Aspectos que englobam a síndrome da bexiga dolorosa: Aspects encompassing the painful bladder syndrome

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Camargo, Ingrid Oliveira
Data de Publicação: 2022
Outros Autores: Fontes, Sayro Louis Figuerêdo, Almeida, Fernanda Porto de, Brandão, Anderson Alves, Medeiros, Thayane Fogaça de, Sousa, Vinicius Morais de
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Brazilian Journal of Health Review
Texto Completo: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/51682
Resumo: Introdução: A Síndrome da Bexiga Dolorosa (SBD) é uma doença inflamatória crônica, debilitante, que acomete principalmente as mulheres. Surge com sintomas moderados em alguns pacientes, porém, em outros, os efeitos na qualidade de vida podem ser avassaladores. Isso porque a dor pélvica é geralmente acompanhada de urgência miccional, noctúria e polaciúria. Além disso, muitos pacientes são diagnosticados de forma incorreta devido à similaridade de apresentação dessa doença com outras mais comuns, como a infecção do trato urinário, e por isso são tratadas de modo inadequado. Objetivos: Relacionar os aspectos clínicos, diagnósticos e terapêuticos que englobam a síndrome da bexiga dolorosa, bem como, elucidar acerca de sua prevalência e desenvolvimento. Metodologia: Foi realizado levantamento bibliográfico do período de 2012 até a data corrente, em periódicos indexados nas bases de dados MedLine, Lilacs, Scielo, abordando a síndrome da bexiga dolorosa. Os descritores utilizados foram: síndrome da bexiga dolorosa, cistite intersticial, dor crônica pélvica, sendo analisados vários artigos, dando ênfase à epidemiologia, fisiopatologia, diagnóstico e tratamento. Resultados e discussões: Compreende-se a SBD como uma patologia de caráter inflamatório que acomete o epitélio vesical, o qual apresenta uma deficiência na produção de muco protetor, assim, o tecido epitelial da bexiga passa a ser constantemente agredido pelo contato permanente com os agentes nocivos presentes na urina. A SBD é uma enfermidade comum a ambos os sexos, entretanto, mais prevalente entre as mulheres com idade superior a 40 anos. Dentre as manifestações clinicas mais frequentes, estão a dor em hipogástrio, sintomas urinários irritativos, alterações na frequência miccional estando esses sintomas presentes por um período equivalente ou superior a 6 semanas atrelado a interferência na qualidade de vida. Com a evolução da doença os sintomas em grande maioria apresentam-se de forma episódica com fases agudas e fases de remissão, tendo relação com a presença de transtornos psiquiátricos. O diagnóstico da SBD é baseado na avaliação clínica, exclusão com outras patologias que frequentemente acometem o trato urinário e a realização de citoscopia, um exame endoscópico geralmente associado a biopsia para identificação histológica de componente positivos da SBD como infiltrado inflamatório, tecido de granulação, fibrose intrafascicular, contudo não há achados patognômonicos. Por fim, o tratamento inicial consiste na educação da doença, mudanças de hábitos alimentares e na exclusão de fatores estressantes, entretanto, em muito das vezes se faz necessário o uso de medicações. A amitriptilina, um antidepressivo tricíclico com características analgésicas, anti-histamínicas, anticolinérgicas e sedativas, é utilizado como primeira linha. As outras vertentes terapêuticas são baseadas no uso de intervenções cirúrgicas e ressecção transuretral, eletrocauterização e uso de laser nas lesões sendo indicados para casos extremos onde não há eficácia ao tratamento clinico. Conclusão: O presente estudo identificou que o diagnóstico da SBD deve ser recordado quando os pacientes relatarem a presença de dor pélvica juntamente à sintomas urinários, onde estes não são melhor explicados por outras doenças. Tal patologia evidenciou importante impacto na redução da qualidade de vida do paciente, passível de redução dos danos e alívio dos sintomas quando diagnosticada e tratada de forma correta.
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