Abordagem da segurança do paciente idoso hospitalizado no cenário nacional: uma revisão integrativa / Approach to safety of the elderly patient hospitalized in the national scenery: an integrative review
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Brazilian Journal of Health Review |
Texto Completo: | https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/27132 |
Resumo: | 1 INTRODUÇÃOEm meados da década de 70 o Brasil apresentou uma transformação populacional, relacionada ao seu perfil demográfico. Essa transição demográfica é caracterizada pela queda da taxa de natalidade, redução da taxa de mortalidade e aumento no contingente de pessoas idosas (MIRANDA; MENDES; SILVA, 2016). O envelhecimento é um fenômeno fisiológico contínuo e gradativo, marcado por mudanças psicológicas, sociais, genéticas e biológicas (BUSHATSKY et al., 2019). Dentre as alterações mais perceptíveis temos a diminuição do tônus muscular, as perdas ósseas, além das alterações no sistema nervoso, os quais geram impacto significante no estilo de vida do indivíduo (KRAVCHYCHYN; CAMACHO; BORGES, 2012).A hospitalização é um processo que ocorre com grande frequência no grupo de idosos e o tempo de internação tem a tendência de ser prolongada, gerando maiores custos para saúde e tornando essa população mais susceptível a eventos adversos durante esse processo (SANTOS et al., 2016).Em âmbito mundial são crescentes as práticas direcionadas ao aspecto da segurança do paciente, sendo considerada como meta para otimização da qualidade nas instituições de saúde (OLIVEIRA et al., 2014). Considerando a importância conferida à segurança do paciente em serviços de saúde pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2004, surge o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), com o objetivo de melhorar a qualidade do cuidado nos estabelecimentos de saúde no ano de 2013 (BRASIL, 2013). Neste contexto, o objetivo deste estudo foi analisar a produção científica nacional, buscando a abordagem sobre a segurança do paciente idoso hospitalizado. 2 METODOLOGIA Este estudo caracteriza-se como uma revisão integrativa, que teve como propósito investigar o acervo científico nacional sobre o tema “Segurança do Paciente Idoso Hospitalizado”. A revisão integrativa consiste em uma metodologia de compilação de informações em meios eletrônicos, promovendo a síntese do conhecimento e a inserção da aplicabilidade dos resultados, obtidos em estudos significativos na prática (SOUZA; SILVA; CARVALHO, 2010). Para o desenvolvimento da pesquisa foram executadas as seguintes etapas: seleção do tema e da questão de pesquisa; estabelecimento dos critérios de inclusão e exclusão de estudos; categorização; avaliação dos estudos incluídos na revisão integrativa; interpretação dos resultados; e apresentação da síntese do conhecimento. Como base para pesquisa foi elaborada a seguinte pergunta norteadora: “Como a segurança do paciente idoso hospitalizado está sendo contemplada no acervo científico nacional”? As fontes de informação selecionadas para a pesquisa foram: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE) e Base de Dados de Enfermagem (BDENF). O recorte temporal adotado foi de dez anos (2010 a 2020) e as buscas foram realizadas em setembro de 2020, através da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), a partir dos termos em português “segurança do paciente idoso” e “segurança do paciente idoso hospitalizado”. Na seleção dos artigos foram utilizados como critérios de inclusão: artigos em português que abordassem na íntegra a segurança do paciente idoso hospitalizado. Como critério de exclusão foi utilizado: artigos repetidos na base de dados e que não abordassem o tema definido. Através dos termos da pesquisa foram obtidos 251 artigos e após a utilização dos critérios, 31 artigos foram selecionados como amostra final.Após análise dos artigos foi realizada a categorização de acordo com a abordagem temática. