Incidência de Distúrbios Osteomusculares em marceneiros

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pimenta, Rubio Hibertton de Lima
Data de Publicação: 2023
Outros Autores: da Silva, João Guilherme Lino, Coutinho, Pedro Netto Brando, Romanha, Julio Carvalho, Filho, Lucas Neves Coelho, Alves, Felipe Rezende Ferreira, Silveira, Augusto Targino, Gonsalves, Jaqueline Fazzion, Costa, Érika Bárbara, Lara, Lorena Longatti, de Campos, Suelen Aparecida, Silva, Larissa Cárita Moreira, Filho, Luiz Gonzaga Chiavegato, Damázio, Laila Cristina Moreira
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Brazilian Journal of Health Review
Texto Completo: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/57171
Resumo: Introdução: Os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) ou Lesões por Esforços Repetitivos (LER) são as desordens que surgem por alterações musculares, nervosas, tendinosas, ligamentares, articulares e cartilaginosas, resultando em inflamação e degeneração, que afetam o sistema musculoesquelético. Devido à sobrecarga articular, certos profissionais, como os de marcenaria, apresentam maior propensão ao desenvolvimento de LER/DORT, já que posturas estáticas e movimentos ergonomicamente incorretos desencadeiam alterações osteomusculares significativas. Nesse sentido, a Associação de Proteção e Assistência a Condenados (APAC) tem como um de seus princípios o trabalho, como forma de ressocialização e reintegração do condenado à sociedade e, dentre eles, existe a marcenaria/carpintaria como laborterapia. Objetivo: O presente estudo tem como objetivo avaliar a incidência de DORT/LER entre os marceneiros da APAC do município de São João Del-Rei/MG. Método: Foi realizado um estudo com delineamento transversal com 10 recuperandos que trabalham, exclusivamente, na função de marcenaria/carpintaria, do sexo masculino e idade entre 23-55 anos. Para avaliar a incidência de LER/DORT, foi aplicado o Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares (QNSO), com perguntas sobre a existência de desconforto, dor ou dormência nas regiões da cabeça, pescoço, ombros, região torácica, cotovelos, região lombar, punhos, mãos, coxas, joelhos, tornozelos e pés, e perguntas sobre a existência de sintomas dolorosos, desconforto ou formigamento nos últimos 7 dias e 12 meses. Além disso, o QNSO também avalia o nível de dor, de 1 a 10 pontos, sendo 1 dor fraca e 10 dor forte. Foi também calculado o índice de massa corporal (IMC) de cada entrevistado, o peso corporal e a altura. Resultados: As médias de encontradas foram de 37,2 anos de idade; 82,45 kg de peso corporal; 1,76 m de altura, IMC de 26,7 kg/m², média de anos de trabalho prestados em marcenaria; 9,7 anos, horas de serviço semanal; 47,6h. Quanto à mão dominante para trabalho, 03 marceneiros eram canhotos e 07 destros. Todos os participantes queixaram-se de dor osteomuscular nos últimos 12 meses e as regiões com maiores porcentagens de queixas dolorosas foram a coluna cervical (20%), coluna lombar (40%), punho ou mão direita (40%) e tornozelos ou pés (30%). Quanto aos sintomas dolorosos nos últimos 07 dias, foram observadas maiores porcentagens de queixas em coluna lombar (40%) e tornozelos ou pés (30%). Para o nível de dor nos últimos 12 meses (pontuação 1 a 10), as maiores médias encontradas foram: região do pescoço (5,5), cotovelo direito (5,5), cotovelo esquerdo (5,5), região lombar (5,25) e tornozelos ou pés (6,33). Conclusão: As APACs parecem funcionar melhor do que o sistema prisional tradicional. Nota-se que os recuperandos marceneiros apresentaram dores relacionadas à ocupação e que as principais regiões acometidas, em ordem decrescente foram, lombar, punhos/mãos, tornozelos e pés, indicando que a atividade laboral em marcenaria/carpintaria exerce impacto nessas regiões. 
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