Violência contra a mulher e feminicídio no Brasil - impacto do isolamento social pela COVID-19 / Violence against women and the femicide in Brazil - impact of social distancing for COVID-19

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Okabayashi, Nathalia Yuri Tanaka
Data de Publicação: 2020
Outros Autores: Tassara, Izabela Gonzales, Casaca, Maria Carolina Guimarães, Falcão, Adriana de Araújo, Bellini, Márcia Zilioli
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Brazilian Journal of Health Review
Texto Completo: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/9998
Resumo: A violência contra mulher é um problema de saúde pública que tem como consequência mais grave o feminicídio. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 35% das mulheres sofrem violência sexual, seja por seus parceiros íntimos ou não. O início do ano de 2020 foi marcado pelo surgimento do novo Coronavírus e pela rápida disseminação da COVID-19 em diversos países e continentes, tendo sido declarado pela Organização Mundial de Saúde uma pandemia. Buscando a contenção desta doença, os governos de diversas nações, incluindo o Brasil, optaram pelo isolamento social obrigando as famílias se manterem em suas residências por um longo período de tempo. Nesse contexto, muitas mulheres ficam sujeitas a permanecer mais tempo próximas dos seus parceiros, resultando em um aumento dos índices de violência. Este trabalho teve como objetivo a realização de um levantamento bibliográfico do tema “violência contra a mulher”, com a pretensão de estabelecer relações entre fatos e ocorrências de violência contra a mulher com o isolamento social estabelecido com a intercorrência da COVID-19 no Brasil. De acordo com os dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, o número de ligações para o Ligue 180, que recebe denúncias de violência contra a mulher, aumentou aproximadamente 9% após o estabelecimento do isolamento social a fim de conter a pandemia de COVID-19, no entanto grande parte dessas denúncias não é concretizada em boletins de ocorrências. Com base nos dados levantados das Secretarias de Segurança Pública dos estados brasileiros, pudemos observar que o estado de São Paulo teve um aumento de 138% nos casos de feminicídios comparado ao primeiro trimestre de 2018 e de 38% comparado ao mesmo período de 2019. Outros estados brasileiros também reportaram um aumento considerado nos casos de feminicídios no primeiro trimestre de 2020 em relação ao mesmo período de 2019, sendo eles: Rio de Janeiro (13%), Espírito Santo (30%), Ceará (60%), Rio Grande do Sul (73%) e Tocantins (300%). Ainda que tenha sido observado o aumento de casos de feminicídios nesses estados, o mesmo não aconteceu com o número de ocorrências formais de violência contra a mulher. A partir desse dado, inferir-se que a proximidade constante e diária com o agressor estaria constrangendo a vítima em denunciar o delito. Diante desse cenário, novas leis foram elaboradas buscando a proteção da mulher vítima de violência durante a pandemia de COVID-19 como, a PL 1.796/2020, que reconhece a urgência dos processos e que não sejam suspensos os atos processuais em causa relativas a violência doméstica e familiar; e a PL 1.798/2020, que permite que o registro de ocorrência de violência doméstica e familiar contra a mulher possa ser realizado pela internet ou número de telefone de emergência. 
id BJRH-0_0524beb82bb69b4a0dee61921f0127be
oai_identifier_str oai:ojs2.ojs.brazilianjournals.com.br:article/9998
network_acronym_str BJRH-0
network_name_str Brazilian Journal of Health Review
repository_id_str
spelling Violência contra a mulher e feminicídio no Brasil - impacto do isolamento social pela COVID-19 / Violence against women and the femicide in Brazil - impact of social distancing for COVID-19Violência Contra a MulherFeminicídioIsolamento SocialCOVID-19.A violência contra mulher é um problema de saúde pública que tem como consequência mais grave o feminicídio. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 35% das mulheres sofrem violência sexual, seja por seus parceiros íntimos ou não. O início do ano de 2020 foi marcado pelo surgimento do novo Coronavírus e pela rápida disseminação da COVID-19 em diversos países e continentes, tendo sido declarado pela Organização Mundial de Saúde uma pandemia. Buscando a contenção desta doença, os governos de diversas nações, incluindo o Brasil, optaram pelo isolamento social obrigando as famílias se manterem em suas residências por um longo período de tempo. Nesse contexto, muitas mulheres ficam sujeitas a permanecer mais tempo próximas dos seus parceiros, resultando em um aumento dos índices de violência. Este trabalho teve como objetivo a realização de um levantamento bibliográfico do tema “violência contra a mulher”, com a pretensão de estabelecer relações entre fatos e ocorrências de violência contra a mulher com o isolamento social estabelecido com a intercorrência da COVID-19 no Brasil. De acordo com os dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, o número de