Uso de Cetamina no manejo da dor crônica pós-operatória: uma revisão sistemática da literatura

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santana, Natan Augusto de Almeida
Data de Publicação: 2023
Outros Autores: Santana, Alexandre Augusto de Andrade, Gomes, Jacqueline Moraes, de Sousa, Isabela Zulian, de Freitas, Yuri Borges Bitu, Tessari, Bernardo Malheiros, Silveira, Ana Laura de Moura, Póvoa, Gustavo Rodrigues
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Brazilian Journal of Health Review
Texto Completo: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/58344
Resumo: INTRODUÇÃO: A cetamina, também conhecida por ketamina, é uma substância anestésica que age como antagonista não competitiva do receptor N-metil-D-aspartato, o qual é responsável por atuar no processo de sensibilização central na medula espinhal, influenciando no aparecimento da dor crônica. Além disso, a cetamina é conhecida por interagir com os receptores opióides da medula espinhal. Dessa forma, o uso deste analgésico como medida terapêutica da dor crônica e do desconforto pós-operatório tem sido amplamente estudado, haja visto que estes fatores causam grande impacto na qualidade de vida dos pacientes e no aumento das despesas médicas. OBJETIVOS: Analisar a literatura acerca do uso da cetamina no manejo da dor crônica pós operatória. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão bibliográfica da literatura especializada, na base de dados da PubMed, com os descritores: "ketamine" AND "chronic pain" AND "postoperative", nos últimos 10 anos. Foram selecionados 07 artigos científicos. Foram incluídos apenas ensaios clínicos em inglês e realizados em humanos, e excluídos artigos que não se enquadram nos objetivos do presente estudo. RESULTADOS: Todos os artigos revisados indicam que o uso da cetamina é vantajoso no manejo da dor pós operatória. No entanto, alguns estudos demonstraram que, dependendo do procedimento cirúrgico feito, doses baixas de cetamina não são eficientes para melhorar a dor crônica. Nesse contexto, a maior preocupação no uso desse analgésico corresponde a sua dosagem, uma vez que não há, atualmente, recomendações sobre uma dose adequada que previna a transição da dor aguda para a dor crônica no pós-operatório, e a administração de doses mais altas ocasionam maiores taxas de efeitos colaterais, o que pode limitar sua aplicabilidade. Além disso, foi observado que a cetamina possui melhores resultados em até 3 meses após a cirurgia em comparação a um período mais prolongado, mostrando, na maioria dos estudos, que houve uma maior incidência de dor moderada a intensa 6 meses após a cirurgia. Quando administrada em conjunto com outros analgésicos, a cetamina pode conferir vantagem adicional, potencializando a analgesia e diminuindo o uso de opióides no pós-operatório, como é o caso da administração conjunta à bupivacaína e à morfina-ropivacaína, mencionado em dois diferentes estudos. Por outro lado, a cetamina pode não conferir vantagem adicional, como quando administrada junto à pregabalina, mencionado em um estudo, sendo necessário avaliar sua necessidade, tendo em vista o custo adicional, efeitos colaterais e tolerância do paciente. A maioria dos artigos concluiu que mais estudos são necessários a respeito dessa temática, sobretudo estudos que envolvam grupos maiores e outros métodos de comparação. CONCLUSÃO: Portanto, percebe-se que a cetamina é um importante anestésico no manejo da dor pós operatória. Porém, ela precisa ser administrada em doses mais altas para ser eficiente na melhora da dor crônica, assim podendo gerar efeitos colaterais que limitam sua aplicação. Ademais, observou-se que a cetamina possui resultados melhores em intervalos de tempos menores, geralmente até 3 meses depois da cirurgia. Por fim, mostrou-se vantajosa a administração da cetamina junto à bupivacaína e à morfina-ropivacaína. No entanto, nenhuma vantagem foi observada da cetamina administrada em conjunto com a pregabalina.
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