Retinopatia Diabética: uma revisão de literatura

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: França, Carolina Hammoud
Data de Publicação: 2023
Outros Autores: Tabosa, Julia Cavalari, de Oliveira, Bruno Rodrigues
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Brazilian Journal of Health Review
Texto Completo: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/56947
Resumo: Os distúrbios oftalmológicos atingem grande parte da população brasileira, principalmente os idosos. Tais acometimentos, possuem maior incidência em pacientes com comorbidades associadas, como a diabetes mellitus (DM). A exemplo disso, cita-se a retinopatia diabética (RD), complicação microvascular que atinge mais de um terço das pessoas com DM. Essa revisão objetiva entender a associação da retinopatia com a diabetes mellitus, bem como seu tratamento. Assim sendo, foram realizadas pesquisas nos bancos de dados PubMed, LILACS e SciELO sobre a temática e selecionado artigos mais recentes. Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, no Brasil há aproximadamente quatro milhões de pessoas com DM que possuem algum grau de retinopatia diabética. Tal patologia é uma manifestação retiniana de uma microangiopatia que ocorre devido a hiperglicemia sanguínea, aumentando a permeabilidade capilar dos vasos da retina e deixando-os mais propensos a lesões. Além disso, possui duas variações, denominadas proliferativa e não proliferativa. Vale ressaltar que a primeira pode progredir para perda da visão, sendo caracterizada principalmente pela adesão dos leucócitos polimorfonucleares à parede do capilar retiniano, ocluindo o vaso, causando extravasamento vascular, hipóxia tecidual e liberação do Fator de Crescimento do Endotélio Capilar, responsável pela neoangiogênese. Esta formação anômala de vasos pode desencadear hemorragia no humor vítreo, descolamento da retina por tração e glaucoma neovascular, causador de dor. A progressão do caráter não proliferativo para o proliferativo dependerá de quanto tempo o paciente é portador de DM, do manejo da glicemia sanguínea e do controle da pressão arterial. Para diagnóstico da RD, faz-se o exame oftalmológico incluindo a oftalmoscopia e a biomicroscopia da retina sob midríase medicamentosa, sendo essenciais para detectar e fazer o estadiamento da patologia. Em relação ao tratamento, deve-se primeiramente controlar os níveis de pressóricos e da glicemia do paciente. Estudos mostram que um controle glicêmico rigoroso reduz a progressão da retinopatia para as suas formas mais graves em mais da metade dos casos. Para os pacientes com RD proliferativa, a fotocoagulação é o tratamento padrão-ouro que consiste na coagulação da retina com um raio laser. Este procedimento primeiramente danifica as células do epitélio pigmentado da retina e os melanócitos coroidais, depois o calor gerado coagula células vizinhas e tecidos adjacentes, causando oclusão dos microaneurismas e diminuindo o extravasamento dos vasos. Dessa forma, reduz a degeneração dos fotorreceptores e impede em 90% dos casos a perda de visão. Em alguns casos a fotocoagulação não é eficiente, como nas hemorragias vítreas persistentes e descolamentos tracionais de retina, assim sendo, usa-se a vitrectomia. Tal técnica evita a progressão da retinopatia, removendo a hialóide posterior e redirecionando os neovasos para a cavidade vítrea. Portanto, a RD é uma grande ameaça para o paciente portador de DM e o controle dos níveis pressóricos e da glicemia do paciente são terapêuticas substanciais para controlar não só a evolução da patologia como também para melhorar sua qualidade de vida, além de prevenir o uso da fotocoagulação ou da vitrectomia.
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