Otite média crônica supurada: um relato de caso / Chronic suppurative otitis media: a case report

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lemos, Tales Tomé
Data de Publicação: 2021
Outros Autores: Santos, Marina Eduarda, Queiroz, Letícia Calazans, Gomes, Gabriel Broedel, Higaki, Gabriela Mayumi Kolling, de Menezes, Yuri Barbosa, Silva, Rayane Elen Fernandes, de Morais, Érico Henrique Araújo, da Fonseca, Dâmaris Mariana
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Brazilian Journal of Health Review
DOI: 10.34119/bjhrv4n4-231
Texto Completo: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/34419
Resumo: INTRODUÇÃO: Otite média é uma inflamação multifatorial da orelha média, infecciosa ou não, envolvendo resposta imunológica, fatores genéticos e anatômicos. A otite média aguda (OMA) pode evoluir para otite média aguda supurada (OMAS), caracterizada pela perfuração da membrana timpânica (MT). Esta pode evoluir para otite média crônica (OMC). Como as formas crônicas podem associar-se à hipoacusia leve a moderada, torna-se necessário diagnóstico diferencial, visando à adoção da propedêutica adequada para minimizar riscos de danos ao desenvolvimento. RELATO DE CASO: CSNM, 2 anos e 08 meses, sexo feminino, residente e natural de Ouro Preto-MG, vem ao Centro de Saúde da UFOP acompanhada dos pais para puericultura. Na história pregressa, pais referem otite média supurada crônica bilateral, com otorréia persistente e perfuração das MTs. O início dos episódios foi aos 11 meses de idade, ocorrendo aproximadamente 15 episódios em 1 ano, tendo o último acontecido há 02 meses. Tratamento realizado com uso de antibióticos tópicos e/ou orais, além de corticosteróide oral e nasal. Mãe relata que em julho/2018 foi necessário realizar uma aspiração no ouvido direito pela ausência de resposta aos tratamentos instituídos. A paciente faz acompanhamento com otorrinolaringologista, tendo a impedanciometria acusado secreção em ouvido médio bilateral. Anamnese: aleitamento materno exclusivo até 6 meses, aleitamento materno complementar até 1 ano e 11 meses; vacinação em dia; DNPM adequado para a idade; sem vulnerabilidade socioeconômica; início da ida à creche aos 6 meses em período integral e sempre apresentou desempenho muito satisfatório. Ao exame físico, sem alterações à ectoscopia, à oroscopia e à otoscopia, estando as MTs íntegras. Aparelhos respiratório, cardiovascular e abdominal sem achados anormais. Antropometria: peso: 13,3Kg (escores z: 0;+2); altura: 94cm (escores z: 0;+2); IMC: 15,05Kg/cm2 (escores z: -2;0). DISCUSSÃO: A OMAS caracteriza-se pelo extravasamento de secreção mucopurulenta pelos ouvidos em decorrência da perfuração da MT em criança com OMA. Tal quadro torna-se crônico quando ocorrem mais de 3 episódios num período de 6 meses ou 4 ou mais episódios num período de 12 meses, com pelo menos 1 episódio nos 6 meses precedentes, e recidiva após finalização da antibioticoterapia, configurando a otite média crônica supurada (OMCS). Diversos fatores de risco estão associados à OMA, tais como baixo nível socioeconômico; aleitamento materno menor do que 4 meses; entrada precoce em creches; disfunções da tuba auditiva e episódios recorrentes de infecções de vias aéreas superiores (IVAS). Em geral, a criança apresenta otorréia precedida de otalgia e IVAS, com melhora da otalgia após saída da secreção. Na otoscopia observa-se MT perfurada e espessa, às vezes com otite externa associada. Os episódios de OMCS da paciente podiam associar-se à entrada precoce na creche e à permanência em tempo integral, já que crianças que frequentam creches apresentam IVAS com duração mais prolongada. CONCLUSÕES: Como as principais complicações das OMCS podem comprometer o desenvolvimento da linguagem e da fala, torna-se imprescindível propedêutica atenta para evitar danos.
