Destinos do método clínico na contemporaneidade
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental (Online) |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-47142012000300005 |
Resumo: | O método experimental como garantia de cientificidade é abordado, assim como seu peso e idealização na ideologia cientificista atual. Destaca-se que o método clínico se distingue epistemologicamente do método experimental, e que a ambição de considerá-lo como ciência é equivocada. A psicanálise é tomada como um exemplo, visto que as tentativas de torcê-la de forma a que algum simulacro de teste empírico de sua validade seja possível nunca esmoreceram, apesar de Freud ter dito claramente que seu campo epistemológico era incompatível com isto, e que o método psicanalítico é irredutível à testabilidade, pois é uma medida terapêutica que não visa provar coisa alguma, mas alterar algo. Sendo ao mesmo tempo um tratamento e um método de investigação, o que a psicanálise visa é minorar o sofrimento neurótico e a reiteração nos caminhos que levam ao pior. Não só a psicanálise, mas toda forma de clínica requer a escuta e a atenção ao que é inevitavelmente singular, o que é um trabalho de Eros, e que vai contra a tendência atual à objetificação das formas de diagnóstico e aos protocolos de tratamento. |
id |
AUPPF-1_cbbecf55abf3ddaea0934e0715867894 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:scielo:S1415-47142012000300005 |
network_acronym_str |
AUPPF-1 |
network_name_str |
Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental (Online) |
repository_id_str |
|
spelling |
Destinos do método clínico na contemporaneidadeClínicaepistemologiapsicanáliseciênciaO método experimental como garantia de cientificidade é abordado, assim como seu peso e idealização na ideologia cientificista atual. Destaca-se que o método clínico se distingue epistemologicamente do método experimental, e que a ambição de considerá-lo como ciência é equivocada. A psicanálise é tomada como um exemplo, visto que as tentativas de torcê-la de forma a que algum simulacro de teste empírico de sua validade seja possível nunca esmoreceram, apesar de Freud ter dito claramente que seu campo epistemológico era incompatível com isto, e que o método psicanalítico é irredutível à testabilidade, pois é uma medida terapêutica que não visa provar coisa alguma, mas alterar algo. Sendo ao mesmo tempo um tratamento e um método de investigação, o que a psicanálise visa é minorar o sofrimento neurótico e a reiteração nos caminhos que levam ao pior. Não só a psicanálise, mas toda forma de clínica requer a escuta e a atenção ao que é inevitavelmente singular, o que é um trabalho de Eros, e que vai contra a tendência atual à objetificação das formas de diagnóstico e aos protocolos de tratamento.Associação Universitária de Pesquisa em Psicopatologia Fundamental2012-09-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-47142012000300005Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental v.15 n.3 2012reponame:Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental (Online)instname:Associação Universitária de Pesquisa em Psicopatologia Fundamental (AUPPF)instacron:AUPPF10.1590/S1415-47142012000300005info:eu-repo/semantics/openAccessRudge,Ana Mariapor2012-10-03T00:00:00Zoai:scielo:S1415-47142012000300005Revistahttp://www.scielo.br/rlpfhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.php||mtberlin@uol.com.br|| soniacleite@uol.com.br1984-03811415-4714opendoar:2012-10-03T00:00Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental (Online) - Associação Universitária de Pesquisa em Psicopatologia Fundamental (AUPPF)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Destinos do método clínico na contemporaneidade |
title |
Destinos do método clínico na contemporaneidade |
spellingShingle |
Destinos do método clínico na contemporaneidade Rudge,Ana Maria Clínica epistemologia psicanálise ciência |
title_short |
Destinos do método clínico na contemporaneidade |
title_full |
Destinos do método clínico na contemporaneidade |
title_fullStr |
Destinos do método clínico na contemporaneidade |
title_full_unstemmed |
Destinos do método clínico na contemporaneidade |
title_sort |
Destinos do método clínico na contemporaneidade |
author |
Rudge,Ana Maria |
author_facet |
Rudge,Ana Maria |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Rudge,Ana Maria |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Clínica epistemologia psicanálise ciência |
topic |
Clínica epistemologia psicanálise ciência |
description |
O método experimental como garantia de cientificidade é abordado, assim como seu peso e idealização na ideologia cientificista atual. Destaca-se que o método clínico se distingue epistemologicamente do método experimental, e que a ambição de considerá-lo como ciência é equivocada. A psicanálise é tomada como um exemplo, visto que as tentativas de torcê-la de forma a que algum simulacro de teste empírico de sua validade seja possível nunca esmoreceram, apesar de Freud ter dito claramente que seu campo epistemológico era incompatível com isto, e que o método psicanalítico é irredutível à testabilidade, pois é uma medida terapêutica que não visa provar coisa alguma, mas alterar algo. Sendo ao mesmo tempo um tratamento e um método de investigação, o que a psicanálise visa é minorar o sofrimento neurótico e a reiteração nos caminhos que levam ao pior. Não só a psicanálise, mas toda forma de clínica requer a escuta e a atenção ao que é inevitavelmente singular, o que é um trabalho de Eros, e que vai contra a tendência atual à objetificação das formas de diagnóstico e aos protocolos de tratamento. |
publishDate |
2012 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2012-09-01 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-47142012000300005 |
url |
http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-47142012000300005 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
10.1590/S1415-47142012000300005 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
text/html |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Associação Universitária de Pesquisa em Psicopatologia Fundamental |
publisher.none.fl_str_mv |
Associação Universitária de Pesquisa em Psicopatologia Fundamental |
dc.source.none.fl_str_mv |
Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental v.15 n.3 2012 reponame:Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental (Online) instname:Associação Universitária de Pesquisa em Psicopatologia Fundamental (AUPPF) instacron:AUPPF |
instname_str |
Associação Universitária de Pesquisa em Psicopatologia Fundamental (AUPPF) |
instacron_str |
AUPPF |
institution |
AUPPF |
reponame_str |
Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental (Online) |
collection |
Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental (Online) |
repository.name.fl_str_mv |
Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental (Online) - Associação Universitária de Pesquisa em Psicopatologia Fundamental (AUPPF) |
repository.mail.fl_str_mv |
||mtberlin@uol.com.br|| soniacleite@uol.com.br |
_version_ |
1754209292972457984 |