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃODe acordo com a categorização temática os artigos foram elencados em três grupos: (1) Segurança do Paciente Idoso e Eventos Adversos, (2) Risco de Quedas em Idosos e (3) Cuidados com a Terapia Medicamentosa em Idosos. Segurança do Paciente Idoso e Eventos AdversosO Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP) surge como elemento importante na criação e implementação de iniciativas voltadas para a segurança do idoso do sistema de saúde, transformando também os familiares em atores neste cenário e ampliando o acesso da sociedade às informações sobre essa temática (SANTANA et al., 2019). O termo Eventos Adversos (EA) foi definido pela OMS como um incidente que provoca dano ou morte a um indivíduo e é classificado em diferentes categorias: administração clínica; processo clínico/procedimento; documentação; infecção associada a atenção de saúde; medicação/fluidos para administração endovenosa; sangue/hemoderivados; nutrição; oxigênio/gases/vapores; dispositivos/equipamentos médicos; comportamento; acidentes com o paciente; infraestrutura/local/instalações e recursos/ gestão da organização (TOFOLLETO et al., 2016).A população idosa é considerada como grupo mais vulnerável a EA evitáveis e a danos ocasionados pelo processo da hospitalização (LOCKS et al., 2016). De um modo geral, os incidentes relacionados ao uso de medicamentos; quedas; retiradas não programadas de dispositivos terapêuticos, lesões por pressão; e infecção relacionada à assistência em saúde são os tipos de eventos mais comuns nos idosos (ARAÚJO et al., 2020).Diante do contexto da segurança, os serviços de saúde devem criar espaços e protocolos que garantam a participação do idoso, com suas necessidades peculiares, na construção de ferramentas que evitem ou minimizem os danos à saúde destes indivíduos. Nesta perspectiva, a educação permanente dos profissionais de saúde e a vigilância dos EA ganham destaque para a melhoria da qualidade da assistência dos idosos no ambiente hospitalar.Identifica-se a necessidade de desenvolvimento de protocolos clínicos na instituição para padronização do tratamento e estímulo ao uso racional de antimicrobianos com o objetivo de garantir a segurança do paciente. Risco de Quedas em IdososA queda é conceituada como a projeção não intencional do corpo para um nível inferior à posição inicial, podendo resultar em um possível dano e constitui a terceira maior causa de morte em pessoas com 60 anos e mais (FALCÃO et al., 2019).As quedas e suas consequências ganharam a magnitude de um problema de saúde pública, que gera impacto socioeconômico em países com transição demográfica e envelhecimento populacional, como o Brasil (LIMA, 2016).O evento da queda pode estar ligado a fatores relacionados ao indivíduo (fatores intrínsecos), como idade, sexo, terapia medicamentosa, o medo de cair, déficit cognitivo, alterações da marcha, redução das atividades da vida diária, ou a fatores relacionados ao ambiente (fatores extrínsecos), como tapetes soltos, diferenças de nível e pisos com pouca aderência, excesso de móveis e iluminação inadequada (OLIVEIRA et al., 2018).Dentro do cenário da hospitalização, o idoso aumenta a probabilidade de perder a referência do ambiente seguro para si, em decorrência da carga emocional, da preocupação com a doença e a exposição as fragilidades próprias pela sua condição, bem como as necessiades de adaptação as novas rotinas. A segurança física está relacionada a adaptações ambientais e administrativas, que inclui o uso de grades nas camas, piso antiderrapante, barras e sistema de abertura das portas nos banheiros e permanência de acompanhante durante a internação. Portanto, o estabelecimento de diagnóstico de riscos e prescrição de cuidados específicos a estes usuários precisam considerar as particularidades da população idosa (SILVA et al., 2020 ).De acordo com Oliveira (2017) em um estudo realizado em um Hospital de Minas Gerais, o uso de órteses e o déficit cognitivo foram considerados como os principais fatores de risco para queda em idosos hospitalizados.A fim de minimizar o risco de quedas é necessária a adoção de várias práticas, como: avaliação do paciente, identificação do risco, implementação de intervenções e de medidas educativas (ANDRADE et al., 2019).O uso de protocolos clínicos e de escalas de avaliação de riscos são essenciais no cuidado e na prevenção do evento de quedas em idosos. A cultura de segurança do paciente e os esforços para a assistência livre de danos, deve ser considerado elemento prioritário no cotidiano dos profissionais nos serviços de saúde, principalmente na instituição hospitalar. 