Presença de Urbanorum spp. Entre moradores da comunidade do Morro do Preventório, no município de Niterói, Rio de Janeiro: Presence of Urbanorum spp. Among residents of the community of Morro do Preventório, in the municipality of Niterói, Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Saboia, Débora Pacheco
Data de Publicação: 2022
Outros Autores: Reis, Susy Cardoso de Cerqueira, da Silva, Valdo Antonio Oliveira, Adami, Yara Leite
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Brazilian Journal of Health Review
Texto Completo: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/55161
Resumo: Introdução: A classificação taxonômica de Urbanorum spp. ainda é objeto de controvérsia e vem sendo debatida na literatura. Alguns autores acreditam que seja um protozoário e o incluíram no Filo Sarcomastigophora, enquanto outros o incluíram na Família Cycloposthidae, do Filo Ciliophora. Há ainda, uma outra vertente que afirma que Urbanorum spp. são células adiposas. Seu tamanho varia de 80 a 100 µ de diâmetro apresentando um exoesqueleto formado por uma dupla camada de membrana contendo poros de onde podem partir estruturas hialinas semelhantes à pseudópodes, que aparentemente auxiliam na locomoção. Até o momento, a fisiopatologia e o seu ciclo de vida permanecem desconhecidos, e supõe-se que a sua reprodução ocorra por divisão binária. A infecção causada por esse protozoário provoca sintomas como fezes diarreicas, apresentando pH ácido, ausência de sangue, muco ou leucócitos. Além disso, os pacientes queixam-se de cólicas abdominais localizadas no quadrante superior direito, com irradiação para a região inferior do abdômen. Somando esses relatos com a ausência de febre e de alterações gastrointestinais, essas informações indicam que o parasito atinge o cólon. Semelhante aos demais protozoários, Urbanorum spp. parece ser transmitido através da ingestão de água ou alimentos contaminados com fezes contendo cistos, mas esse dado ainda não foi comprovado. AS medidas de prevenção recomendadas incluem a higienização das mãos e alimentos, ampliação do saneamento básico e tratamento correto da água. Até o momento, não há relatos ou trabalhos descrevendo a presença do parasito no estado do Rio de Janeiro (RJ). Objetivos: Verificar a presença de Urbanorum spp. em amostras fecais de moradores da Comunidade do Morro do Preventório, Charitas, Niterói, RJ, registrar imagens de espécimes do parasito e correlacionar possíveis alterações clínicas com a sua infecção. Metodologia: As amostras fecais foram coletadas na Comunidade do Preventório e em seguida concentradas através das técnicas de Hoffman, Pons & Janer (1934) e Ritchie (1948). Os participantes foram divididos em: Grupo 1: Pré-escolares (2-6 anos); Grupo 2: Escolares (7-17 anos); Adultos: participantes com idade ≥ 18 anos. A análise estatística dos dados foi realizada empregando o teste exato de Fisher e o teste χ 2 através do Software GraphPad Prism v.9. Resultados: Ao todo, 56 amostras fecais foram analisadas. Empregando a técnica de Hoffman, Pons & Janer, 43 (76,8%) estavam positivas para algum parasito, enquanto pela técnica de Ritchie, 32 (57,1%) amostras estavam positivas. Na primeira técnica, Urbanorum spp. foi detectado em 10 amostras (23,2%), enquanto na segunda técnica, o parasito foi detectado em quatro amostras (12,5%). O grupo de adultos foi o mais afetado (25%). Entre os infectados por Urbanorum spp foram relatados sintomas como constipação, prurido anal e dores abdominais. Não foi possível verificar associações significativas entre as variáveis epidemiológicas e a infecção. Conclusões: Foi verificada pela primeira vez a presença de Urbanorum spp. em amostras fecais de indivíduos residentes no Morro do Preventório, entretanto, não foi possível obter uma correlação com sintomatologia.
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