Efeitos do CPAP na pressão arterial em pacientes com apneia obstrutiva do sono e hipertensão arterial resistente: uma revisão integrativa

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Leite, Bárbara Luíza Hordones
Data de Publicação: 2023
Outros Autores: de Carvalho, Filipe Fabri, Campos, Giovanna Rios, Tigre, Heloysa Santos, Lopes, Isabela Gontijo, de Novaes, João Vitor Carmo, Gomes, Luiz Eugênio Lipus, de Gouvêa, Natália Braga, Campolina, Victoria de Lima, Guimarães, Yuri Fleury de Melo Prudente
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Brazilian Journal of Health Review
Texto Completo: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/62182
Resumo: Introdução: A apneia obstrutiva do sono (AOS) caracteriza-se por períodos de interrupção ao fluxo aéreo devido ao estreitamento das vias aéreas superiores, o que decorre da redução da atividade muscular e consequente colabamento das paredes da faringe. Há maior prevalência entre os homens com obesidade e com idade avançada. O principal sintoma relatado é, usualmente, a sonolência diurna excessiva. Ressalta-se que até 80% dos casos de AOS estão associados à hipertensão arterial sistêmica (HAS) e destes, cerca de 20% são portadores de HAS resistente (HAR). Essa interação parece ser explicada pela hiperatividade simpática na AOS. Nesse sentido, considerando que a pressão positiva contínua (CPAP) é o tratamento de base para a AOS, surge a necessidade de avaliar seus efeitos sobre a HAR. Objetivos: Analisar o impacto na redução da pressão arterial (PA) e no prognóstico cardiovascular de pacientes que apresentam AOS e HAR.  Métodos: Revisão de 25 artigos encontrados nas bases de dados PubMed e Google Scholar, a partir dos descritores “Obstructive sleep apnea”,  “Resistant hypertension", “CPAP" e “Blood pressure”, utilizando os filtros idioma inglês, publicação nos últimos 15 anos e estudos dos tipos ensaio clínico, meta-análise e revisão sistemática.   Resultados e discussão: As pesquisas mostraram que, em intervenções de até 6 meses, há redução modesta, porém estatisticamente significativa, sobre os níveis pressóricos de 24 horas com o uso do CPAP. Embora alguns resultados tenham sido antagônicos ao mostrar alterações não significativas e maior impacto do dispositivo sobre a PA noturna, a maior parte dos ensaios clínicos mostraram que essa diminuição aparenta ser mais importante durante a vigília. Além disso, um estudo mostrou redução de troponina e de peptídeo natriurético cerebral. Conclusão: Foi possível compreender que o CPAP é uma forma eficaz de tratamento da AOS e pode ter efeito benéfico sobre a PA, especialmente em portadores de HAR e quando associada à terapia anti-hipertensiva farmacológica otimizada. Contudo, salienta-se a necessidade de estudos com amostras maiores e com maior tempo de seguimento a fim de verificar a persistência da redução da PA e determinar com precisão os efeitos no prognóstico cardiovascular.
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