id BJRH-0_8ced1a4006f52bfcc753faa39c78316b
oai_identifier_str oai:ojs2.ojs.brazilianjournals.com.br:article/34419
network_acronym_str BJRH-0
network_name_str Brazilian Journal of Health Review
spelling Otite média crônica supurada: um relato de caso / Chronic suppurative otitis media: a case reportAnamneseOtite MédiaOtite Média Supurativa CrônicaPré-EscolarPediátrica.INTRODUÇÃO: Otite média é uma inflamação multifatorial da orelha média, infecciosa ou não, envolvendo resposta imunológica, fatores genéticos e anatômicos. A otite média aguda (OMA) pode evoluir para otite média aguda supurada (OMAS), caracterizada pela perfuração da membrana timpânica (MT). Esta pode evoluir para otite média crônica (OMC). Como as formas crônicas podem associar-se à hipoacusia leve a moderada, torna-se necessário diagnóstico diferencial, visando à adoção da propedêutica adequada para minimizar riscos de danos ao desenvolvimento. RELATO DE CASO: CSNM, 2 anos e 08 meses, sexo feminino, residente e natural de Ouro Preto-MG, vem ao Centro de Saúde da UFOP acompanhada dos pais para puericultura. Na história pregressa, pais referem otite média supurada crônica bilateral, com otorréia persistente e perfuração das MTs. O início dos episódios foi aos 11 meses de idade, ocorrendo aproximadamente 15 episódios em 1 ano, tendo o último acontecido há 02 meses. Tratamento realizado com uso de antibióticos tópicos e/ou orais, além de corticosteróide oral e nasal. Mãe relata que em julho/2018 foi necessário realizar uma aspiração no ouvido direito pela ausência de resposta aos tratamentos instituídos. A paciente faz acompanhamento com otorrinolaringologista, tendo a impedanciometria acusado secreção em ouvido médio bilateral. Anamnese: aleitamento materno exclusivo até 6 meses, aleitamento materno complementar até 1 ano e 11 meses; vacinação em dia; DNPM adequado para a idade; sem vulnerabilidade socioeconômica; início da ida à creche aos 6 meses em período integral e sempre apresentou desempenho muito satisfatório. Ao exame físico, sem alterações à ectoscopia, à oroscopia e à otoscopia, estando as MTs íntegras. Aparelhos respiratório, cardiovascular e abdominal sem achados anormais. Antropometria: peso: 13,3Kg (escores z: 0;+2); altura: 94cm (escores z: 0;+2); IMC: 15,05Kg/cm2 (escores z: -2;0). DISCUSSÃO: A OMAS caracteriza-se pelo extravasamento de secreção mucopurulenta pelos ouvidos em decorrência da perfuração da MT em criança com OMA. Tal quadro torna-se crônico quando ocorrem mais de 3 episódios num período de 6 meses ou 4 ou mais episódios num período de 12 meses, com pelo menos 1 episódio nos 6 meses precedentes, e recidiva após finalização da antibioticoterapia, configurando a otite média crônica supurada (OMCS). Diversos fatores de risco estão associados à OMA, tais como baixo nível socioeconômico; aleitamento materno menor do que 4 meses; entrada precoce em creches; disfunções da tuba auditiva e episódios recorrentes de infecções de vias aéreas superiores (IVAS). Em geral, a criança apresenta otorréia precedida de otalgia e IVAS, com melhora da otalgia após saída da secreção. Na otoscopia observa-se MT perfurada e espessa, às vezes com otite externa associada. Os episódios de OMCS da paciente podiam associar-se à entrada precoce na creche e à permanência em tempo integral, já que crianças que frequentam creches apresentam IVAS com duração mais prolongada. CONCLUSÕES: Como as principais complicações das OMCS podem comprometer o desenvolvimento da linguagem e da fala, torna-se imprescindível propedêutica atenta para evitar danos.Brazilian Journals Publicações de Periódicos e Editora Ltda.2021-08-13info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/3441910.34119/bjhrv4n4-231Brazilian Journal of Health Review; Vol. 4 No. 4 (2021); 17351-17358Brazilian Journal of Health Review; v. 4 n. 4 (2021); 17351-173582595-6825reponame:Brazilian Journal of Health Reviewinstname:Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP)instacron:BJRHporhttps://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/34419/pdfCopyright (c) 2021 Brazilian Journal of Health Reviewinfo:eu-repo/semantics/openAccessLemos, Tales ToméSantos, Marina EduardaQueiroz, Letícia CalazansGomes, Gabriel BroedelHigaki, Gabriela Mayumi Kollingde Menezes, Yuri BarbosaSilva, Rayane Elen Fernandesde Morais, Érico Henrique Araújoda Fonseca, Dâmaris Mariana2021-09-16T17:41:43Zoai:ojs2.ojs.brazilianjournals.com.br:article/34419Revistahttp://www.brazilianjournals.com/index.php/BJHR/indexPRIhttps://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/oai|| brazilianjhr@gmail.com2595-68252595-6825opendoar:2021-09-16T17:41:43Brazilian Journal of Health Review - Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP)false
dc.title.none.fl_str_mv Otite média crônica supurada: um relato de caso / Chronic suppurative otitis media: a case report
title Otite média crônica supurada: um relato de caso / Chronic suppurative otitis media: a case report
spellingShingle Otite média crônica supurada: um relato de caso / Chronic suppurative otitis media: a case report
Otite média crônica supurada: um relato de caso / Chronic suppurative otitis media: a case report
Lemos, Tales Tomé
Anamnese
Otite Média
Otite Média Supurativa Crônica
Pré-Escolar
Pediátrica.
