O papel do sistema imune na neurogênese da esquizofrenia com enfoque na neuroinflamação/ The role of the immune system in the neurogenesis of schizophrenia with a focus on neuroinflammation

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Souza, Renato Lion Machado de
Data de Publicação: 2020
Outros Autores: Raimundo, Thais da Silva, Juvelane, Michelangelo
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Brazilian Journal of Health Review
Texto Completo: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/21438
Resumo: A esquizofrenia é uma psicose crônica idiopática de origem multifatorial onde os fatores genéticos e ambientais parecem estar associados a um aumento no risco de desenvolver a doença. A base dessa enfermidade é explicada pelo envolvimento de uma série de fatores como o de citocinas, infecções precoces e/ou prematuras, estresse oxidativo, alteração de vias metabólicas e desregulação de neurotransmissores. Uma característica marcante na esquizofrenia é a hiperfunção dopaminérgica no Sistema Límbico, decorrente de hipofunção glutamatérgica, que é o foco de ação dos antipsicóticos, principais medicamentos para tratar a doença, porém os mesmos não apresentam eficácia garantida. Por conta disso, inúmeros estudos relacionando a intervenção do Sistema Imune na base dessa enfermidade surgiram na tentativa de explaná-la e, consequentemente, desenvolver novos tratamentos mais eficazes. Detectou-se a presença de um estado pró-inflamatório central e periférico nos doentes com esquizofrenia, mesmo com predominância de resposta de perfil Th2 na maioria do curso da doença. Essas citocinas geradas estimulam o metabolismo triptofano/quinurenina a produzir ácido quinurênico nos astrócitos. Essa substância é antagonista dos receptores glutamatérgicos NMDA e o seu excesso parece estar associado aos sintomas positivos e negativos, além de resultar na disfunção dopaminérgica no Sistema Límbico. A presença desse estado pró-inflamatório ocorre principalmente pela vulnerabilidade genética e por infecções no período pré-natal, que deixa a micróglia – conjunto de células essenciais na modulação da neuroinflamação - em um estado ativo crônico e mais facilmente estimulável futuramente. Os fármacos antipsicóticos têm demonstrado um efeito imunomodelador por reduzir os níveis de mediadores pró-inflamatórios e do ácido quinurênico após a sua utilização. Além disso, em conjunto com o uso de anti-inflamatórios não esteroidais, verificou-se uma melhora significativa nos sintomas, denotando a importância do papel do Sistema Imune na origem da esquizofrenia.
id BJRH-0_d269cde38c872db67786a48eef35e708
oai_identifier_str oai:ojs2.ojs.brazilianjournals.com.br:article/21438
network_acronym_str BJRH-0
network_name_str Brazilian Journal of Health Review
repository_id_str
spelling O papel do sistema imune na neurogênese da esquizofrenia com enfoque na neuroinflamação/ The role of the immune system in the neurogenesis of schizophrenia with a focus on neuroinflammation1. Esquizofrenia 2. Sistema imunológico 3. Neurogênese 4. Antipsicóticos 5. Anti-inflamatórios.A esquizofrenia é uma psicose crônica idiopática de origem multifatorial onde os fatores genéticos e ambientais parecem estar associados a um aumento no risco de desenvolver a doença. A base dessa enfermidade é explicada pelo envolvimento de uma série de fatores como o de citocinas, infecções precoces e/ou prematuras, estresse oxidativo, alteração de vias metabólicas e desregulação de neurotransmissores. Uma característica marcante na esquizofrenia é a hiperfunção dopaminérgica no Sistema Límbico, decorrente de hipofunção glutamatérgica, que é o foco de ação dos antipsicóticos, principais medicamentos para tratar a doença, porém os mesmos não apresentam eficácia garantida. Por conta disso, inúmeros estudos relacionando a intervenção do Sistema Imune na base dessa enfermidade surgiram na tentativa de explaná-la e, consequentemente, desenvolver novos tratamentos mais eficazes. Detectou-se a presença de um estado pró-inflamatório central e periférico nos doentes com esquizofrenia, mesmo com predominância de resposta de perfil Th2 na maioria do curso da doença. Essas citocinas geradas estimulam