Análise dos fatores de risco associados à toxoplasmose e a importância da prevenção dessa zoonose no período gestacional / Analysis of risk factors associated with toxoplasmosis and the importance of preventing this zoonosis during pregnancy
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Data de Publicação: | 2021 |
Outros Autores: | , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Brazilian Journal of Health Review |
Texto Completo: | https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/34983 |
Resumo: | Introdução: A toxoplasmose é uma zoonose parasitária de alta prevalência mundial, provocada pelo protozoário Toxoplasma gondii. Estudos apontam os agravos resultantes da soroconversão em gestantes, intensificados pelos desafios diagnósticos, devendo-se à demanda de uma combinação complexa de exames diagnósticos, à assintomatologia em grande parte das gestantes e às notificações ficarem restritas aos centros de referência, que comprometem o tratamento precoce. Objetivo: Apresentar os fatores de risco da infecção aguda por toxoplasmose, ressaltando a relevância da prevenção durante o período gestacional. Material e métodos: Realizou-se uma revisão bibliográfica nas bases de dados SCIELO, Google Academic e PubMed com os termos “toxoplasmose”, “gravidez” e “prevenção”, em inglês, português e espanhol, no período de 2007 a 2020. Dos resultados gerados, houve 21 artigos pré-selecionados para leitura, dos quais 13 foram utilizados para esta revisão. Resultados: A toxoplasmose está associada a diversos fatores de risco relacionados à escassa divulgação profilática, somada aos hábitos de vida da população, como consumo de água sem tratamento e de carnes cruas ou malcozidas, contato com gatos, cães de rua e solos contaminados. Além disso, a priminfecção em gestantes é preocupante, principalmente, devido à transmissão transplacentária, que apresenta maior probabilidade de ocorrer nas últimas semanas da gravidez, ainda que, para o feto, os sinais e sintomas são mais graves quando contraída no início da gestação, sendo corioretinite, calcificações intracranianas e hidrocefalia as lesões mais recorrentes, além de retardo mental, convulsões, microcefalia e hepatomegalia. Constatada a patologia, a literatura discorre sobre a dificuldade diagnóstica, pois a infecção costuma ser assintomática para a mãe, fomentando a necessidade do rastreamento sorológico trimestral para detectar a soroconversão. Nessa perspectiva, o tratamento precoce é crucial para reduzir as chances de alterações fetais. Estudos indicam que os fármacos mais utilizados para o tratamento são a espiramicina, empregada na tentativa de impedir a penetração do parasita pela barreira placentária, e a combinação medicamentosa de sulfadiazina, pirimetamina e ácido folínico nas gestantes com mais de 18 semanas. Em função da necessidade de estudos mais abrangentes quanto à eficácia das drogas supracitadas, ressalta-se a importância da prevenção por meio de medidas que diminuam ao máximo o risco de infecção, fazendo o acompanhamento pré-natal e investigação das pacientes sororeativas para Toxoplasma gondii. Ademais, a educação acerca dos comportamentos profiláticos é essencial, evitando ingerir alimentos contaminados, ter contato com gatos e manipular terra ou areia. Por fim, vale destacar a pertinência da implementação de um programa de prevenção primária para toxoplasmose, capacitando os profissionais de forma que sejam capazes de orientar corretamente as gestantes sobre maneiras de prevenção à patologia. Conclusão: Com isso, salienta-se que o combate aos fatores de risco é imprescindível no manejo adequado da toxoplasmose, minimizando a contaminação materno-fetal. Denota-se ainda, a importância do diagnóstico precoce, já que muitas grávidas não apresentam sintomas relacionados à patologia e, sobretudo, das medidas profiláticas para definir a tendência epidemiológica da doença, controlando-a melhor. Por fim, cabe trazer à atenção a necessidade de ampliar o sistema de notificação à nível nacional, a fim de monitorar adequadamente o avanço da toxoplasmose gestacional. |