Lemos, Tales Tomé
Anamnese
Otite Média
Otite Média Supurativa Crônica
Pré-Escolar
Pediátrica.
title_short Otite média crônica supurada: um relato de caso / Chronic suppurative otitis media: a case report
title_full Otite média crônica supurada: um relato de caso / Chronic suppurative otitis media: a case report
title_fullStr Otite média crônica supurada: um relato de caso / Chronic suppurative otitis media: a case report
Otite média crônica supurada: um relato de caso / Chronic suppurative otitis media: a case report
title_full_unstemmed Otite média crônica supurada: um relato de caso / Chronic suppurative otitis media: a case report
Otite média crônica supurada: um relato de caso / Chronic suppurative otitis media: a case report
title_sort Otite média crônica supurada: um relato de caso / Chronic suppurative otitis media: a case report
author Lemos, Tales Tomé
author_facet Lemos, Tales Tomé
Lemos, Tales Tomé
Santos, Marina Eduarda
Queiroz, Letícia Calazans
Gomes, Gabriel Broedel
Higaki, Gabriela Mayumi Kolling
de Menezes, Yuri Barbosa
Silva, Rayane Elen Fernandes
de Morais, Érico Henrique Araújo
da Fonseca, Dâmaris Mariana
Santos, Marina Eduarda
Queiroz, Letícia Calazans
Gomes, Gabriel Broedel
Higaki, Gabriela Mayumi Kolling
de Menezes, Yuri Barbosa
Silva, Rayane Elen Fernandes
de Morais, Érico Henrique Araújo
da Fonseca, Dâmaris Mariana
author_role author
author2 Santos, Marina Eduarda
Queiroz, Letícia Calazans
Gomes, Gabriel Broedel
Higaki, Gabriela Mayumi Kolling
de Menezes, Yuri Barbosa
Silva, Rayane Elen Fernandes
de Morais, Érico Henrique Araújo
da Fonseca, Dâmaris Mariana
author2_role author
author
author
author
author
author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Lemos, Tales Tomé
Santos, Marina Eduarda
Queiroz, Letícia Calazans
Gomes, Gabriel Broedel
Higaki, Gabriela Mayumi Kolling
de Menezes, Yuri Barbosa
Silva, Rayane Elen Fernandes
de Morais, Érico Henrique Araújo
da Fonseca, Dâmaris Mariana
dc.subject.por.fl_str_mv Anamnese
Otite Média
Otite Média Supurativa Crônica
Pré-Escolar
Pediátrica.
topic Anamnese
Otite Média
Otite Média Supurativa Crônica
Pré-Escolar
Pediátrica.
