Consequências do uso prolongado de glicocorticóides na pressão intraocular - revisão da literatura

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Valbon, Bruno de Freitas
Data de Publicação: 2024
Outros Autores: Mendes, Filipe Toribio, Gon, Gabriel Potratz, Henriques Filho, Weller, Lima, Victória Kelbert
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Brazilian Journal of Health Review
Texto Completo: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/66890
Resumo: Introdução: Os glicocorticóides são medicações conhecidas por sua versatilidade e empregabilidade como tratamento de inúmeras doenças sistêmicas e oculares, no entanto, outra característica bem conhecida dessa classe farmacológica são seus efeitos sobre a elevação da pressão intraocular (PIO), o que apresenta um risco de dano funcional e estrutural ao nervo óptico. Objetivo: O objetivo deste estudo é estudar as consequências do uso prolongado de glicocorticóides na pressão intraocular (PIO), em relação ao tempo necessário para se estabelecerem as alterações e o desfecho do quadro. Método: Revisão sistemática de 15 artigos coletados na plataforma Pubmed/Medline no período de maio a junho de 2023, sendo incluídos apenas artigos publicados entre 2013 e 2023. Os artigos foram selecionados a partir das palavras chaves “Glaucoma”, "Glucocorticoids" e “Intraocular Pressure”, definidos pelo Medical Subject Headings (MESH). Os critérios de inclusão foram: data de publicação entre 2013-2023 e língua escrita (em inglês e português). Discussão: A partir da análise dos artigos selecionados, foi observada uma grande importância da aplicação tópica nos tratamentos estudados. Em uma revisão de literatura, Mohammud et al constatou que a dexametasona tópica apresentou um risco maior para elevação da PIO quando comparada com esteróides de menor potência, como a fluormetolona e corticoides não penetrantes como loteprednol. Além do uso tópico dos corticosteróides, outras formas de aplicação são estudadas em relação aos seus efeitos sobre a PIO, por exemplo, a injeção intravítrea de corticóide por implante. Em um estudo de Meyer et al, foi constatado que 69% dos pacientes tratados com injeção intravítrea de Dexametasona 0,7 mg (Ozurdex) obtiveram um aumento de pelo menos 5 mmHg na PIO ao longo de 1 ano. 50% dos indivíduos tiveram um aumento de pelo menos 10 mmHg sob as mesmas condições. Além disso, mais uma forma de aplicação é a intranasal. Em um estudo transversal, Ayesha et al constatou um aumento da PIO em grupo com uso contínuo de corticóide intranasal por mais de 2 anos em comparação com um grupo controle, entretanto, não foi observado significância estatística em relação à pressão do grupo em tratamento e do controle. Conclusão: Os estudos analisados enfatizam a importância de avaliar e monitorar a pressão intraocular em pacientes submetidos a tratamentos com corticosteróides, independentemente da forma de aplicação utilizada. É essencial que os oftalmologistas considerem os riscos e benefícios de cada opção terapêutica, adaptando o tratamento de acordo com as características e necessidades individuais de cada paciente. A segurança ocular e a preservação da função visual devem ser priorizadas em todos os casos.
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