
institution ANPUH
reponame_str Revista brasileira de história (Online)
collection Revista brasileira de história (Online)
repository.name.fl_str_mv Revista brasileira de história (Online) - Associação Nacional de História (ANPUH)
repository.mail.fl_str_mv rbh@usp.br||secretaria@anpuh.org
_version_ 1754209071752282112