4 CUIDADOS COM A TERAPIA MEDICAMENTOSA NO IDOSOA fragilidade e as variadas patologias crônicas encontradas na população idosa, acarretam o uso concomitante de múltiplos fármacos, condição essa denominada polifarmácia (PINTO; CASTRO; REIS, 2013). A polifarmácia associada as alterações farmacocinéticas e farmacodinâmicas, transformam o idoso no indivíduo mais susceptível a desenvolver eventos adversos a medicamentos, como interações medicamentosas, erros de medicação, risco de quedas, aumento da taxa de hospitalização, dentre outros aspectos terapêuticos negativos (PARREIRA, 2016).Diante desse contexto torna-se de grande relevância a revisão e avalição da utilização dos medicamentos pelo idoso, levando em consideração o uso racional de medicamentos, o que pode reduzir o tempo de permanência hospitalar e seus riscos a EA (SILVA; AGUIAR, 2020).A complexidade do tratamento do idoso exige uma assistência focada na cooperação multiprofissional, onde o farmacêutico vem ganhando espaço devido ao seu maior entendimento sobre as propriedades dos diferentes fármacos, melhorando a qualidade do uso de medicamentos e a eficácia terapêutica (PINTO; CASTRO; REIS, 2013). 5 CONSIDERAÇÕES FINAISComo foi destacado, a segurança do paciente idoso e eventos adversos, risco de quedas em idosos, cuidados com a terapia medicamentosa no idoso, constituem um quadro de agravos crescente dentro do contexto da saúde pública nacional.Cabe ressaltar que a segurança do paciente idoso, envolve toda a equipe multiprofissional, os familiares e o próprio idoso, dependendo de suas condições.Em virtude dessa magnitude e da relevância desta temática, faz-se necessário investir em educação permanente para a equipe multiprofissional e promover ações voltadas a cuidados mais seguros e de qualidade ao idoso hospitalizado, mediante uma prática sistematizada baseada em princípios direcionados a saúde do idoso, bem como implementar programas e protocolos que visem minimizar danos e melhoria na qualidade do cuidado ao idoso. |
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Dentre as alterações mais perceptíveis temos a diminuição do tônus muscular, as perdas ósseas, além das alterações no sistema nervoso, os quais geram impacto significante no estilo de vida do indivíduo (KRAVCHYCHYN; CAMACHO; BORGES, 2012).A hospitalização é um processo que ocorre com grande frequência no grupo de idosos e o tempo de internação tem a tendência de ser prolongada, gerando maiores custos para saúde e tornando essa população mais susceptível a eventos adversos durante esse processo (SANTOS et al., 2016).Em âmbito mundial são crescentes as práticas direcionadas ao aspecto da segurança do paciente, sendo considerada como meta para otimização da qualidade nas instituições de saúde (OLIVEIRA et al., 2014). Considerando a importância conferida à segurança do paciente em serviços de saúde pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2004, surge o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), com o objetivo de melhorar a qualidade do cuidado nos estabelecimentos de saúde no ano de 2013 (BRASIL, 2013). Neste contexto, o objetivo deste estudo foi analisar a produção científica nacional, buscando a abordagem sobre a segurança do paciente idoso hospitalizado. 2 METODOLOGIA Este estudo caracteriza-se como uma revisão integrativa, que teve como propósito investigar o acervo científico nacional sobre o tema “Segurança do Paciente Idoso Hospitalizado”. A revisão integrativa consiste em uma metodologia de compilação de informações em meios eletrônicos, promovendo a síntese do conhecimento e a inserção da aplicabilidade dos resultados, obtidos em estudos significativos na prática (SOUZA; SILVA; CARVALHO, 2010). Para o desenvolvimento da pesquisa foram executadas as seguintes etapas: seleção do tema e da questão de pesquisa; estabelecimento dos critérios de inclusão e exclusão de estudos; categorização; avaliação dos estudos incluídos na revisão integrativa; interpretação dos resultados; e apresentação da síntese do conhecimento. Como base para pesquisa foi elaborada a seguinte pergunta norteadora: “Como a segurança do paciente idoso hospitalizado está sendo contemplada no acervo científico nacional”? As fontes de informação selecionadas para a pesquisa foram: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE) e Base de Dados de Enfermagem (BDENF). O