A fertilidade espontânea em mulheres diagnosticadas com endometriose: um embasamento teórico

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Melo, Maria Heloisa dos Santos
Data de Publicação: 2023
Outros Autores: de Oliveira, Bruna Tavares, Alécio, Isabelle Wanessa Cavalcanti de Melo
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Brazilian Journal of Health Review
Texto Completo: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/60694
Resumo: Introdução: A endometriose é uma doença inflamatória muito relacionada à dor pélvica e infertilidade, que consiste em focos de tecido endometrioide fora da cavidade uterina, se localizando mais comumente nas vísceras abdominais e no peritônio. Ainda não se sabe especificamente o mecanismo que resulta na infertilidade das pacientes, mas é consenso afirmar que a endometriose altera a receptividade uterina, a função tubária e ovariana. Este trabalho objetiva esclarecer o mecanismo de infertilidade na endometriose, evidenciar a capacidade nessa patologia e analisar o conhecimento das mulheres diagnosticadas sobre a relação entre a infertilidade e a endometriose. Metodologia: Trata-se de uma revisão sistemática que vasculha a literatura utilizando os seguintes descritores e o operador booleano: “Endometriosis AND Fertility”, nas bases de dados SciELO, Lilacs e Pubmed, considerando os idiomas português, inglês e espanhol, e dados das publicações a partir de 2017. Resultados: Dos 101 artigos encontrados, 20 se adequaram ao entendimento do tema exato. Dessa forma, o mecanismo fisiopatológico da infertilidade, em especial nos pendentes iniciais (I e II da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM)), ainda não é totalmente consolidado na literatura, mas são apresentadas algumas teorias que justificam essa ocorrência, como alteração imunológica , foliculogênese prejudicada, implantação defeituosa, disfunção ovulatória e endometriomas, e nos alcance mais avançado, principalmente, pela formação de aderências pélvicas graves, que distorcem a relação anatômica, limitam o acesso dos oócitos e espermatozóides e alteram a mobilidade das fímbrias. Porém, é sabido que esta patologia é caracterizada por uma inflamação pélvica que pode alterar o mecanismo imunológico nos folículos, prejudicando seu desenvolvimento saudável e favorecendo a superprodução de substâncias e citocinas que atingiram a função ovariana, tubária e implantação de embriões. Ao estabelecer que a infertilidade é uma das principais complicações dessa patologia, pense-se que a fertilidade espontânea desses pacientes tende a ser mínima, necessitando frequentemente de tratamento para concepção. Apesar de contraditório, alguns estudos apontam dúvidas quanto à ligação entre a infertilidade e os ganhos I e II (ASRM), tendo um resultado semelhante em relação à taxa de gravidez entre pacientes com endometriose no estágio I e sem endometriose presente. Em contrapartida, outros estudos relatam que apesar da taxa estar em porcentagem próxima, em um acompanhamento por quatorze anos entre mulheres que têm endometriose e aquelas que fizeram ablação completa, a taxa de gravidez teve uma variação significativa, sendo maior no segundo grupo. Sendo assim, mesmo em emocionantes iniciais e apesar de lacunas na literatura, têm-se evidências de que a endometriose pode afetar a concepção e a fertilização espontânea nessas pacientes não parece ser uma realidade tão próxima. Conclusão: Desta forma, pode-se afirmar que a endometriose está associada a mudanças inflamatórias no microambiente intra-folicular e aderências pélvicas graves que podem levar à infertilidade dessas pacientes. Assim, apesar da necessidade de mais estudos e comprovações quanto ao tema, a fertilidade espontânea pode estar presente nas mulheres com endometriose,
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Metodologia: Trata-se de uma revisão sistemática que vasculha a literatura utilizando os seguintes descritores e o operador booleano: “Endometriosis AND Fertility”, nas bases de dados SciELO, Lilacs e Pubmed, considerando os idiomas português, inglês e espanhol, e dados das publicações a partir de 2017. Resultados: Dos 101 artigos encontrados, 20 se adequaram ao entendimento do tema exato. Dessa forma, o mecanismo fisiopatológico da infertilidade, em especial nos pendentes iniciais (I e II da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM)), ainda não é totalmente consolidado na literatura, mas são apresentadas algumas teorias que justificam essa ocorrência, como alteração imunológica , foliculogênese prejudicada, implantação defeituosa, disfunção ovulatória e endometriomas, e nos alcance mais avançado, principalmente, pela formação de aderências pélvicas graves, que distorcem a relação anatômica, limitam o acesso dos oócitos e espermatozóides e alteram a mobilidade das fímbrias. Porém, é sabido que esta patologia é caracterizada por uma inflamação pélvica que pode alterar o mecanismo imunológico nos folículos, prejudicando seu desenvolvimento saudável e favorecendo a superprodução de substâncias e citocinas que atingiram a função ovariana, tubária e implantação de embriões. Ao estabelecer que a infertilidade é uma das principais complicações dessa patologia, pense-se que a fertilidade espontânea desses pacientes tende a ser mínima, necessitando frequentemente de tratamento para concepção. Apesar de contraditório, alguns estudos apontam dúvidas quanto à ligação entre a infertilidade e os ganhos I e II (ASRM), tendo um resultado