Epidemiologia e gravidade da Miocardite induzida por vacina contra Covid-19 - uma revisão sistemática com comparação de dados nacionais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gomes, Marina Marques Novais
Data de Publicação: 2023
Outros Autores: Melo, Bráulio Cruz, Costa, Diego Melo, Medina, Mariana Sattler Lima, Silva, Monica Juliana Guimarães, da Costa Neto, Manoel Batista
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Brazilian Journal of Health Review
DOI: 10.34119/bjhrv6n6-508
Texto Completo: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/65849
Resumo: Introdução: O SARS-Cov-2 demonstra tropismo pelo aparelho cardiovascular e agressão miocárdica, a exemplo da miocardite e suas sequelas como insuficiência cardíaca (IC). Em meio à pandemia da covid-19 foram desenvolvidos vários mecanismos de vacina, e um dos efeitos adversos é a miocardite, sendo, no entanto, incomum. O objetivo do estudo é identificar o perfil clínico-epidemiológico da miocardite induzida por vacina contra covid-19 mundial e comparar com os registros de notificação nacionais de miocardite induzida pela infecção e pela vacinação do covid-19. Metodologia: Realizou-se uma revisão sistemática de literatura baseada na estratégia PRISMA 2020 nas bases de dados Pubmed , Lilacs e Cochrane Library. Foram coletados dados nacionais através do VigiMed, DATASUS e site “COVID-19 no Brasil”.  Na sequência, ocorreu uma análise comparativa qualitativa entre os dados mundiais da revisão e as informações brasileiras. Resultados: Inicialmente, selecionaram-se 382 artigos na literatura, dentre os quais, após aplicação dos critérios de exclusão, mantiveram-se 35 artigos. Os achados englobaram 1.093.343.973 pessoas vacinadas com pelo menos 1 dose de qualquer vacina contra Covid-19. A porcentagem de pessoas que desenvolveu miocardite vacinal dentre estas vacinadas foi de 0,001%. O maior risco ocorreu em 7 dias após a vacinação de uma segunda dose, principalmente em homens jovens, mas com baixa gravidade/ mortalidade e rápida recuperação. No Brasil, o número de casos de IC cresceu durante a pandemia, proporcionalmente ao aumento do número de casos de covid. Contudo não se constatou registros nacionais acerca da miocardite por covid-19. Discussão: Mecanismos fisiopatológicos podem estar relacionados à maior morbimortalidade causada pela infecção viral em comparação com a reação vacinal, principalmente ao acometimento da função ventricular e queda da fração de ejeção (FE). Contudo, o aumento dos números de IC no Brasil no período pós-pandemia também pode estar relacionado à menor procura do ambiente hospitalar pela população durante a pandemia. Conclusão: Apesar da miocardite poder ser uma reação adversa desencadeada pela vacina, se manifesta com baixa incidência e gravidade. De modo que, os benefícios da vacinação superam os possíveis riscos de inflamação, disfunção e sequelas cardíacas que podem ocorrer na vigência da infecção pelo covid-19.
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