recorte temporal adotado foi de dez anos (2010 a 2020) e as buscas foram realizadas em setembro de 2020, através da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), a partir dos termos em português “segurança do paciente idoso” e “segurança do paciente idoso hospitalizado”. Na seleção dos artigos foram utilizados como critérios de inclusão: artigos em português que abordassem na íntegra a segurança do paciente idoso hospitalizado. Como critério de exclusão foi utilizado: artigos repetidos na base de dados e que não abordassem o tema definido. Através dos termos da pesquisa foram obtidos 251 artigos e após a utilização dos critérios, 31 artigos foram selecionados como amostra final.Após análise dos artigos foi realizada a categorização de acordo com a abordagem temática. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃODe acordo com a categorização temática os artigos foram elencados em três grupos: (1) Segurança do Paciente Idoso e Eventos Adversos, (2) Risco de Quedas em Idosos e (3) Cuidados com a Terapia Medicamentosa em Idosos. Segurança do Paciente Idoso e Eventos AdversosO Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP) surge como elemento importante na criação e implementação de iniciativas voltadas para a segurança do idoso do sistema de saúde, transformando também os familiares em atores neste cenário e ampliando o acesso da sociedade às informações sobre essa temática (SANTANA et al., 2019). O termo Eventos Adversos (EA) foi definido pela OMS como um incidente que provoca dano ou morte a um indivíduo e é classificado em diferentes categorias: administração clínica; processo clínico/procedimento; documentação; infecção associada a atenção de saúde; medicação/fluidos para administração endovenosa; sangue/hemoderivados; nutrição; oxigênio/gases/vapores; dispositivos/equipamentos médicos; comportamento; acidentes com o paciente; infraestrutura/local/instalações e recursos/ gestão da organização (TOFOLLETO et al., 2016).A população idosa é considerada como grupo mais vulnerável a EA evitáveis e a danos ocasionados pelo processo da hospitalização (LOCKS et al., 2016). De um modo geral, os incidentes relacionados ao uso de medicamentos; quedas; retiradas não programadas de dispositivos terapêuticos, lesões por pressão; e infecção relacionada à assistência em saúde são os tipos de eventos mais comuns nos idosos (ARAÚJO et al., 2020).Diante do contexto da segurança, os serviços de saúde devem criar espaços e protocolos que garantam a participação do idoso, com suas necessidades peculiares, na construção de ferramentas que evitem ou minimizem os danos à saúde destes indivíduos. Nesta perspectiva, a educação permanente dos profissionais de saúde e a vigilância dos EA ganham destaque para a melhoria da qualidade da assistência dos idosos no ambiente hospitalar.Identifica-se a necessidade de desenvolvimento de protocolos clínicos na instituição para padronização do tratamento e estímulo ao uso racional de antimicrobianos com o objetivo de garantir a segurança do paciente. Risco de Quedas em IdososA queda é conceituada como a projeção não intencional do corpo para um nível inferior à posição inicial, podendo resultar em um possível dano e constitui a terceira maior causa de morte em pessoas com 60 anos e mais (FALCÃO et al., 2019).As quedas e suas consequências ganharam a magnitude de um problema de saúde pública, que gera impacto socioeconômico em países com transição demográfica e envelhecimento populacional, como o Brasil (LIMA, 2016).O evento da queda pode estar ligado a fatores relacionados ao indivíduo (fatores intrínsecos), como idade, sexo, terapia medicamentosa, o medo de cair, déficit cognitivo, alterações da marcha, redução das atividades da vida diária, ou a fatores relacionados ao ambiente (fatores extrínsecos), como tapetes soltos, diferenças de nível e pisos com pouca aderência, excesso de móveis e iluminação inadequada (OLIVEIRA et al., 2018).Dentro do cenário da hospitalização, o idoso aumenta a probabilidade de perder a referência do ambiente seguro para si, em decorrência da carga emocional, da preocupação com a doença e a exposição as fragilidades próprias pela sua condição, bem como as necessiades de adaptação as novas rotinas. A segurança física está relacionada a adaptações ambientais e administrativas, que inclui