Sífilis congênita: o reflexo da assistência pré-natal na Bahia / Congenital syphilis: the reflex of pre natal care in Bahia
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2019 |
Outros Autores: | , , , , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Brazilian Journal of Health Review |
Texto Completo: | https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/1352 |
Resumo: | Introdução:A sífilis congênita (SC) é uma doença infecciosa que ocorre pela disseminação hematogênica do T. pallidum da gestante infectada não tratada ou inadequadamente tratada, para o feto. Essa transmissão pode ocorrer por via transplacentária ou durante o parto. A transmissão vertical (TV) do T. pallidum pode acontecer em qualquer fase gestacional. Em mulheres não tratadas a taxa de infecção da TV do T. pallidum é muito mais elevada nas fases primária e secundária da doença, correspondendo 70 a 100%. Embora tenha simples diagnóstico e rastreamento obrigatório durante o pré-natal a SC apresenta elevada prevalência, afetando dois milhões de gestantes no mundo.A SC é classificada em dois períodos: a precoce e a tardia. O VDRL é o método diagnóstico mais utilizado para detecção do T.pallidum, além de ser o exame padrão no diagnóstico e pré-natal. A meta para a eliminação da SC até 2015 nas Américas estabelecida pela Organização Pan-americana de Saúde (OPAS) e adotada pelo Ministério da Saúde é reduzir a incidência para 0,5 casos por mil nascidos vivos.Objetivo: Delinear a epidemiologia da SC na Bahia no período compreendido entre 2010 e 2016.Metodologia: Estudo do tipo ecológico de série temporal, realizado com dados secundários da SUVISA. Os dados foram tabulados e estratificados pelas variáveis:escolaridade da mãe, raça da mãe, realização do pré-natal, diagnóstico de sífilis materna, parceiro tratado, faixa etária da criança, diagnóstico final, incidência, mortalidade e letalidade da SC. Resultados:Em relação à incidência, ocorreu um aumento de 373,1%de 2016 em relação à 2010. Houve predomínio deSC recente (70,1%), em < 1 ano (99,53%), mães com ensino fundamental incompleto (28,6%), raça parda (59,1%), que realizaram o pré-natal (68,7%), sífilis materna detectada durante o pré-natal (43,7%) e parceiros não foram tratados (45,9%). A mortalidade foi de 8,6 óbitos/100.000 nascidos vivos e a letalidade foi 1,8%. Conclusão:Trata-se de um problema de saúde pública na Bahia, sobretudo pelo elevado número de incidência, mortalidade e letalidade. Evidenciando a fragilidade da assistência pré-natal da Bahia - baixa eficácia das ações de prevenção e tratamento. |
id |
BJRH-0_c1534764560e41446b0f357a5eb25ad4 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:ojs2.ojs.brazilianjournals.com.br:article/1352 |
network_acronym_str |
BJRH-0 |
network_name_str |
Brazilian Journal of Health Review |
repository_id_str |
|
spelling |
Sífilis congênita: o reflexo da assistência pré-natal na Bahia / Congenital syphilis: the reflex of pre natal care in BahiaSífilis congênita. Epidemiologia. Pré-natal. Bahia.Introdução:A sífilis congênita (SC) é uma doença infecciosa que ocorre pela disseminação hematogênica do T. pallidum da gestante infectada não tratada ou inadequadamente tratada, para o feto. Essa transmissão pode ocorrer por via transplacentária ou durante o parto. A transmissão vertical (TV) do T. pallidum pode acontecer em qualquer fase gestacional. Em mulheres não tratadas a taxa de infecção da TV do T. pallidum é muito mais elevada nas fases primária e secundária da doença, correspondendo 70 a 100%. Embora tenha simples diagnóstico e rastreamento obrigatório durante o pré-natal a SC apresenta elevada prevalência, afetando dois milhões de gestantes no mundo.A SC é classificada em dois períodos: a precoce e a tardia. O VDRL é o método diagnóstico mais utilizado para detecção do T.pallidum, além de ser o exame padrão no diagnóstico e pré-natal. A meta para a eliminação da SC até 2015 nas Américas estabelecida pela Organização Pan-americana de Saúde (OPAS) e adotada pelo Ministério da Saúde é reduzir