O agravamento da síndrome de fragilidade em pessoas idosas ocasionado pela pandemia da Covid-19

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cangussu, Bárbara Duarte
Data de Publicação: 2023
Outros Autores: Leite, Ana Sophia Mitre, Vieira, Maria Carolina Santos, Machado, João Carlos Barbosa, Barbosa, Maira Tonidandel
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Brazilian Journal of Health Review
Texto Completo: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/63324
Resumo: Introdução: A síndrome da fragilidade está associada com a ocorrência de quadros clínicos mais graves e à maior mortalidade na COVID-19. O declínio multidimensional cumulativo das reservas fisiológicas presente na síndrome de fragilidade acarreta maior vulnerabilidade fisiológica e menor capacidade de homeostase diante de eventos adversos vigentes na infecção pelo SARS-CoV-2. As medidas de isolamento social para contenção da transmissão do vírus podem, por sua vez, potencializar a evolução desta síndrome. Objetivo: Investigar presença de agravamentos da síndrome de fragilidade e da capacidade intrínseca de idosos ambulatoriais durante a pandemia, e como foi sua evolução no período. Método: Foi realizado estudo descritivo e transversal em pacientes atendidos em um ambulatório de Geriatria junto a seus familiares, com protocolo de telemonitoramento em períodos de isolamento social, e posterior exame clínico presencial com avaliações cognitiva, funcional, de humor e aplicação de critérios do fenótipo de fragilidade de Fried. Resultados: Foram avaliados 66 pacientes, idade média 80,9 anos, 43 (65,2%) mulheres; 35 (53%) foram considerados frágeis, 16 (24,2%) pré-frágeis e 15 (22,7%) robustos. A maior parte dos pacientes (n=38: 57,6%) apresentou pontuação maior ou igual a 4 na escala PRISMA-7, demonstrando maior vulnerabilidade para perda funcional no período. Durante a pandemia, 36 (54,5%) pacientes perceberam as pernas mais fracas, reduziram atividades físicas, e houve diferença significativa entre a porcentagem de pacientes frágeis e robustos que perderam mais de 5% do peso corporal de maneira não intencional.  Conclusão: A pandemia da COVID-19 causou impactos negativos na funcionalidade e nos hábitos de vida, ocasionou declínios da capacidade intrínseca e do estado de fragilidade das pessoas idosas que necessitaram permanecer em isolamento social, reduziram contatos sociais, atividades físicas e comparecimento aos atendimentos médicos ambulatoriais no período.
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