Perfil epidemiológico de gestantes e puérperas internadas em leitos de saúde mental de maternidade pública de ensino, referência em alto risco no estado do Piauí, Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Barbosa, Valéria Raquel Alcantara
Data de Publicação: 2023
Outros Autores: Paz , Barbara Maria de Sousa, Belchior, Mayara Cristina Teófilo Vieira Santos Cavalcante, de Sousa, Ana Emília Fernandes, Moura , Bruna Gabriela Macêdo, Dourado , Lorena Beathriz Costa, de Carvalho , Teresa Cristina Vieira, Carvalho, Ycaro de Sousa
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Brazilian Journal of Health Review
Texto Completo: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/65843
Resumo: Introdução: Transtornos mentais, uso de álcool/drogas, vulnerabilidade social, violência interpessoal/autoprovocada, circunscrevem graves fatores de risco no ciclo gravídico-puerperal, associados a complicações para o binômio mãe-bebê. Objetivo: Conhecer o perfil epidemiológico de gestantes e puérperas internadas em leitos de saúde mental de Maternidade pública de ensino, referência em alto risco no Piauí. Método: Pesquisa documental, retrospectiva, descritiva, quantitativa, que apreciou dados secundários identificados nos registros de admissão hospitalar e em prontuários eletrônicos (Sistema MV®), de 1/11/2016 a 31/10/2023, sobre as pacientes assistidas nos leitos de saúde mental do Hospital-Maternidade de alta complexidade, integrante da rede SUS, em Teresina/PI. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do Piauí, parecer nº 5.978.742/2023. Resultados e Discussão: Foram internadas 461 pacientes, predominantemente, com idade entre 21 e 30 anos (45,2%); raça-cor parda (40,7%); ensino fundamental incompleto (13,7%); solteiras (66,5%); com vínculos familiares preservados (29,7%), enquanto 3,0% estava em situação de rua; residentes em Teresina (53,5%) ou provenientes de outros municípios do Piauí (43%). Os quadros psicopatológicos mais prevalentes foram: transtorno depressivo (16,1%); transtorno de ansiedade (14,1%); esquizofrenia (10,2%); transtorno afetivo bipolar (8,3%); depressão pós-parto (3,7%);  transtorno misto ansioso e depressivo (2,8%); deficiência mental (2%); transtorno de personalidade com instabilidade emocional (0,9%). Ademais, 30% das gestantes e puérperas (138) estavam em uso prejudicial de substâncias psicoativas, das quais, respectivamente, drogas ilícitas (38,4%); álcool, tabaco, drogas ilícitas (34,1%); álcool e drogas ilícitas (8,7%); 6,5% tabaco e drogas ilícitas (6,5%); tabaco (5,8%); álcool (3,6%); álcool, tabaco (2,9%). Particularmente a situações de crise, 57,5% exibiram crise psicossocial; 15,5%, crise psiquiátrica do tipo surto psicótico; 8,2%, comportamento autolesivo sem intenção suicida; 17,2%, tentativa de suicídio. Aliás, 7,4% das pacientes foram vítimas de violência, sobretudo, doméstica (4,1%) e estupro (1,1%). Quanto aos itinerários terapêuticos, 22,6% das gestantes e puérperas declararam experiências, sobretudo, no CAPS (9,1%), em dispositivos diversos (6,3%) e no Hospital Psiquiátrico (4,3%). Conclusão: As evidências atestam como crucial a criação de um banco de dados epidemiológico institucional, para fortalecer ações longitudinais de vigilância em saúde mental e qualificação do cuidado especializado em equipe multiprofissional de saúde, com ênfase na clínica ampliada, integralidade e efetiva articulação com a Rede de Atenção Psicossocial e a Rede Cegonha.
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