a incidência para 0,5 casos por mil nascidos vivos.Objetivo: Delinear a epidemiologia da SC na Bahia no período compreendido entre 2010 e 2016.Metodologia: Estudo do tipo ecológico de série temporal, realizado com dados secundários da SUVISA. Os dados foram tabulados e estratificados pelas variáveis:escolaridade da mãe, raça da mãe, realização do pré-natal, diagnóstico de sífilis materna, parceiro tratado, faixa etária da criança, diagnóstico final, incidência, mortalidade e letalidade da SC. Resultados:Em relação à incidência, ocorreu um aumento de 373,1%de 2016 em relação à 2010. Houve predomínio deSC recente (70,1%), em < 1 ano (99,53%), mães com ensino fundamental incompleto (28,6%), raça parda (59,1%), que realizaram o pré-natal (68,7%), sífilis materna detectada durante o pré-natal (43,7%) e parceiros não foram tratados (45,9%). A mortalidade foi de 8,6 óbitos/100.000 nascidos vivos e a letalidade foi 1,8%. Conclusão:Trata-se de um problema de saúde pública na Bahia, sobretudo pelo elevado número de incidência, mortalidade e letalidade. Evidenciando a fragilidade da assistência pré-natal da Bahia - baixa eficácia das ações de prevenção e tratamento. Brazilian Journals Publicações de Periódicos e Editora Ltda.2019-02-22info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/1352Brazilian Journal of Health Review; Vol. 2 No. 2 (2019); 1356-1376Brazilian Journal of Health Review; v. 2 n. 2 (2019); 1356-13762595-6825reponame:Brazilian Journal of Health Reviewinstname:Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP)instacron:BJRHporhttps://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/1352/1224Copyright (c) 2019 Brazilian Journal of Health Reviewinfo:eu-repo/semantics/openAccessSousa, Otávio CarvalhoMatos, Paulo Vitor CamposAguiar, Dijalma GuedesRodrigues, Renata LeiteMacêdo, Iana ConceiçãoCordeiro, Daniela Santana MendesFerreira, Monique Carvalho SantosBorges, Roberta de Assis2019-06-04T14:36:53Zoai:ojs2.ojs.brazilianjournals.com.br:article/1352Revistahttp://www.brazilianjournals.com/index.php/BJHR/indexPRIhttps://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/oai|| brazilianjhr@gmail.com2595-68252595-6825opendoar:2019-06-04T14:36:53Brazilian Journal of Health Review - Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Sífilis congênita: o reflexo da assistência pré-natal na Bahia / Congenital syphilis: the reflex of pre natal care in Bahia |
title |
Sífilis congênita: o reflexo da assistência pré-natal na Bahia / Congenital syphilis: the reflex of pre natal care in Bahia |
spellingShingle |
Sífilis congênita: o reflexo da assistência pré-natal na Bahia / Congenital syphilis: the reflex of pre natal care in Bahia Sousa, Otávio Carvalho Sífilis congênita. Epidemiologia. Pré-natal. Bahia. |
title_short |
Sífilis congênita: o reflexo da assistência pré-natal na Bahia / Congenital syphilis: the reflex of pre natal care in Bahia |
title_full |
Sífilis congênita: o reflexo da assistência pré-natal na Bahia / Congenital syphilis: the reflex of pre natal care in Bahia |
title_fullStr |
Sífilis congênita: o reflexo da assistência pré-natal na Bahia / Congenital syphilis: the reflex of pre natal care in Bahia |
title_full_unstemmed |
Sífilis congênita: o reflexo da assistência pré-natal na Bahia / Congenital syphilis: the reflex of pre natal care in Bahia |
title_sort |
Sífilis congênita: o reflexo da assistência pré-natal na Bahia / Congenital syphilis: the reflex of pre natal care in Bahia |
author |
Sousa, Otávio Carvalho |
author_facet |
Sousa, Otávio Carvalho Matos, Paulo Vitor Campos Aguiar, Dijalma Guedes Rodrigues, Renata Leite Macêdo, Iana Conceição Cordeiro, Daniela Santana Mendes Ferreira, Monique Carvalho Santos Borges, Roberta de Assis |
author_role |
author |
author2 |
Matos, Paulo Vitor Campos Aguiar, Dijalma Guedes Rodrigues, Renata Leite Macêdo, Iana Conceição Cordeiro, Daniela Santana Mendes Ferreira, Monique Carvalho Santos Borges, Roberta de Assis |
author2_role |
