Manejo anestésico de Hiperalgesia induzida por opioide em portador de dor crônica oncológica: relato de caso

• Autor(a) principal: Sawntzy Junior, Donn Thell Frewyd
• Data de Publicação: 2023
• Outros Autores: Pimentel, Ivandete Coelho Pereira, Cardoso, Mirlane Guimarães de Melo, Fernandes, Renata Larissa de Araújo
• Tipo de documento: Artigo
• Idioma: por
• Título da fonte: Brazilian Journal of Health Review
• Texto Completo: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/63708
• topic: Hiperalgia secundária; Hiperalgesia induzida por opioides; anestesia multimodal; manejo dor crônica; dor oncológica

A Hiperalgesia Induzida por Opioide (HIO) é um tipo de hiperalgesia secundária associada à exposição prolongada a opioides, resultando em hipersensibilidade paradoxal a estímulos dolorosos que afeta negativamente o tratamento da dor no pós-operatório. O presente relato objetiva apresentar um caso de manejo anestésico intraoperatório em um paciente em uso prolongado de altas doses de opioide. Trata-se de um paciente masculino, 44 anos, ASA II, obeso, com histórico cirúrgico de citorredução endoprótese devido a condrossarcoma mixoide no ombro esquerdo e posterior acompanhamento devido a síndrome dolorosa mista de difícil controle, utilizando Metadona, Pregabalina e Amitriptilina. Admitido para revisão de endoprótese de úmero esquerdo com preditores de via aérea difícil. O manejo anestésico intraoperatório envolveu uma estratégia multimodal, incluindo a administração de dexametasona, ondansetrona, parecoxibe e dipirona, seguida de pré-indução com dexmedetomidina, sulfato de magnésio e lidocaína e indução anestésica com dextrocetamina, propofol e brometo de rocurônio. O paciente evoluiu sem necessidade de opioides e apresentou Escala Visual Analógica da dor (EVA) 0 na Sala de Recuperação pós-anestésica (SRPA). Pacientes em uso crônico de opioides, como a metadona, podem estar propensos à HIO, tornando essencial um manejo anestésico intraoperatório estratégico para controlar a hiperalgesia e a dor pós-operatória sem a necessidade de doses adicionais de opioides, como evidenciado neste caso.