Os desafios para o controle da Tuberculose no Brasil : The challenges for Tuberculosis control in Brazil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: do Carmo, Isabella Abidalla
Data de Publicação: 2022
Outros Autores: Maia, Júlia Cordeiro, de Novaes, João Vitor Carmo, Almeida, Laís de Souza, Pereira, Núbia Andrade da Cunha, da Costa, Gustavo Vieira Rodrigues, Rodrigues, Marcela Sales de Lucca, Leite, Camilla Cristófaro Martins
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Brazilian Journal of Health Review
Texto Completo: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/55197
Resumo: Introdução: A tuberculose (TB) é uma doença infecto-contagiosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis, também chamado de bacilo de Koch. É uma enfermidade de cunho social. Em 2015, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou 10,4 milhões de novos casos de TB, 1,4 milhão de mortes e taxa de cura de 83%. Essa patologia é transmitida através da fala, espirro ou tosse. Com o início do esquema terapêutico adequado, a transmissão tende a diminuir gradativamente e, em geral, após 15 dias de tratamento chega a níveis insignificantes. No que se refere às manifestações, a TB cursa com uma síndrome infecciosa crônica e a maioria dos pacientes apresenta febre, adinamia, anorexia, emagrecimento e sudorese noturna. Quando a tuberculose é extrapulmonar, os sinais e sintomas dependem dos órgãos ou sistemas acometidos. Para o diagnóstico dessa afecção são utilizados, principalmente, o exame microscópico direto (baciloscopia direta através do escarro), a cultura para micobactéria com identificação de espécie, o teste rápido para tuberculose (TR-TB), a prova tuberculínica e a radiografia de tórax. Seu tratamento dura pelo menos seis meses, é gratuito, está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) e deve ser preferencialmente feito em regime de Tratamento  Diretamente  Observado  (TDO). O objetivo do tratamento é curar a doença e  reduzir  rapidamente  a  propagação da infecção. Embora a eficácia dos medicamentos anti-tuberculose seja de até 95%, no Brasil a taxa de cura é de aproximadamente 70%, que  pode  ocorrer  por abandono do tratamento e uso incorreto dos  fármacos. Assim, o presente artigo visa analisar o panorama sócio-epidemiológico da tuberculose no Brasil, a fim de promover maior visibilidade a essa patologia e de melhor compreender o progressivo aumento de casos da doença. Metodologia: revisão integrativa da literatura nas bases de dados PubMed, SCIELO e Lilacs, mediante a utilização dos descritores: “tuberculose x tratamento” e “tuberculosis treatment x untreated tuberculosis”. Foram selecionados 15 artigos, de 2009 a 2021. Artigos completos e com publicação inferior a 13 anos foram incluídos. Estudos publicados em periódicos de baixo fator de impacto foram excluídos. Discussão: Um grande desafio para o controle da tuberculose está relacionado à incidência desproporcional observada entre as populações de maior risco, dentre elas a carcerária. A maior preocupação com a sobrevivência ao invés da saúde, o medo de segregação e o baixo acesso à informação, influenciam na baixa participação dessa população nos tratamentos e na prevenção. Ademais as periferias brasileiras, caracterizadas por ambientes de aglomeração e de precariedade sanitária apresenta maior incidência de TB e impasse no controle dessa patologia. A pandemia de COVID-19 também corroborou para elevação do número de casos de TB não diagnosticados, com tratamento insatisfatório e reduziu a adesão à vacinação para esse fim. Por fim, sabe-se que o tratamento da tuberculose é demorado, sendo por isso comum o seu abandono. Conclusão: Apesar de apresentar tratamento bem estabelecido, a TB ainda possui altas incidências na população brasileira, isso devido aos óbices socioeconômicos. Portanto, faz-se importante realizar monitoramento intenso e atenção direcionada às classes menos favorecidas da população a fim de assegurar que os portadores dessa patologia sejam adequadamente diagnosticados e tratados.
