Manejo intervencionista da comunicação interatrial: uma revisão de literatura

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pereira, Marina Andrade Moraes
Data de Publicação: 2023
Outros Autores: Lins, Fernanda Sampaio de Vasconcelos, Pereira, Melina Izidoro, Duarte, Lara Maia, Pena, Luiza Myrrha Guimarães
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Brazilian Journal of Health Review
Texto Completo: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/65123
Resumo: Introdução: A comunicação interatrial (CIA) abrange alterações morfológicas que cursam com comunicação entre os átrios direito e esquerdo. Representa cerca de 25 a 30% das cardiopatias congênitas diagnosticadas em adultos, sendo o defeito do tipo ostium secundum (OS) responsável por até 75% de todas as CIAs. Sua patogênese envolve fatores genéticos e hereditários, além da exposição a substâncias tóxicas na vida intrauterina, como tabaco e álcool. O defeito no septo interatrial acarreta shunt esquerdo-direito, o que pode evoluir para sobrecarga de volume ou pressão nas câmaras direitas. Apesar de ser geralmente assintomática, manifestações como sopro sistólico, dispneia aos esforços e dessaturação são comuns ao longo da vida, com o diagnóstico confirmado através de um ecocardiograma transtorácico. Assim, pode ser necessário o fechamento do defeito, seja por meio cirúrgico ou transcateter. Objetivos: Analisar evidências acerca dos desfechos do manejo intervencionista da CIA, com foco na avaliação de eficácia e segurança do fechamento percutâneo de defeitos tipo OS. Métodos: Revisão de 18 artigos encontrados nas bases de dados PubMed e Google Scholar, a partir dos descritores "Septal atrial defects”, “Surgical closure”, “Percutaneous closure” e “Ostium secundum defect” e utilizando os filtros idioma inglês ou português, publicação a partir do ano 2000 e estudos dos tipos ensaio clínico, meta-análise, revisão e revisão sistemática. Resultados e discussão: Os estudos mostraram que, em até 5 anos de seguimento, a intervenção transcateter apresenta menor incidência de eventos adversos gerais e resultados funcionais e taxa de mortalidade não inferiores à cirurgia. Contudo, o procedimento minimamente invasivo está mais associado com shunt residual e com a necessidade de reintervenção. Ressalta-se que os benefícios sobre a morbimortalidade mediante ambas as técnicas foram observados principalmente quando realizados em pacientes jovens com defeitos do tipo OS. Conclusão: Foi possível compreender que a abordagem percutânea tem sido preferida atualmente, já que apresenta eficácia e segurança comparáveis à cirurgia, sobretudo para defeitos OS, porém com a peculiaridade de menor invasividade. Entretanto, salienta-se a necessidade de novos estudos clínicos randomizados a fim de determinar com maior precisão os desfechos a longo prazo.
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