Os efeitos antineoplásicos do canabidiol no Câncer de Mama
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2024 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Brazilian Journal of Health Review |
Texto Completo: | https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/67690 |
Resumo: | O câncer de mama é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres, sendo mais raro e mais agressivo quando ocorre antes dos 35 anos, e mais presente a partir dos 50 anos. No Brasil estima-se uma prevalência e risco de desenvolvimento do câncer de mama de 61 casos a cada 100000 mulheres. As neoplasias malignas de mama originam-se principalmente de mutação genética em células somáticas e dividem-se em carcinoma mamário ductal in situ, carcinoma mamário ductal invasivo ou carcinoma mamário lobular invasivo, podendo conter receptores para estrógeno, progesterona, ambos ou nenhum dos dois. O corpo humano contém um sistema endocanabinóide que atua na homeostase a partir da anandamida (AEA) e 2-araquidonoilglicerol (2-AG). Atualmente, há um crescente esforço para estudo do cannabis sativa, planta que contém fitocanabinóides (THC, CBD, CBN, CBG, CBDV) semelhantes aos endógenos e que desempenham efeito semelhante no corpo humano. À luz das neoplasias de mama, percebe-se uma hiperexpressão de receptores canabinóides o que fomenta a hipótese da possível interferência destes compostos no processo de carcinogênese visando o melhor prognóstico. A presente revisão visa resumir, de forma sucinta, os conhecimentos adquiridos sobre o tema com um foco especial na interferência do canabidiol (CBD) na apoptose e morte das células neoplásicas de mama. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura realizada a partir da base de dados do PubMed com levantamento de 18 artigos, utilizando os descritores Cannabis; Medicinal Marijuana; Breast Cancer, mais os seus respectivos sinônimos, publicados no período de 2010 a 2023. Ao final, foram selecionados 8 estudos para a síntese, de acordo com a adequação ao tema, utilizando critérios de exclusão e inclusão. O CBD apresenta ações anti-proliferativas, pró-apoptóticas, citotóxicas, anti-invasivas, anti-angiogênicas, anti-inflamatórias e imunomodulatórias. Primeiramente, os efeitos anti-inflamatórios podem ser explicados a partir da ação de modulação imunológica do canabidiol inibindo o AMPc e consequentemente a secreção de IL-1, IL-2, IL-10, IL-12, TNF-alfa e IFN-gama, importantes citocinas pró-inflamatórias, pró-metastáticas e anti-apoptóticas. Para além deste efeito o canabidiol induz apoptose e morte celular das células do carcinoma mamário a partir da ativação da ceramida e caspase 8, mas principalmente a partir da indução do estresse do retículo endoplasmático, pelo receptor CB2, inibindo AKT/mTOR com consequente aumento da produção de espécies reativas de oxigênio e intoxicação celular. Dessa forma, entende-se que in vitro o CBD apresenta importantes efeitos apoptóticos em células neoplásicas malignas mamárias com receptores e vias bem definidas. Portanto, vê-se uma janela de oportunidade e de necessidade para o fomento de mais pesquisas a fim de descobrir a extensão dos benefícios do uso de tal técnica no tratamento do câncer de mama, bem como de seus efeitos colaterais. |
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O câncer de mama é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres, sendo mais raro e mais agressivo quando ocorre antes dos 35 anos, e mais presente a partir dos 50 anos. No Brasil estima-se uma prevalência e risco de desenvolvimento do câncer de mama de 61 casos a cada 100000 mulheres. As neoplasias malignas de mama originam-se principalmente de mutação genética em células somáticas e dividem-se em carcinoma mamário ductal in situ, carcinoma mamário ductal invasivo ou carcinoma mamário lobular invasivo, podendo conter receptores para estrógeno, progesterona, ambos ou nenhum dos dois. O corpo humano contém um sistema endocanabinóide que atua na homeostase a partir da anandamida (AEA) e 2-araquidonoilglicerol (2-AG). Atualmente, há um crescente esforço para estudo do cannabis sativa, planta que contém fitocanabinóides (THC, CBD, CBN, CBG, CBDV) semelhantes aos endógenos e que desempenham efeito semelhante no corpo humano. À luz das neoplasias de mama, percebe-se uma hiperexpressão de receptores canabinóides o que fomenta a hipótese da possível interferência destes compostos no processo de carcinogênese visando o melhor prognóstico. A presente revisão visa resumir, de forma sucinta, os conhecimentos adquiridos sobre o tema com um foco especial na interferência do canabidiol (CBD) na apoptose e morte das células neoplásicas de mama. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura realizada a partir da base de dados do PubMed com levantamento de 18 artigos, utilizando os descritores Cannabis; Medicinal Marijuana; Breast Cancer, mais os seus respectivos sinônimos, publicados no período de 2010 a 2023. Ao final, foram selecionados 8 estudos para a síntese, de acordo com a adequação ao tema, utilizando critérios de exclusão e inclusão. O CBD apresenta ações anti-proliferativas, pró-apoptóticas, citotóxicas, anti-invasivas, anti-angiogênicas, anti-inflamatórias e imunomodulatórias. Primeiramente, os efeitos anti-inflamatórios podem ser explicados a partir da ação de modulação imunológica do canabidiol inibindo o AMPc e consequentemente a secreção de IL-1, IL-2, IL-10, IL-12, TNF-alfa e IFN-gama, importantes citocinas pró-inflamatórias, pró-metastáticas e anti-apoptóticas. Para além deste efeito o canabidiol induz apoptose e morte celular das células do carcinoma mamário a partir da ativação da ceramida e caspase 8, mas principalmente a partir da indução do estresse do retículo endoplasmático, pelo receptor CB2, inibindo AKT/mTOR com consequente aumento da produção de espécies reativas de oxigênio e intoxicação celular. Dessa forma, entende-se que in vitro o CBD apresenta importantes efeitos apoptóticos em células neoplásicas malignas mamárias com receptores e vias bem definidas. Portanto, vê-se uma janela de oportunidade e de necessidade para o fomento de mais pesquisas a fim de descobrir a extensão dos benefícios do uso de tal técnica no tratamento do câncer de mama, bem como de seus efeitos colaterais. |
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