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Análise dos fatores de risco associados à toxoplasmose e a importância da prevenção dessa zoonose no período gestacional / Analysis of risk factors associated with toxoplasmosis and the importance of preventing this zoonosis during pregnancyToxoplasma GondiiMedidas PreventivasGravidez.Introdução: A toxoplasmose é uma zoonose parasitária de alta prevalência mundial, provocada pelo protozoário Toxoplasma gondii. Estudos apontam os agravos resultantes da soroconversão em gestantes, intensificados pelos desafios diagnósticos, devendo-se à demanda de uma combinação complexa de exames diagnósticos, à assintomatologia em grande parte das gestantes e às notificações ficarem restritas aos centros de referência, que comprometem o tratamento precoce. Objetivo: Apresentar os fatores de risco da infecção aguda por toxoplasmose, ressaltando a relevância da prevenção durante o período gestacional. Material e métodos: Realizou-se uma revisão bibliográfica nas bases de dados SCIELO, Google Academic e PubMed com os termos “toxoplasmose”, “gravidez” e “prevenção”, em inglês, português e espanhol, no período de 2007 a 2020. Dos resultados gerados, houve 21 artigos pré-selecionados para leitura, dos quais 13 foram utilizados para esta revisão. Resultados: A toxoplasmose está associada a diversos fatores de risco relacionados à escassa divulgação profilática, somada aos hábitos de vida da população, como consumo de água sem tratamento e de carnes cruas ou malcozidas, contato com gatos, cães de rua e solos contaminados. Além disso, a priminfecção em gestantes é preocupante, principalmente, devido à transmissão transplacentária, que apresenta maior probabilidade de ocorrer nas últimas semanas da gravidez, ainda que, para o feto, os sinais e sintomas são mais graves quando contraída no início da gestação, sendo corioretinite, calcificações intracranianas e hidrocefalia as lesões mais recorrentes, além de retardo mental, convulsões, microcefalia e hepatomegalia. Constatada a patologia, a literatura discorre sobre a dificuldade diagnóstica, pois a infecção costuma ser assintomática para a mãe, fomentando a necessidade do rastreamento sorológico trimestral para detectar a soroconversão. Nessa perspectiva, o tratamento precoce é crucial para reduzir as chances de alterações fetais. Estudos indicam que os fármacos mais utilizados para o tratamento são a espiramicina, empregada na tentativa de impedir a penetração do parasita pela barreira placentária, e a combinação medicamentosa de sulfadiazina, pirimetamina e ácido folínico nas gestantes com mais de 18 semanas. Em função da necessidade de estudos mais abrangentes quanto à eficácia das drogas supracitadas, ressalta-se a importância da prevenção por meio de medidas que diminuam ao máximo o risco de infecção, fazendo o acompanhamento pré-natal e investigação das pacientes sororeativas para Toxoplasma gondii. Ademais, a educação acerca dos comportamentos profiláticos é essencial, evitando ingerir alimentos contaminados, ter contato com gatos e manipular terra ou areia. Por fim, vale destacar a pertinência da implementação de um programa de prevenção primária para toxoplasmose, capacitando os profissionais de forma que sejam capazes de orientar corretamente as gestantes sobre maneiras de prevenção à patologia. Conclusão: Com isso, salienta-se que o combate aos fatores de risco é imprescindível no manejo adequado da toxoplasmose, minimizando a contaminação materno-fetal. Denota-se ainda, a importância do diagnóstico precoce, já que muitas grávidas não apresentam sintomas relacionados à patologia e, sobretudo, das medidas profiláticas para definir a tendência epidemiológica da doença, controlando-a melhor. Por fim, cabe trazer à atenção a necessidade de ampliar o sistema de notificação à nível nacional, a fim de monitorar adequadamente o avanço da toxoplasmose gestacional.Brazilian Journals Publicações de Periódicos e Editora Ltda.2021-08-25info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/3498310.34119/bjhrv4n4-281Brazilian Journal of Health Review; Vol. 4 No. 4 (2021); 18067-18072Brazilian Journal of Health Review; v. 4 n. 4 (2021); 18067-180722595-6825reponame:Brazilian Journal of Health Reviewinstname:Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP)instacron:BJRHporhttps://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/34983/pdfCopyright (c) 2021 Brazilian Journal of Health Reviewinfo:eu-repo/semantics/openAccessGniech, Nathalia ReginaGniech, Ana LaísaParreira, Ana Cristina FelipeD’Agostini, Fernanda Maurer2021-09-16T17:41:45Zoai:ojs2.ojs.brazilianjournals.com.br:article/34983Revistahttp://www.brazilianjournals.com/index.php/BJHR/indexPRIhttps://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/oai|| brazilianjhr@gmail.com2595-68252595-6825opendoar:2021-09-16T17:41:45Brazilian Journal of Health Review - Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP)false |
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