description INTRODUÇÃO: Otite média é uma inflamação multifatorial da orelha média, infecciosa ou não, envolvendo resposta imunológica, fatores genéticos e anatômicos. A otite média aguda (OMA) pode evoluir para otite média aguda supurada (OMAS), caracterizada pela perfuração da membrana timpânica (MT). Esta pode evoluir para otite média crônica (OMC). Como as formas crônicas podem associar-se à hipoacusia leve a moderada, torna-se necessário diagnóstico diferencial, visando à adoção da propedêutica adequada para minimizar riscos de danos ao desenvolvimento. RELATO DE CASO: CSNM, 2 anos e 08 meses, sexo feminino, residente e natural de Ouro Preto-MG, vem ao Centro de Saúde da UFOP acompanhada dos pais para puericultura. Na história pregressa, pais referem otite média supurada crônica bilateral, com otorréia persistente e perfuração das MTs. O início dos episódios foi aos 11 meses de idade, ocorrendo aproximadamente 15 episódios em 1 ano, tendo o último acontecido há 02 meses. Tratamento realizado com uso de antibióticos tópicos e/ou orais, além de corticosteróide oral e nasal. Mãe relata que em julho/2018 foi necessário realizar uma aspiração no ouvido direito pela ausência de resposta aos tratamentos instituídos. A paciente faz acompanhamento com otorrinolaringologista, tendo a impedanciometria acusado secreção em ouvido médio bilateral. Anamnese: aleitamento materno exclusivo até 6 meses, aleitamento materno complementar até 1 ano e 11 meses; vacinação em dia; DNPM adequado para a idade; sem vulnerabilidade socioeconômica; início da ida à creche aos 6 meses em período integral e sempre apresentou desempenho muito satisfatório. Ao exame físico, sem alterações à ectoscopia, à oroscopia e à otoscopia, estando as MTs íntegras. Aparelhos respiratório, cardiovascular e abdominal sem achados anormais. Antropometria: peso: 13,3Kg (escores z: 0;+2); altura: 94cm (escores z: 0;+2); IMC: 15,05Kg/cm2 (escores z: -2;0). DISCUSSÃO: A OMAS caracteriza-se pelo extravasamento de secreção mucopurulenta pelos ouvidos em decorrência da perfuração da MT em criança com OMA. Tal quadro torna-se crônico quando ocorrem mais de 3 episódios num período de 6 meses ou 4 ou mais episódios num período de 12 meses, com pelo menos 1 episódio nos 6 meses precedentes, e recidiva após finalização da antibioticoterapia, configurando a otite média crônica supurada (OMCS). Diversos fatores de risco estão associados à OMA, tais como baixo nível socioeconômico; aleitamento materno menor do que 4 meses; entrada precoce em creches; disfunções da tuba auditiva e episódios recorrentes de infecções de vias aéreas superiores (IVAS). Em geral, a criança apresenta otorréia precedida de otalgia e IVAS, com melhora da otalgia após saída da secreção. Na otoscopia observa-se MT perfurada e espessa, às vezes com otite externa associada. Os episódios de OMCS da paciente podiam associar-se à entrada precoce na creche e à permanência em tempo integral, já que crianças que frequentam creches apresentam IVAS com duração mais prolongada. CONCLUSÕES: Como as principais complicações das OMCS podem comprometer o desenvolvimento da linguagem e da fala, torna-se imprescindível propedêutica atenta para evitar danos.
publishDate 2021
dc.date.none.fl_str_mv 2021-08-13
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/34419
10.34119/bjhrv4n4-231
url https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/34419
identifier_str_mv 10.34119/bjhrv4n4-231
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/34419/pdf
dc.rights.driver.fl_str_mv Copyright (c) 2021 Brazilian Journal of Health Review
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Copyright (c) 2021 Brazilian Journal of Health Review
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Brazilian Journals Publicações de Periódicos e Editora Ltda.
publisher.none.fl_str_mv Brazilian Journals Publicações de Periódicos e Editora Ltda.
dc.source.none.fl_str_mv Brazilian Journal of Health Review; Vol. 4 No. 4 (2021); 17351-17358
Brazilian Journal of Health Review; v. 4 n. 4 (2021); 17351-17358
2595-6825
reponame:Brazilian Journal of Health Review
instname:Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP)
instacron:BJRH
instname_str Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP)
instacron_str BJRH
institution BJRH
reponame_str Brazilian Journal of Health Review
collection Brazilian Journal of Health Review
repository.name.fl_str_mv Brazilian Journal of Health Review - Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP)
repository.mail.fl_str_mv || brazilianjhr@gmail.com
_version_ 1822179558041845760
dc.identifier.doi.none.fl_str_mv 10.34119/bjhrv4n4-231