Mediastinite Aguda e Abscesso Cervical Secundários à lesão superficial da Hipofaringe por ingestão de corpo estranho / Acute Mediastinitis and Cervical Abscess Secondary to Superficial Hypopharyngeal Injury from Foreign Body Intake
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Brazilian Applied Science Review |
Texto Completo: | https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BASR/article/view/20077 |
Resumo: | Introdução: Ingestão de corpo estranho sem achado de perfuração esofágica possui baixas taxas de mortalidade e de complicação. Este caso relata desenvolvimento de abscesso cervical que evoluiu para mediastinite aguda como consequência de microperfuração hipofaríngea por espinha de peixe. Descrição do caso: MRGC, sexo feminino, 63 anos, hipertensa, diabética tipo 2. Admitida no pronto-socorro com cervicalgia de 2 dias de evolução após ingestão de espinha de peixe. Realizada endoscopia digestiva alta evidenciando “discreta laceração superficial na parede lateral direita da hipofaringe”. Após 11 dias do atendimento inicial, a paciente evoluiu com disfagia, odinofagia, cervicalgia e otalgia intensa à direita, sendo diagnosticados abscesso cervical profundo e mediastinite aguda no 19º dia de sintomas. Foi abordada cirurgicamente para drenagem por cervicotomia. Apresentou quadro grave de sepse, necessitando de internação prolongada na terapia intensiva. Evoluiu para óbito após 2 meses de internação por complicações da traqueostomia. Discussão: O abscesso cervical migratório associado à mediastinite aguda consiste na dispersão de uma infecção iniciada no espaço retrofaríngeo para o espaço de danger, uma vez que este espaço se estende até o diafragma e faz parte do mediastino posterior. É complicação incomum em casos de laceração superficial da hipofaringe/esôfago cervical, dado que sustenta o diagnóstico tardio no caso apresentado, levando a um quadro grave e de alta mortalidade. A mediastinite aguda é complicação mais frequente nos casos de lesão transmural do esôfago torácico, devido à proximidade das estruturas, podendo ocorrer em 4,9% dos casos, segundo a literatura. Já nas lesões de hipofaringe ou de esôfago cervical, a mediastinite aguda ocorre em cerca de 2,7% dos casos. Por essas complicações de alta morbidade e mortalidade, preconiza-se a antibioticoterapia precoce e a introdução cautelosa de dieta oral/enteral após o diagnóstico de lesões no trato digestivo por endoscopia digestiva alta, tomografia computadorizada ou esofagograma. Conclusão: O caso chama a atenção para a mediastinite aguda como possível complicação em pacientes com microperfuração esofágica após ingestão de corpo estranho. Evidenciou-se que mesmo lesões superficiais e fora do local de maior incidência de complicações podem evoluir para quadros graves de abscessos, mediastinite e sepse. Ilustra, ainda, a complexidade anatômica das fáscias cervicais e dos espaços cervicais profundos. |
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