author author author author author author author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Sousa, Otávio Carvalho Matos, Paulo Vitor Campos Aguiar, Dijalma Guedes Rodrigues, Renata Leite Macêdo, Iana Conceição Cordeiro, Daniela Santana Mendes Ferreira, Monique Carvalho Santos Borges, Roberta de Assis |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Sífilis congênita. Epidemiologia. Pré-natal. Bahia. |
topic |
Sífilis congênita. Epidemiologia. Pré-natal. Bahia. |
description |
Introdução:A sífilis congênita (SC) é uma doença infecciosa que ocorre pela disseminação hematogênica do T. pallidum da gestante infectada não tratada ou inadequadamente tratada, para o feto. Essa transmissão pode ocorrer por via transplacentária ou durante o parto. A transmissão vertical (TV) do T. pallidum pode acontecer em qualquer fase gestacional. Em mulheres não tratadas a taxa de infecção da TV do T. pallidum é muito mais elevada nas fases primária e secundária da doença, correspondendo 70 a 100%. Embora tenha simples diagnóstico e rastreamento obrigatório durante o pré-natal a SC apresenta elevada prevalência, afetando dois milhões de gestantes no mundo.A SC é classificada em dois períodos: a precoce e a tardia. O VDRL é o método diagnóstico mais utilizado para detecção do T.pallidum, além de ser o exame padrão no diagnóstico e pré-natal. A meta para a eliminação da SC até 2015 nas Américas estabelecida pela Organização Pan-americana de Saúde (OPAS) e adotada pelo Ministério da Saúde é reduzir a incidência para 0,5 casos por mil nascidos vivos.Objetivo: Delinear a epidemiologia da SC na Bahia no período compreendido entre 2010 e 2016.Metodologia: Estudo do tipo ecológico de série temporal, realizado com dados secundários da SUVISA. Os dados foram tabulados e estratificados pelas variáveis:escolaridade da mãe, raça da mãe, realização do pré-natal, diagnóstico de sífilis materna, parceiro tratado, faixa etária da criança, diagnóstico final, incidência, mortalidade e letalidade da SC. Resultados:Em relação à incidência, ocorreu um aumento de 373,1%de 2016 em relação à 2010. Houve predomínio deSC recente (70,1%), em < 1 ano (99,53%), mães com ensino fundamental incompleto (28,6%), raça parda (59,1%), que realizaram o pré-natal (68,7%), sífilis materna detectada durante o pré-natal (43,7%) e parceiros não foram tratados (45,9%). A mortalidade foi de 8,6 óbitos/100.000 nascidos vivos e a letalidade foi 1,8%. Conclusão:Trata-se de um problema de saúde pública na Bahia, sobretudo pelo elevado número de incidência, mortalidade e letalidade. Evidenciando a fragilidade da assistência pré-natal da Bahia - baixa eficácia das ações de prevenção e tratamento. |
publishDate |
2019 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2019-02-22 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/1352 |
url |
https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/1352 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/1352/1224 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Copyright (c) 2019 Brazilian Journal of Health Review info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Copyright (c) 2019 Brazilian Journal of Health Review |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Brazilian Journals Publicações de Periódicos e Editora Ltda. |
publisher.none.fl_str_mv |
Brazilian Journals Publicações de Periódicos e Editora Ltda. |
dc.source.none.fl_str_mv |
Brazilian Journal of Health Review; Vol. 2 No. 2 (2019); 1356-1376 Brazilian Journal of Health Review; v. 2 n. 2 (2019); 1356-1376 2595-6825 reponame:Brazilian Journal of Health Review instname:Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP) instacron:BJRH |
instname_str |
Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP) |
instacron_str |
BJRH |
institution |
BJRH |
reponame_str |
Brazilian Journal of Health Review |
collection |
Brazilian Journal of Health Review |
repository.name.fl_str_mv |
Brazilian Journal of Health Review - Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP) |
repository.mail.fl_str_mv |
|| brazilianjhr@gmail.com |
_version_ |
1797240047369453568 |