Estudo da resistência bacteriana frente ao líquido da castanha de caju (Anacardium occidentale)/ Study of the bacterial resistance against the cashew nutshell liquid (Anacardium occidentale

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rodrigues, Remigio Cenepo Escobar
Data de Publicação: 2020
Outros Autores: Silva, Geverson Façanha da, Junior, Sergio Duvoisin, Albuquerque, Patrícia Melchionna
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Brazilian Journal of Health Review
Texto Completo: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/21227
Resumo: A resistência microbiana tem representado um grande problema de saúde pública e o uso irracional dos antimicrobianos tem contribuído para o surgimento de cepas resistentes. Como tratamento alternativo, é necessário buscar e desenvolver novas drogas, especialmente as obtidas a partir de produtos naturais. Anacardium occidentale, conhecido popularmente como cajueiro é uma planta de clima tropical, originária do Brasil. O Líquido da Castanha de Caju (LCC) possui grande aplicação na indústria de tintas e vernizes, e é composto por uma mistura de fenóis, incluindo o ácido anacárdico (AnA). Estudos demonstram que o ácido anacárdico possui atividade antimicrobiana, mas o seu mecanismo de ação ainda é pouco conhecido. Portanto, com o presente trabalho, avaliou-se a atividade antimicrobiana do LCC e do AnA sobre bactérias patogênicas, verificou-se a possibilidade de produção de ?-lactamases como forma de resistência bacteriana. Das oito bactérias patogênicas testadas, 75% foram susceptíveis ao LCC e ao AnA. No teste de difusão em ágar foram obtidas zonas de inibição com diâmetro entre 10,3 e 17,9 mm. O microrganismo mais susceptível foi o Staphylococcus aureus ATCC 25923, enquanto que a Pseudomonas aeruginosa de caso clínico foi a menos vulnerável. A Escherichia coli ATCC 35218 e a P. aeruginosa ATCC 9027 foram as bactérias que apresentaram resistência ao LCC e ao AnA. A CIM e a CBM foram avaliadas sobre todos os microrganismos susceptíveis. A menor CIM foi de 10,4 ?g/mL para o S. aureus ATCC 25923, e a maior foi de 416,6 ?g/mL para a P. aeruginosa de caso clínico. Não houve diferença significativa entre o LCC e o AnA para os valores de CIM e CBM (p< 0,01). Na avaliação da produção de ?-lactamases, não foi observada a produção dessa enzima pelas bactérias resistentes. O isolamento do AnA foi confirmado por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas e os compostos presentes no LCC foram identificados como sendo cardanol, cardol, metilcardol e AnA. Portanto, verificou-se que o cajueiro amazônico apresenta metabólitos com atividade antibacteriana. Outros mecanismos de resistência bacteriana devem ser estudados, como a permeabilidade da parede celular de Gram negativas que bloqueia a penetração de óleos hidrófobos.
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