id BJRH-0_d02fadbe21ccbf8cb6fb0bcd64dff833
oai_identifier_str oai:ojs2.ojs.brazilianjournals.com.br:article/55197
network_acronym_str BJRH-0
network_name_str Brazilian Journal of Health Review
repository_id_str
spelling Os desafios para o controle da Tuberculose no Brasil : The challenges for Tuberculosis control in BrazilTuberculosebacilo de kochtratamento TBIntrodução: A tuberculose (TB) é uma doença infecto-contagiosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis, também chamado de bacilo de Koch. É uma enfermidade de cunho social. Em 2015, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou 10,4 milhões de novos casos de TB, 1,4 milhão de mortes e taxa de cura de 83%. Essa patologia é transmitida através da fala, espirro ou tosse. Com o início do esquema terapêutico adequado, a transmissão tende a diminuir gradativamente e, em geral, após 15 dias de tratamento chega a níveis insignificantes. No que se refere às manifestações, a TB cursa com uma síndrome infecciosa crônica e a maioria dos pacientes apresenta febre, adinamia, anorexia, emagrecimento e sudorese noturna. Quando a tuberculose é extrapulmonar, os sinais e sintomas dependem dos órgãos ou sistemas acometidos. Para o diagnóstico dessa afecção são utilizados, principalmente, o exame microscópico direto (baciloscopia direta através do escarro), a cultura para micobactéria com identificação de espécie, o teste rápido para tuberculose (TR-TB), a prova tuberculínica e a radiografia de tórax. Seu tratamento dura pelo menos seis meses, é gratuito, está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) e deve ser preferencialmente feito em regime de Tratamento  Diretamente  Observado  (TDO). O objetivo do tratamento é curar a doença e  reduzir  rapidamente  a  propagação da infecção. Embora a eficácia dos medicamentos anti-tuberculose seja de até 95%, no Brasil a taxa de cura é de aproximadamente 70%, que  pode  ocorrer  por abandono do tratamento e uso incorreto dos  fármacos. Assim, o presente artigo visa analisar o panorama sócio-epidemiológico da tuberculose no Brasil, a fim de promover maior visibilidade a essa patologia e de melhor compreender o progressivo aumento de casos da doença. Metodologia: revisão integrativa da literatura nas bases de dados PubMed, SCIELO e Lilacs, mediante a utilização dos descritores: “tuberculose x tratamento” e “tuberculosis treatment x untreated tuberculosis”. Foram selecionados 15 artigos, de 2009 a 2021. Artigos completos e com publicação inferior a 13 anos foram incluídos. Estudos publicados em periódicos de baixo fator de impacto foram excluídos. Discussão: Um grande desafio para o controle da tuberculose está relacionado à incidência desproporcional observada entre as populações de maior risco, dentre elas a carcerária. A maior preocupação com a sobrevivência ao invés da saúde, o medo de segregação e o baixo acesso à informação, influenciam na baixa participação dessa população nos tratamentos e na prevenção. Ademais as periferias brasileiras, caracterizadas por ambientes de aglomeração e de precariedade sanitária apresenta maior incidência de TB e impasse no controle dessa patologia. A pandemia de COVID-19 também corroborou para elevação do número de casos de TB não diagnosticados, com tratamento insatisfatório e reduziu a adesão à vacinação para esse fim. Por fim, sabe-se que o tratamento da tuberculose é demorado, sendo por isso comum o seu abandono. Conclusão: Apesar de apresentar tratamento bem estabelecido, a TB ainda possui altas incidências na população brasileira, isso devido aos óbices socioeconômicos. Portanto, faz-se importante realizar monitoramento intenso e atenção direcionada às classes menos favorecidas da população a fim de assegurar que os portadores dessa patologia sejam adequadamente diagnosticados e tratados.Brazilian Journals Publicações de Periódicos e Editora Ltda.2022-12-08info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/5519710.34119/bjhrv5n6-168Brazilian