A progressão da miopia associada ao uso de aparelho celular na infância: uma revisão sistemática de estudos clínicos e comparativos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santana, Natan Augusto de Almeida
Data de Publicação: 2023
Outros Autores: Pimentel, Ana Luiza Machado Ribeiro, Vaz, Camila Moreira Caetano, Nogueira, Lyandra Yuri Katsuyama, Barreto, Lara Pedriel, Nunes, Clara Diniz Machado, de Faria, Maria Luiza Martins, Lopes, Ana Karla Aguiar de Oliveira
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Brazilian Journal of Health Review
Texto Completo: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/60344
Resumo: INTRODUÇÃO: A miopia é um distúrbio ocular comum caracterizado pela dificuldade em enxergar objetos distantes devido ao alongamento excessivo do globo ocular. Fatores de risco incluem predisposição genética, uso excessivo de dispositivos eletrônicos e atividade física limitada. Medidas de prevenção incluem exposição à luz solar, aumento da atividade física e redução do tempo de uso de dispositivos eletrônicos. O diagnóstico é feito por exame oftalmológico completo e os sintomas incluem dificuldade em enxergar objetos distantes, dores de cabeça e fadiga ocular. O tratamento mais comum é o uso de lentes corretivas, mas outras opções incluem terapia com colírios atropínicos, ortoqueratologia e cirurgia refrativa. OBJETIVO: Avaliar a relação entre a progressão da miopia e uso de aparelho celular na infância. MÉTODOS: Trata-se de revisão sistemática composta por artigos do PubMed. Os termos MeSH são myopia e screen time e os operadores booleanos AND e OR. Os filtros aplicados foram: 10 years, clinical study, comparative study, case reports e child. Compuseram a revisão um total de 8 artigos. RESULTADOS: A miopia é uma condição ocular que afeta cada vez mais crianças em todo o mundo, e estudos recentes sugerem que a pandemia de COVID-19 pode ter acelerado seu desenvolvimento. Mudanças no estilo de vida das crianças, como o aumento do tempo de exposição às telas e a redução da exposição à luz solar, são apontadas como possíveis causas. Um relato de caso descreve uma paciente que desenvolveu esotropia aguda adquirida após um período prolongado de estudo remoto e uso excessivo de dispositivos eletrônicos durante o lockdown de COVID-19. Dados de um estudo americano indicam que crianças negras apresentaram uma menor progressão de miopia em comparação com crianças asiáticas, seguidas de brancas e hispânicas. A etnia é um importante fator a ser considerado na avaliação e manejo da miopia em crianças. Um estudo dinamarquês sugere que os adolescentes com menor atividade física apresentaram maior prevalência de miopia do que aqueles com maior atividade física, e o tempo gasto em atividades de tela, como assistir TV e usar computadores, smartphones e tablets, também foi associado a uma maior prevalência de miopia. As intervenções preventivas para o desenvolvimento da miopia em crianças incluem a promoção de atividades ao ar livre e a limitação do uso de dispositivos eletrônicos. CONCLUSÃO: O uso prolongado de aparelhos eletrônicos, especialmente celulares, está associado ao desenvolvimento ou progressão da miopia em crianças e adolescentes, conforme evidências de artigos revisados. A pandemia de COVID-19 pode ter aumentado o risco de miopia devido ao confinamento e aumento do tempo de uso de dispositivos eletrônicos. Estratégias de prevenção incluem reduzir o tempo de exposição à tela, aumentar atividades ao ar livre e realizar exames oftalmológicos regulares. É urgente conscientizar sobre os riscos associados à exposição prolongada a dispositivos eletrônicos na infância e adolescência.
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