Abordagem minimamente invasiva em trauma torácico penetrante: uma revisão da literatura

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Franco, Tainah Mota
Data de Publicação: 2023
Outros Autores: Martin, Antônio Henrique da Gama, Correa, Bernardo Gontijo, Siuves, Matheus Caldeira, Soares, Athos Guimarães
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Brazilian Journal of Health Review
Texto Completo: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/63619
Resumo: O trauma torácico está presente em aproximadamente 30% dos pacientes politraumatizados. Na maior parte dos casos, as lesões são tratadas conservadoramente ou com procedimentos simples, como a drenagem torácica. A maneira como as lesões torácicas traumáticas são abordadas definem o prognóstico do paciente e suas possíveis complicações, que geralmente estão associadas a intervenções inadequadas e tardias na emergência. A experiência mostra que apenas 10% a 15% dos traumatizados do tórax necessitam toracotomia, e os demais 85% têm resolução com procedimentos menos invasivos, na maioria das vezes com a drenagem fechada do tórax. No entanto, com estes procedimentos simples não é possível visualizar o diafragma e outras estruturas intrapleurais podendo algumas lesões ficar sem diagnóstico. A intervenção tardia nestas situações, quando as manifestações clínicas ou exames complementares a indicam, tem habitualmente como consequência a realização de operações de grande porte, com maior trauma cirúrgico, maior possibilidade de infecções e frequentemente morbidade mais elevada. A videotoracoscopia é um potencial recurso para diversas situações em pacientes com trauma e tem sido utilizada tanto na fase aguda quanto nas complicações, seja para diagnóstico e tratamento de coleções pleurais pós-traumáticas, como empiemas e hemotórax retido, para o controle de sangramentos, principalmente quando relacionados aos de origem na parede torácica, para avaliação de corpo estranho intratorácico, de lesões do diafragma, principalmente nos traumas penetrantes nas regiões de transição toracoabdominal, de lesões pulmonares, do pericárdio e no tratamento de fístulas broncopleurais. A utilização da toracoscopia na fase aguda do trauma é defendida com base na possibilidade de realizar diagnóstico de hemorragias, lesões pericárdicas e diafragmáticas que não seriam detectadas pela drenagem simples e pelo completo esvaziamento da cavidade torácica, mesmo na ausência de coágulos, evitando, assim, as complicações mais comuns. Sua utilização precoce pode ainda reduzir custos e exposição à radiação, por exigir menor tempo de observação. Pode ser utilizada com segurança para a remoção de diferentes tipos de corpos estranhos, tais como cateteres, arames, agulhas, pregos, vidros, projéteis e outros. A intervenção precoce com videotoracoscopia é superior ao dreno isolado no diagnóstico, tratamento e resolutividade do hemotórax traumático. Diante disso, a videotoracoscopia é uma abordagem viável e indicativa prognóstica na avaliação de pacientes estáveis hemodinamicamente, que pode ser aplicada com sucesso no cenário do trauma torácico. Para tanto, o encorajamento por parte do corpo cirúrgico indispensável para consolidação desta técnica como ferramenta aliada do cirurgião do trauma.
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