Monkeypox: estudo clínico-epidemiológico da população afetada - uma revisão bibliográfica
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Outros Autores: | , , , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Brazilian Journal of Health Review |
Texto Completo: | https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/58658 |
Resumo: | INTRODUÇÃO: A Varíola dos Macacos (MPX) é uma doença causada pelo vírus Orthopoxvírus, da família Poxviridae. A doença em questão, é considerada endêmica na África Ocidental e Central desde sua primeira detecção em 1958 na República Democrática do Congo. Porém, em maio de 2022, a doença deixou de ser endêmica, e novos casos apareceram em países da Europa e da América do Norte, sendo considerada em de junho de 2022, pela Rede Mundial de Saúde, um surto. OBJETIVOS: Este estudo teve como objetivos definir um perfil epidemiológico em diferentes regiões do planeta que foram afetadas pela propagação do vírus Monkeypox e compará-las entre si, possíveis diferenças entre ambas, além de traçar uma análise epidemiológica atualizada. METODOLOGIA: Utilizando as bases de dados BVS e PubMed, foi feita uma revisão bibliográfica fazendo uso dos descritores: “monkeypox“, “monkeypox-epidemiologia” e "Orthopoxvírus-surto". Dessa maneira, foram escolhidos 20 artigos publicados, dos quais foram compilados os dados apresentados, realizando uma análise comparativa da situação epidemiológica e clínica entre territórios abordados. RESULTADOS/DISCUSSÃO: A análise dos resultados evidenciou um aumento significativo na frequência e na distribuição geográfica dos casos humanos de MPX em regiões da África nos últimos anos. A Nigéria e a RDC possuíam a maior prevalência até 30 de junho de 2022, e a maior parte dos infectados eram homens e mulheres de 21-40 anos e crianças. Nestas regiões, as principais formas de transmissão observadas foram o contato direto com indivíduos infectados com lesões de pele ou/e mucosas, por meio de gotículas respiratórias, fluidos corporais e fômites. Os sintomas mais prevalentes eram febre que precedia as lesões cutâneas, cefaléia, linfadenopatia, mialgia, letargia e astenia. O predomínio das lesões eram em rosto, braços, mãos, pernas e pés, inicialmente de aspecto papular podendo evoluir para pústulas e vesículas, que após rompidas ulceravam. Em maio de 2022 houve o aparecimento de um novo surto de MPX afetando 10 países na Europa, América do Norte e Oceania. Neste novo surto houve uma mudança no padrão epidemiológico, agora tendo homens que se relacionavam sexualmente com homens (HSM) como população reservatório para transmissão da doença. Diferenças também foram observadas na clínica apresentada, com maior prevalência de lesões únicas em regiões anogenitais associadas a sintomas sistêmicos mais brandos. CONCLUSÃO: Diante do exposto, fica clara uma mudança clínica-epidemiológica no surto de MPX em 2022, uma vez que anos anteriores a transmissão era principalmente zoonótica, as manifestações clínicas principais eram específicas e eram predominantes na África. Algumas hipóteses levantadas apontam para a mutação viral, onde o vírus passou a possuir menor invasividade de mucosa íntegra, levando a crer que a relação sexual desprotegida é o meio de acesso mais viável para a propagação do mesmo. Na mesma linha, o surgimento de novas cepas com menor virulência explicariam os sintomas mais brandos, porém com grande capacidade de transmissão quando inserida em populações vulneráveis. |
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