o metabolismo triptofano/quinurenina a produzir ácido quinurênico nos astrócitos. Essa substância é antagonista dos receptores glutamatérgicos NMDA e o seu excesso parece estar associado aos sintomas positivos e negativos, além de resultar na disfunção dopaminérgica no Sistema Límbico. A presença desse estado pró-inflamatório ocorre principalmente pela vulnerabilidade genética e por infecções no período pré-natal, que deixa a micróglia – conjunto de células essenciais na modulação da neuroinflamação - em um estado ativo crônico e mais facilmente estimulável futuramente. Os fármacos antipsicóticos têm demonstrado um efeito imunomodelador por reduzir os níveis de mediadores pró-inflamatórios e do ácido quinurênico após a sua utilização. Além disso, em conjunto com o uso de anti-inflamatórios não esteroidais, verificou-se uma melhora significativa nos sintomas, denotando a importância do papel do Sistema Imune na origem da esquizofrenia.Brazilian Journals Publicações de Periódicos e Editora Ltda.2020-12-12info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/2143810.34119/bjhrv3n6-235Brazilian Journal of Health Review; Vol. 3 No. 6 (2020); 18387-18423Brazilian Journal of Health Review; v. 3 n. 6 (2020); 18387-184232595-6825reponame:Brazilian Journal of Health Reviewinstname:Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP)instacron:BJRHporhttps://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/21438/17107Copyright (c) 2020 Brazilian Journal of Health Reviewinfo:eu-repo/semantics/openAccessSouza, Renato Lion Machado deRaimundo, Thais da SilvaJuvelane, Michelangelo2021-01-08T20:13:00Zoai:ojs2.ojs.brazilianjournals.com.br:article/21438Revistahttp://www.brazilianjournals.com/index.php/BJHR/indexPRIhttps://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/oai|| brazilianjhr@gmail.com2595-68252595-6825opendoar:2021-01-08T20:13Brazilian Journal of Health Review - Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP)false
dc.title.none.fl_str_mv O papel do sistema imune na neurogênese da esquizofrenia com enfoque na neuroinflamação/ The role of the immune system in the neurogenesis of schizophrenia with a focus on neuroinflammation
title O papel do sistema imune na neurogênese da esquizofrenia com enfoque na neuroinflamação/ The role of the immune system in the neurogenesis of schizophrenia with a focus on neuroinflammation
spellingShingle O papel do sistema imune na neurogênese da esquizofrenia com enfoque na neuroinflamação/ The role of the immune system in the neurogenesis of schizophrenia with a focus on neuroinflammation
Souza, Renato Lion Machado de
1. Esquizofrenia 2. Sistema imunológico 3. Neurogênese 4. Antipsicóticos 5. Anti-inflamatórios.
title_short O papel do sistema imune na neurogênese da esquizofrenia com enfoque na neuroinflamação/ The role of the immune system in the neurogenesis of schizophrenia with a focus on neuroinflammation
title_full O papel do sistema imune na neurogênese da esquizofrenia com enfoque na neuroinflamação/ The role of the immune system in the neurogenesis of schizophrenia with a focus on neuroinflammation
title_fullStr O papel do sistema imune na neurogênese da esquizofrenia com enfoque na neuroinflamação/ The role of the immune system in the neurogenesis of schizophrenia with a focus on neuroinflammation
title_full_unstemmed O papel do sistema imune na neurogênese da esquizofrenia com enfoque na neuroinflamação/ The role of the immune system in the neurogenesis of schizophrenia with a focus on neuroinflammation
title_sort O papel do sistema imune na neurogênese da esquizofrenia com enfoque na neuroinflamação/ The role of the immune system in the neurogenesis of schizophrenia with a focus on neuroinflammation
author Souza, Renato Lion Machado de
author_facet Souza, Renato Lion Machado de
Raimundo, Thais da Silva
Juvelane, Michelangelo
author_role author
author2 Raimundo, Thais da Silva
Juvelane, Michelangelo
author2_role author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Souza, Renato Lion Machado de
Raimundo, Thais da Silva
Juvelane, Michelangelo
dc.subject.por.fl_str_mv 1. Esquizofrenia 2. Sistema imunológico 3. Neurogênese 4. Antipsicóticos 5. Anti-inflamatórios.