semelhante em relação à taxa de gravidez entre pacientes com endometriose no estágio I e sem endometriose presente. Em contrapartida, outros estudos relatam que apesar da taxa estar em porcentagem próxima, em um acompanhamento por quatorze anos entre mulheres que têm endometriose e aquelas que fizeram ablação completa, a taxa de gravidez teve uma variação significativa, sendo maior no segundo grupo. Sendo assim, mesmo em emocionantes iniciais e apesar de lacunas na literatura, têm-se evidências de que a endometriose pode afetar a concepção e a fertilização espontânea nessas pacientes não parece ser uma realidade tão próxima. Conclusão: Desta forma, pode-se afirmar que a endometriose está associada a mudanças inflamatórias no microambiente intra-folicular e aderências pélvicas graves que podem levar à infertilidade dessas pacientes. Assim, apesar da necessidade de mais estudos e comprovações quanto ao tema, a fertilidade espontânea pode estar presente nas mulheres com endometriose,Introdução: A endometriose é uma doença inflamatória muito relacionada à dor pélvica e infertilidade, que consiste em focos de tecido endometrioide fora da cavidade uterina, se localizando mais comumente nas vísceras abdominais e peritônio. Ainda não se sabe especificamente o mecanismo que resulta na infertilidade das pacientes, mas é consenso afirmar que a endometriose altera a receptividade uterina, a função tubária e a ovariana. Este trabalho objetiva esclarecer o mecanismo de infertilidade na endometriose, evidenciar a fertilidade espontânea nessa patologia e analisar o conhecimento das mulheres diagnosticadas acerca da relação entre a infertilidade e a endometriose. Metodologia: Trata-se de uma revisão sistemática que vasculha a literatura utilizando os seguintes descritores e o operador booleano: “Endometriosis AND Fertility”, nas bases de dados SciELO, Lilacs e Pubmed, considerando os idiomas português, inglês e espanhol, e a data das publicações a partir de 2017. Resultados: Dos 101 artigos encontrados, 20 se adequaram ao entendimento do tema abordado. Dessa forma, o mecanismo fisiopatológico da infertilidade, em especial nos estágios iniciais (I e II da  Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM)),  ainda não é totalmente consolidado na literatura, mas são apresentados algumas teorias que justificam essa complicação, como alteração imunológica, foliculogênese prejudicada, implantação defeituosa, disfunção ovulatória e endometriomas, e nos estágios mais avançados, principalmente, pela formação de aderências pélvicas graves, que distorcem a relação anatômica, limitam o acesso dos oócitos e espermatozóides e alteram a mobilidade das fímbrias. Porém, é sabido que esta patologia é caracterizada por uma inflamação pélvica que pode alterar o mecanismo imunológico nos folículos, prejudicando seu desenvolvimento saudável e favorecendo a superprodução de substâncias e citocinas que afetam a função ovariana, tubária e a implantação de embriões. Ao estabelecer que a infertilidade é uma das principais complicações dessa patologia, pensa-se que a fertilidade espontânea dessas pacientes tende a ser mínima, necessitando frequentemente de tratamento para concepção. Apesar de contraditório, alguns estudos apontam dúvidas quanto à ligação entre a infertilidade e os estágios I e II (ASRM), tendo um resultado semelhante em relação à taxa de gravidez apresentada entre pacientes com endometriose no estágio I e sem endometriose presente. Em contrapartida, outros estudos relatam que apesar da taxa estar em porcentagem próxima, em um acompanhamento por quatorze anos entre mulheres que têm endometriose e aquelas que fizeram ablação completa, a taxa de gravidez teve uma variação significativa, sendo maior no segundo grupo. Sendo assim, mesmo em estágios iniciais e apesar de lacunas na literatura, têm-se evidências de que a endometriose pode afetar a concepção e a fertilização espontânea nessas pacientes não parece ser uma realidade tão próxima. Conclusão: Desta forma, pode-se afirmar que a endometriose está associada a mudanças inflamatórias no microambiente intra-folicular e aderências pélvicas graves que podem levar à infertilidade dessas pacientes. Assim, apesar da necessidade de mais estudos e evidências quanto ao tema, a fertilidade espontânea pode estar presente nas mulheres com endometriose, mas não é a realidade mais prevalente.Brazilian Journals Publicações de Periódicos e Editora Ltda.2023-06-15info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/6069410.34119/bjhrv6n3-337Brazilian Journal of Health Review; Vol. 6 No. 3 (2023); 12739-12749Brazilian Journal of Health Review; Vol. 6 Núm. 3 (2023); 12739-12749Brazilian Journal of Health Review; v. 6 n. 3 (2023); 12739-127492595-6825reponame:Brazilian Journal of Health Reviewinstname:Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP)instacron:BJRHporhttps://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/60694/43833Melo, Maria Heloisa dos Santosde Oliveira, Bruna TavaresAlécio, Isabelle Wanessa Cavalcanti de Meloinfo:eu-repo/semantics/openAccess2023-06-21T14:57:46Zoai:ojs2.ojs.brazilianjournals.com.br:article/60694Revistahttp://www.brazilianjournals.com/index.php/BJHR/indexPRIhttps://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/oai|| brazilianjhr@gmail.com2595-68252595-6825opendoar:2023-06-21T14:57:46Brazilian Journal of Health Review - Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP)false
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