Os desafios para o controle da Tuberculose no Brasil : The challenges for Tuberculosis control in Brazil
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Outros Autores: | , , , , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Brazilian Journal of Health Review |
Texto Completo: | https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/55197 |
Resumo: | Introdução: A tuberculose (TB) é uma doença infecto-contagiosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis, também chamado de bacilo de Koch. É uma enfermidade de cunho social. Em 2015, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou 10,4 milhões de novos casos de TB, 1,4 milhão de mortes e taxa de cura de 83%. Essa patologia é transmitida através da fala, espirro ou tosse. Com o início do esquema terapêutico adequado, a transmissão tende a diminuir gradativamente e, em geral, após 15 dias de tratamento chega a níveis insignificantes. No que se refere às manifestações, a TB cursa com uma síndrome infecciosa crônica e a maioria dos pacientes apresenta febre, adinamia, anorexia, emagrecimento e sudorese noturna. Quando a tuberculose é extrapulmonar, os sinais e sintomas dependem dos órgãos ou sistemas acometidos. Para o diagnóstico dessa afecção são utilizados, principalmente, o exame microscópico direto (baciloscopia direta através do escarro), a cultura para micobactéria com identificação de espécie, o teste rápido para tuberculose (TR-TB), a prova tuberculínica e a radiografia de tórax. Seu tratamento dura pelo menos seis meses, é gratuito, está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) e deve ser preferencialmente feito em regime de Tratamento Diretamente Observado (TDO). O objetivo do tratamento é curar a doença e reduzir rapidamente a propagação da infecção. Embora a eficácia dos medicamentos anti-tuberculose seja de até 95%, no Brasil a taxa de cura é de aproximadamente 70%, que pode ocorrer por abandono do tratamento e uso incorreto dos fármacos. Assim, o presente artigo visa analisar o panorama sócio-epidemiológico da tuberculose no Brasil, a fim de promover maior visibilidade a essa patologia e de melhor compreender o progressivo aumento de casos da doença. Metodologia: revisão integrativa da literatura nas bases de dados PubMed, SCIELO e Lilacs, mediante a utilização dos descritores: “tuberculose x tratamento” e “tuberculosis treatment x untreated tuberculosis”. Foram selecionados 15 artigos, de 2009 a 2021. Artigos completos e com publicação inferior a 13 anos foram incluídos. Estudos publicados em periódicos de baixo fator de impacto foram excluídos. Discussão: Um grande desafio para o controle da tuberculose está relacionado à incidência desproporcional observada entre as populações de maior risco, dentre elas a carcerária. A maior preocupação com a sobrevivência ao invés da saúde, o medo de segregação e o baixo acesso à informação, influenciam na baixa participação dessa população nos tratamentos e na prevenção. Ademais as periferias brasileiras, caracterizadas por ambientes de aglomeração e de precariedade sanitária apresenta maior incidência de TB e impasse no controle dessa patologia. A pandemia de COVID-19 também corroborou para elevação do número de casos de TB não diagnosticados, com tratamento insatisfatório e reduziu a adesão à vacinação para esse fim. Por fim, sabe-se que o tratamento da tuberculose é demorado, sendo por isso comum o seu abandono. Conclusão: Apesar de apresentar tratamento bem estabelecido, a TB ainda possui altas incidências na população brasileira, isso devido aos óbices socioeconômicos. Portanto, faz-se importante realizar monitoramento intenso e atenção direcionada às classes menos favorecidas da população a fim de assegurar que os portadores dessa patologia sejam adequadamente diagnosticados e tratados. |
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