topic 1. Esquizofrenia 2. Sistema imunológico 3. Neurogênese 4. Antipsicóticos 5. Anti-inflamatórios.
description A esquizofrenia é uma psicose crônica idiopática de origem multifatorial onde os fatores genéticos e ambientais parecem estar associados a um aumento no risco de desenvolver a doença. A base dessa enfermidade é explicada pelo envolvimento de uma série de fatores como o de citocinas, infecções precoces e/ou prematuras, estresse oxidativo, alteração de vias metabólicas e desregulação de neurotransmissores. Uma característica marcante na esquizofrenia é a hiperfunção dopaminérgica no Sistema Límbico, decorrente de hipofunção glutamatérgica, que é o foco de ação dos antipsicóticos, principais medicamentos para tratar a doença, porém os mesmos não apresentam eficácia garantida. Por conta disso, inúmeros estudos relacionando a intervenção do Sistema Imune na base dessa enfermidade surgiram na tentativa de explaná-la e, consequentemente, desenvolver novos tratamentos mais eficazes. Detectou-se a presença de um estado pró-inflamatório central e periférico nos doentes com esquizofrenia, mesmo com predominância de resposta de perfil Th2 na maioria do curso da doença. Essas citocinas geradas estimulam o metabolismo triptofano/quinurenina a produzir ácido quinurênico nos astrócitos. Essa substância é antagonista dos receptores glutamatérgicos NMDA e o seu excesso parece estar associado aos sintomas positivos e negativos, além de resultar na disfunção dopaminérgica no Sistema Límbico. A presença desse estado pró-inflamatório ocorre principalmente pela vulnerabilidade genética e por infecções no período pré-natal, que deixa a micróglia – conjunto de células essenciais na modulação da neuroinflamação - em um estado ativo crônico e mais facilmente estimulável futuramente. Os fármacos antipsicóticos têm demonstrado um efeito imunomodelador por reduzir os níveis de mediadores pró-inflamatórios e do ácido quinurênico após a sua utilização. Além disso, em conjunto com o uso de anti-inflamatórios não esteroidais, verificou-se uma melhora significativa nos sintomas, denotando a importância do papel do Sistema Imune na origem da esquizofrenia.
publishDate 2020
dc.date.none.fl_str_mv 2020-12-12
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/21438
10.34119/bjhrv3n6-235
url https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/21438
identifier_str_mv 10.34119/bjhrv3n6-235
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/21438/17107
dc.rights.driver.fl_str_mv Copyright (c) 2020 Brazilian Journal of Health Review
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Copyright (c) 2020 Brazilian Journal of Health Review
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Brazilian Journals Publicações de Periódicos e Editora Ltda.
publisher.none.fl_str_mv Brazilian Journals Publicações de Periódicos e Editora Ltda.
dc.source.none.fl_str_mv Brazilian Journal of Health Review; Vol. 3 No. 6 (2020); 18387-18423
Brazilian Journal of Health Review; v. 3 n. 6 (2020); 18387-18423
2595-6825
reponame:Brazilian Journal of Health Review
instname:Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP)
instacron:BJRH
instname_str Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP)
instacron_str BJRH
institution BJRH
reponame_str Brazilian Journal of Health Review
collection Brazilian Journal of Health Review
repository.name.fl_str_mv Brazilian Journal of Health Review - Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP)
repository.mail.fl_str_mv || brazilianjhr@gmail.com
_version_ 1797240057546932224