Efeitos do Covid-19 na glândula tireoide
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2024 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Brazilian Journal of Health Review |
Texto Completo: | https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/66520 |
Resumo: | Desde o início da pandemia do vírus SARS-CoV-2, em 2020, muito foi estudado sobre os efeitos e sequelas causados pela doença do coronavírus (COVID-19). Ainda que seja uma doença respiratória, sabe-se que o COVID-19 pode acometer diversos órgãos e sistemas, incluindo a glândula tireoide. Foram reportadas múltiplas complicações relacionadas à glândula tireoide e todo o eixo hipotalâmico-hipofisário-tireoidiano (HHT), os quais mostram-se representar alvos significativos da infecção viral. Assim como o hipotálamo e a hipófise, que são reguladores de grande parte das glândulas endócrinas do corpo, a tireoide expressa a enzima conversora de angiotensina 2 (ECA2), que é a principal proteína que serve como sítio de ligação para a proteína Spike, presente na superfície do vírus SARS-CoV-2. Além disso, a tireoide é altamente sensível a alterações no metabolismo e homeostase corporal. Diante disso, busca-se apresentar, com base no que há disponível na literatura atual, os principais efeitos e alterações na função da glândula tireoide, que o COVID-19 pode gerar nos pacientes infectados. Foi realizada uma revisão bibliográfica de artigos publicados nos últimos 2 anos, nas plataformas PubMed e SciELO. Estudos clínicos e observacionais mostraram diversos distúrbios da tireoide que foram apontados como sequelas relacionadas ao COVID-19, como: tireoidite subaguda, síndrome da doença não tireoidiana (SDNT), tireoidite de Hashimoto, doença de Graves e tireotoxicose. Em adição, foi observado que alguns pacientes podem também mostrar níveis reduzidos de TSH e T4 livre circulantes, comparados aos que não possuem COVID-19. Evidências sugerem que a infecção direta da glândula, ou então a “tempestade de citocina”, que ocorre em alguns casos de infecção pelo SARS-Cov-2, são as causas para tais patologias. No entanto, a disfunção tireoidiana relatada durante e ulteriormente à doença do coronavírus em estudos clínicos, mostrou-se na maioria dos casos, reversível. Diante do exposto, é possível entender que pacientes que têm ou tiveram COVID-19, podem sofrer com alterações funcionais da glândula tireoide e do eixo hipotalâmico-hipofisário-tireoidiano (HHT). Assim, sendo recomendada a monitorização dos hormônios tireoidianos em tais pacientes, a fim de realizar um diagnóstico precoce de qualquer possível distúrbio tireoidiano que possa ser causado pela infecção do SARS-CoV-2. |
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Desde o início da pandemia do vírus SARS-CoV-2, em 2020, muito foi estudado sobre os efeitos e sequelas causados pela doença do coronavírus (COVID-19). Ainda que seja uma doença respiratória, sabe-se que o COVID-19 pode acometer diversos órgãos e sistemas, incluindo a glândula tireoide. Foram reportadas múltiplas complicações relacionadas à glândula tireoide e todo o eixo hipotalâmico-hipofisário-tireoidiano (HHT), os quais mostram-se representar alvos significativos da infecção viral. Assim como o hipotálamo e a hipófise, que são reguladores de grande parte das glândulas endócrinas do corpo, a tireoide expressa a enzima conversora de angiotensina 2 (ECA2), que é a principal proteína que serve como sítio de ligação para a proteína Spike, presente na superfície do vírus SARS-CoV-2. Além disso, a tireoide é altamente sensível a alterações no metabolismo e homeostase corporal. Diante disso, busca-se apresentar, com base no que há disponível na literatura atual, os principais efeitos e alterações na função da glândula tireoide, que o COVID-19 pode gerar nos pacientes infectados. Foi realizada uma revisão bibliográfica de artigos publicados nos últimos 2 anos, nas plataformas PubMed e SciELO. Estudos clínicos e observacionais mostraram diversos distúrbios da tireoide que foram apontados como sequelas relacionadas ao COVID-19, como: tireoidite subaguda, síndrome da doença não tireoidiana (SDNT), tireoidite de Hashimoto, doença de Graves e tireotoxicose. Em adição, foi observado que alguns pacientes podem também mostrar níveis reduzidos de TSH e T4 livre circulantes, comparados aos que não possuem COVID-19. Evidências sugerem que a infecção direta da glândula, ou então a “tempestade de citocina”, que ocorre em alguns casos de infecção pelo SARS-Cov-2, são as causas para tais patologias. No entanto, a disfunção tireoidiana relatada durante e ulteriormente à doença do coronavírus em estudos clínicos, mostrou-se na maioria dos casos, reversível. Diante do exposto, é possível entender que pacientes que têm ou tiveram COVID-19, podem sofrer com alterações funcionais da glândula tireoide e do eixo hipotalâmico-hipofisário-tireoidiano (HHT). Assim, sendo recomendada a monitorização dos hormônios tireoidianos em tais pacientes, a fim de realizar um diagnóstico precoce de qualquer possível distúrbio tireoidiano que possa ser causado pela infecção do SARS-CoV-2. |
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