Journal of Health Review; Vol. 5 No. 6 (2022); 23969-23978Brazilian Journal of Health Review; v. 5 n. 6 (2022); 23969-239782595-6825reponame:Brazilian Journal of Health Reviewinstname:Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP)instacron:BJRHporhttps://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/55197/40685Copyright (c) 2022 Brazilian Journal of Health Reviewinfo:eu-repo/semantics/openAccessdo Carmo, Isabella AbidallaMaia, Júlia Cordeirode Novaes, João Vitor CarmoAlmeida, Laís de SouzaPereira, Núbia Andrade da Cunha da Costa, Gustavo Vieira RodriguesRodrigues, Marcela Sales de LuccaLeite, Camilla Cristófaro Martins2022-12-21T14:47:29Zoai:ojs2.ojs.brazilianjournals.com.br:article/55197Revistahttp://www.brazilianjournals.com/index.php/BJHR/indexPRIhttps://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/oai|| brazilianjhr@gmail.com2595-68252595-6825opendoar:2022-12-21T14:47:29Brazilian Journal of Health Review - Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP)false
dc.title.none.fl_str_mv Os desafios para o controle da Tuberculose no Brasil : The challenges for Tuberculosis control in Brazil
title Os desafios para o controle da Tuberculose no Brasil : The challenges for Tuberculosis control in Brazil
spellingShingle Os desafios para o controle da Tuberculose no Brasil : The challenges for Tuberculosis control in Brazil
do Carmo, Isabella Abidalla
Tuberculose
bacilo de koch
tratamento TB
title_short Os desafios para o controle da Tuberculose no Brasil : The challenges for Tuberculosis control in Brazil
title_full Os desafios para o controle da Tuberculose no Brasil : The challenges for Tuberculosis control in Brazil
title_fullStr Os desafios para o controle da Tuberculose no Brasil : The challenges for Tuberculosis control in Brazil
title_full_unstemmed Os desafios para o controle da Tuberculose no Brasil : The challenges for Tuberculosis control in Brazil
title_sort Os desafios para o controle da Tuberculose no Brasil : The challenges for Tuberculosis control in Brazil
author do Carmo, Isabella Abidalla
author_facet do Carmo, Isabella Abidalla
Maia, Júlia Cordeiro
de Novaes, João Vitor Carmo
Almeida, Laís de Souza
Pereira, Núbia Andrade da Cunha
da Costa, Gustavo Vieira Rodrigues
Rodrigues, Marcela Sales de Lucca
Leite, Camilla Cristófaro Martins
author_role author
author2 Maia, Júlia Cordeiro
de Novaes, João Vitor Carmo
Almeida, Laís de Souza
Pereira, Núbia Andrade da Cunha
da Costa, Gustavo Vieira Rodrigues
Rodrigues, Marcela Sales de Lucca
Leite, Camilla Cristófaro Martins
author2_role author
author
author
author
author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv do Carmo, Isabella Abidalla
Maia, Júlia Cordeiro
de Novaes, João Vitor Carmo
Almeida, Laís de Souza
Pereira, Núbia Andrade da Cunha
da Costa, Gustavo Vieira Rodrigues
Rodrigues, Marcela Sales de Lucca
Leite, Camilla Cristófaro Martins
dc.subject.por.fl_str_mv Tuberculose
bacilo de koch
tratamento TB
topic Tuberculose
bacilo de koch
tratamento TB
description Introdução: A tuberculose (TB) é uma doença infecto-contagiosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis, também chamado de bacilo de Koch. É uma enfermidade de cunho social. Em 2015, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou 10,4 milhões de novos casos de TB, 1,4 milhão de mortes e taxa de cura de 83%. Essa patologia é transmitida através da fala, espirro ou tosse. Com o início do esquema terapêutico adequado, a transmissão tende a diminuir gradativamente e, em geral, após 15 dias de tratamento chega a níveis insignificantes. No que se refere às manifestações, a TB cursa com uma síndrome infecciosa crônica e a maioria dos pacientes apresenta febre, adinamia, anorexia, emagrecimento e sudorese noturna. Quando a tuberculose é extrapulmonar, os sinais e sintomas dependem dos órgãos ou sistemas acometidos. Para o diagnóstico dessa afecção são utilizados, principalmente, o