ligações para o Ligue 180, que recebe denúncias de violência contra a mulher, aumentou aproximadamente 9% após o estabelecimento do isolamento social a fim de conter a pandemia de COVID-19, no entanto grande parte dessas denúncias não é concretizada em boletins de ocorrências. Com base nos dados levantados das Secretarias de Segurança Pública dos estados brasileiros, pudemos observar que o estado de São Paulo teve um aumento de 138% nos casos de feminicídios comparado ao primeiro trimestre de 2018 e de 38% comparado ao mesmo período de 2019. Outros estados brasileiros também reportaram um aumento considerado nos casos de feminicídios no primeiro trimestre de 2020 em relação ao mesmo período de 2019, sendo eles: Rio de Janeiro (13%), Espírito Santo (30%), Ceará (60%), Rio Grande do Sul (73%) e Tocantins (300%). Ainda que tenha sido observado o aumento de casos de feminicídios nesses estados, o mesmo não aconteceu com o número de ocorrências formais de violência contra a mulher. A partir desse dado, inferir-se que a proximidade constante e diária com o agressor estaria constrangendo a vítima em denunciar o delito. Diante desse cenário, novas leis foram elaboradas buscando a proteção da mulher vítima de violência durante a pandemia de COVID-19 como, a PL 1.796/2020, que reconhece a urgência dos processos e que não sejam suspensos os atos processuais em causa relativas a violência doméstica e familiar; e a PL 1.798/2020, que permite que o registro de ocorrência de violência doméstica e familiar contra a mulher possa ser realizado pela internet ou número de telefone de emergência. Brazilian Journals Publicações de Periódicos e Editora Ltda.2020-05-13info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/999810.34119/bjhrv3n3-049Brazilian Journal of Health Review; Vol. 3 No. 3 (2020); 4511-4531Brazilian Journal of Health Review; v. 3 n. 3 (2020); 4511-45312595-6825reponame:Brazilian Journal of Health Reviewinstname:Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP)instacron:BJRHporhttps://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/9998/8381Copyright (c) 2020 Brazilian Journal of Health Reviewinfo:eu-repo/semantics/openAccessOkabayashi, Nathalia Yuri TanakaTassara, Izabela GonzalesCasaca, Maria Carolina GuimarãesFalcão, Adriana de AraújoBellini, Márcia Zilioli2020-06-30T18:53:38Zoai:ojs2.ojs.brazilianjournals.com.br:article/9998Revistahttp://www.brazilianjournals.com/index.php/BJHR/indexPRIhttps://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/oai|| brazilianjhr@gmail.com2595-68252595-6825opendoar:2020-06-30T18:53:38Brazilian Journal of Health Review - Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP)false
dc.title.none.fl_str_mv Violência contra a mulher e feminicídio no Brasil - impacto do isolamento social pela COVID-19 / Violence against women and the femicide in Brazil - impact of social distancing for COVID-19
title Violência contra a mulher e feminicídio no Brasil - impacto do isolamento social pela COVID-19 / Violence against women and the femicide in Brazil - impact of social distancing for COVID-19
spellingShingle Violência contra a mulher e feminicídio no Brasil - impacto do isolamento social pela COVID-19 / Violence against women and the femicide in Brazil - impact of social distancing for COVID-19
Okabayashi, Nathalia Yuri Tanaka
Violência Contra a Mulher
Feminicídio
Isolamento Social
COVID-19.
title_short Violência contra a mulher e feminicídio no Brasil - impacto do isolamento social pela COVID-19 / Violence against women and the femicide in Brazil - impact of social distancing for COVID-19
title_full Violência contra a mulher e feminicídio no Brasil - impacto do isolamento social pela COVID-19 / Violence against women and the femicide in Brazil - impact of social distancing for COVID-19
title_fullStr Violência contra a mulher e feminicídio no Brasil - impacto do isolamento social pela COVID-19 / Violence against women and the femicide in Brazil - impact of social distancing for COVID-19
title_full_unstemmed Violência contra a mulher e feminicídio no Brasil - impacto do isolamento social pela COVID-19 / Violence against women and the femicide in Brazil - impact of social distancing for COVID-19
title_sort Violência contra a mulher e feminicídio no Brasil - impacto do isolamento social pela COVID-19 / Violence against women and the femicide in Brazil - impact of social distancing for COVID-19
author Okabayashi, Nathalia Yuri Tanaka
author_facet Okabayashi, Nathalia Yuri Tanaka
Tassara, Izabela Gonzales
Casaca, Maria Carolina Guimarães
Falcão, Adriana de Araújo
Bellini, Márcia Zilioli
author_role author
author2 Tassara, Izabela Gonzales
Casaca, Maria Carolina Guimarães
Falcão, Adriana de Araújo
Bellini, Márcia Zilioli
author2_role author
author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Okabayashi, Nathalia Yuri Tanaka
Tassara, Izabela Gonzales
Casaca, Maria Carolina Guimarães
Falcão, Adriana de Araújo
Bellini, Márcia Zilioli
dc.subject.por.fl_str_mv Violência Contra a Mulher
Feminicídio
Isolamento Social
COVID-19.
