Incidência de Distúrbios Osteomusculares em marceneiros
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Data de Publicação: | 2023 |
Outros Autores: | , , , , , , , , , , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Brazilian Journal of Health Review |
Texto Completo: | https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/57171 |
Resumo: | Introdução: Os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) ou Lesões por Esforços Repetitivos (LER) são as desordens que surgem por alterações musculares, nervosas, tendinosas, ligamentares, articulares e cartilaginosas, resultando em inflamação e degeneração, que afetam o sistema musculoesquelético. Devido à sobrecarga articular, certos profissionais, como os de marcenaria, apresentam maior propensão ao desenvolvimento de LER/DORT, já que posturas estáticas e movimentos ergonomicamente incorretos desencadeiam alterações osteomusculares significativas. Nesse sentido, a Associação de Proteção e Assistência a Condenados (APAC) tem como um de seus princípios o trabalho, como forma de ressocialização e reintegração do condenado à sociedade e, dentre eles, existe a marcenaria/carpintaria como laborterapia. Objetivo: O presente estudo tem como objetivo avaliar a incidência de DORT/LER entre os marceneiros da APAC do município de São João Del-Rei/MG. Método: Foi realizado um estudo com delineamento transversal com 10 recuperandos que trabalham, exclusivamente, na função de marcenaria/carpintaria, do sexo masculino e idade entre 23-55 anos. Para avaliar a incidência de LER/DORT, foi aplicado o Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares (QNSO), com perguntas sobre a existência de desconforto, dor ou dormência nas regiões da cabeça, pescoço, ombros, região torácica, cotovelos, região lombar, punhos, mãos, coxas, joelhos, tornozelos e pés, e perguntas sobre a existência de sintomas dolorosos, desconforto ou formigamento nos últimos 7 dias e 12 meses. Além disso, o QNSO também avalia o nível de dor, de 1 a 10 pontos, sendo 1 dor fraca e 10 dor forte. Foi também calculado o índice de massa corporal (IMC) de cada entrevistado, o peso corporal e a altura. Resultados: As médias de encontradas foram de 37,2 anos de idade; 82,45 kg de peso corporal; 1,76 m de altura, IMC de 26,7 kg/m², média de anos de trabalho prestados em marcenaria; 9,7 anos, horas de serviço semanal; 47,6h. Quanto à mão dominante para trabalho, 03 marceneiros eram canhotos e 07 destros. Todos os participantes queixaram-se de dor osteomuscular nos últimos 12 meses e as regiões com maiores porcentagens de queixas dolorosas foram a coluna cervical (20%), coluna lombar (40%), punho ou mão direita (40%) e tornozelos ou pés (30%). Quanto aos sintomas dolorosos nos últimos 07 dias, foram observadas maiores porcentagens de queixas em coluna lombar (40%) e tornozelos ou pés (30%). Para o nível de dor nos últimos 12 meses (pontuação 1 a 10), as maiores médias encontradas foram: região do pescoço (5,5), cotovelo direito (5,5), cotovelo esquerdo (5,5), região lombar (5,25) e tornozelos ou pés (6,33). Conclusão: As APACs parecem funcionar melhor do que o sistema prisional tradicional. Nota-se que os recuperandos marceneiros apresentaram dores relacionadas à ocupação e que as principais regiões acometidas, em ordem decrescente foram, lombar, punhos/mãos, tornozelos e pés, indicando que a atividade laboral em marcenaria/carpintaria exerce impacto nessas regiões. |
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