exame microscópico direto (baciloscopia direta através do escarro), a cultura para micobactéria com identificação de espécie, o teste rápido para tuberculose (TR-TB), a prova tuberculínica e a radiografia de tórax. Seu tratamento dura pelo menos seis meses, é gratuito, está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) e deve ser preferencialmente feito em regime de Tratamento  Diretamente  Observado  (TDO). O objetivo do tratamento é curar a doença e  reduzir  rapidamente  a  propagação da infecção. Embora a eficácia dos medicamentos anti-tuberculose seja de até 95%, no Brasil a taxa de cura é de aproximadamente 70%, que  pode  ocorrer  por abandono do tratamento e uso incorreto dos  fármacos. Assim, o presente artigo visa analisar o panorama sócio-epidemiológico da tuberculose no Brasil, a fim de promover maior visibilidade a essa patologia e de melhor compreender o progressivo aumento de casos da doença. Metodologia: revisão integrativa da literatura nas bases de dados PubMed, SCIELO e Lilacs, mediante a utilização dos descritores: “tuberculose x tratamento” e “tuberculosis treatment x untreated tuberculosis”. Foram selecionados 15 artigos, de 2009 a 2021. Artigos completos e com publicação inferior a 13 anos foram incluídos. Estudos publicados em periódicos de baixo fator de impacto foram excluídos. Discussão: Um grande desafio para o controle da tuberculose está relacionado à incidência desproporcional observada entre as populações de maior risco, dentre elas a carcerária. A maior preocupação com a sobrevivência ao invés da saúde, o medo de segregação e o baixo acesso à informação, influenciam na baixa participação dessa população nos tratamentos e na prevenção. Ademais as periferias brasileiras, caracterizadas por ambientes de aglomeração e de precariedade sanitária apresenta maior incidência de TB e impasse no controle dessa patologia. A pandemia de COVID-19 também corroborou para elevação do número de casos de TB não diagnosticados, com tratamento insatisfatório e reduziu a adesão à vacinação para esse fim. Por fim, sabe-se que o tratamento da tuberculose é demorado, sendo por isso comum o seu abandono. Conclusão: Apesar de apresentar tratamento bem estabelecido, a TB ainda possui altas incidências na população brasileira, isso devido aos óbices socioeconômicos. Portanto, faz-se importante realizar monitoramento intenso e atenção direcionada às classes menos favorecidas da população a fim de assegurar que os portadores dessa patologia sejam adequadamente diagnosticados e tratados.
publishDate 2022
dc.date.none.fl_str_mv 2022-12-08
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/55197
10.34119/bjhrv5n6-168
url https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/55197
identifier_str_mv 10.34119/bjhrv5n6-168
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/55197/40685
dc.rights.driver.fl_str_mv Copyright (c) 2022 Brazilian Journal of Health Review
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Copyright (c) 2022 Brazilian Journal of Health Review
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Brazilian Journals Publicações de Periódicos e Editora Ltda.
publisher.none.fl_str_mv Brazilian Journals Publicações de Periódicos e Editora Ltda.
dc.source.none.fl_str_mv Brazilian Journal of Health Review; Vol. 5 No. 6 (2022); 23969-23978
Brazilian Journal of Health Review; v. 5 n. 6 (2022); 23969-23978
2595-6825
reponame:Brazilian Journal of Health Review
instname:Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP)
instacron:BJRH
instname_str Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP)
instacron_str BJRH
institution BJRH
reponame_str Brazilian Journal of Health Review
collection Brazilian Journal of Health Review
repository.name.fl_str_mv Brazilian Journal of Health Review - Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP)
repository.mail.fl_str_mv || brazilianjhr@gmail.com
_version_ 1797240080430006272