topic Violência Contra a Mulher
Feminicídio
Isolamento Social
COVID-19.
description A violência contra mulher é um problema de saúde pública que tem como consequência mais grave o feminicídio. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 35% das mulheres sofrem violência sexual, seja por seus parceiros íntimos ou não. O início do ano de 2020 foi marcado pelo surgimento do novo Coronavírus e pela rápida disseminação da COVID-19 em diversos países e continentes, tendo sido declarado pela Organização Mundial de Saúde uma pandemia. Buscando a contenção desta doença, os governos de diversas nações, incluindo o Brasil, optaram pelo isolamento social obrigando as famílias se manterem em suas residências por um longo período de tempo. Nesse contexto, muitas mulheres ficam sujeitas a permanecer mais tempo próximas dos seus parceiros, resultando em um aumento dos índices de violência. Este trabalho teve como objetivo a realização de um levantamento bibliográfico do tema “violência contra a mulher”, com a pretensão de estabelecer relações entre fatos e ocorrências de violência contra a mulher com o isolamento social estabelecido com a intercorrência da COVID-19 no Brasil. De acordo com os dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, o número de ligações para o Ligue 180, que recebe denúncias de violência contra a mulher, aumentou aproximadamente 9% após o estabelecimento do isolamento social a fim de conter a pandemia de COVID-19, no entanto grande parte dessas denúncias não é concretizada em boletins de ocorrências. Com base nos dados levantados das Secretarias de Segurança Pública dos estados brasileiros, pudemos observar que o estado de São Paulo teve um aumento de 138% nos casos de feminicídios comparado ao primeiro trimestre de 2018 e de 38% comparado ao mesmo período de 2019. Outros estados brasileiros também reportaram um aumento considerado nos casos de feminicídios no primeiro trimestre de 2020 em relação ao mesmo período de 2019, sendo eles: Rio de Janeiro (13%), Espírito Santo (30%), Ceará (60%), Rio Grande do Sul (73%) e Tocantins (300%). Ainda que tenha sido observado o aumento de casos de feminicídios nesses estados, o mesmo não aconteceu com o número de ocorrências formais de violência contra a mulher. A partir desse dado, inferir-se que a proximidade constante e diária com o agressor estaria constrangendo a vítima em denunciar o delito. Diante desse cenário, novas leis foram elaboradas buscando a proteção da mulher vítima de violência durante a pandemia de COVID-19 como, a PL 1.796/2020, que reconhece a urgência dos processos e que não sejam suspensos os atos processuais em causa relativas a violência doméstica e familiar; e a PL 1.798/2020, que permite que o registro de ocorrência de violência doméstica e familiar contra a mulher possa ser realizado pela internet ou número de telefone de emergência. 
publishDate 2020
dc.date.none.fl_str_mv 2020-05-13
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/9998
10.34119/bjhrv3n3-049
url https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/9998
identifier_str_mv 10.34119/bjhrv3n3-049
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/9998/8381
dc.rights.driver.fl_str_mv Copyright (c) 2020 Brazilian Journal of Health Review
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Copyright (c) 2020 Brazilian Journal of Health Review
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Brazilian Journals Publicações de Periódicos e Editora Ltda.
publisher.none.fl_str_mv Brazilian Journals Publicações de Periódicos e Editora Ltda.
dc.source.none.fl_str_mv Brazilian Journal of Health Review; Vol. 3 No. 3 (2020); 4511-4531
Brazilian Journal of Health Review; v. 3 n. 3 (2020); 4511-4531
2595-6825
reponame:Brazilian Journal of Health Review
instname:Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP)
instacron:BJRH
instname_str Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP)
instacron_str BJRH
institution BJRH
reponame_str Brazilian Journal of Health Review
collection Brazilian Journal of Health Review
repository.name.fl_str_mv Brazilian Journal of Health Review - Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP)
repository.mail.fl_str_mv || brazilianjhr@gmail.com
_version_ 1797240051673858048