o uso de grades nas camas, piso antiderrapante, barras e sistema de abertura das portas nos banheiros e permanência de acompanhante durante a internação. Portanto, o estabelecimento de diagnóstico de riscos e prescrição de cuidados específicos a estes usuários precisam considerar as particularidades da população idosa (SILVA et al., 2020 ).De acordo com Oliveira (2017) em um estudo realizado em um Hospital de Minas Gerais, o uso de órteses e o déficit cognitivo foram considerados como os principais fatores de risco para queda em idosos hospitalizados.A fim de minimizar o risco de quedas é necessária a adoção de várias práticas, como: avaliação do paciente, identificação do risco, implementação de intervenções e de medidas educativas (ANDRADE et al., 2019).O uso de protocolos clínicos e de escalas de avaliação de riscos são essenciais no cuidado e na prevenção do evento de quedas em idosos. A cultura de segurança do paciente e os esforços para a assistência livre de danos, deve ser considerado elemento prioritário no cotidiano dos profissionais nos serviços de saúde, principalmente na instituição hospitalar. 4 CUIDADOS COM A TERAPIA MEDICAMENTOSA NO IDOSOA fragilidade e as variadas patologias crônicas encontradas na população idosa, acarretam o uso concomitante de múltiplos fármacos, condição essa denominada polifarmácia (PINTO; CASTRO; REIS, 2013). A polifarmácia associada as alterações farmacocinéticas e farmacodinâmicas, transformam o idoso no indivíduo mais susceptível a desenvolver eventos adversos a medicamentos, como interações medicamentosas, erros de medicação, risco de quedas, aumento da taxa de hospitalização, dentre outros aspectos terapêuticos negativos (PARREIRA, 2016).Diante desse contexto torna-se de grande relevância a revisão e avalição da utilização dos medicamentos pelo idoso, levando em consideração o uso racional de medicamentos, o que pode reduzir o tempo de permanência hospitalar e seus riscos a EA (SILVA; AGUIAR, 2020).A complexidade do tratamento do idoso exige uma assistência focada na cooperação multiprofissional, onde o farmacêutico vem ganhando espaço devido ao seu maior entendimento sobre as propriedades dos diferentes fármacos, melhorando a qualidade do uso de medicamentos e a eficácia terapêutica (PINTO; CASTRO; REIS, 2013). 5 CONSIDERAÇÕES FINAISComo foi destacado, a segurança do paciente idoso e eventos adversos, risco de quedas em idosos, cuidados com a terapia medicamentosa no idoso, constituem um quadro de agravos crescente dentro do contexto da saúde pública nacional.Cabe ressaltar que a segurança do paciente idoso, envolve toda a equipe multiprofissional, os familiares e o próprio idoso, dependendo de suas condições.Em virtude dessa magnitude e da relevância desta temática, faz-se necessário investir em educação permanente para a equipe multiprofissional e promover ações voltadas a cuidados mais seguros e de qualidade ao idoso hospitalizado, mediante uma prática sistematizada baseada em princípios direcionados a saúde do idoso, bem como implementar programas e protocolos que visem minimizar danos e melhoria na qualidade do cuidado ao idoso.Brazilian Journals Publicações de Periódicos e Editora Ltda.2021-03-26info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/2713210.34119/bjhrv4n2-207Brazilian Journal of Health Review; Vol. 4 No. 2 (2021); 6572-6579Brazilian Journal of Health Review; v. 4 n. 2 (2021); 6572-65792595-6825reponame:Brazilian Journal of Health Reviewinstname:Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP)instacron:BJRHporhttps://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/27132/21451Copyright (c) 2021 Brazilian Journal of Health Reviewinfo:eu-repo/semantics/openAccessFerraz, Sabrina BarbosaBrito, Kyonayra Quezia DuarteMorais, Gleicyanne Ferreira da Cruz2021-05-31T22:30:41Zoai:ojs2.ojs.brazilianjournals.com.br:article/27132Revistahttp://www.brazilianjournals.com/index.php/BJHR/indexPRIhttps://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/oai|| brazilianjhr@gmail.com2595-68252595-6825opendoar:2021-05-31T22:30:41Brazilian Journal of Health Review - Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP)false |
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1 INTRODUÇÃOEm meados da década de 70 o Brasil apresentou uma transformação populacional, relacionada ao seu perfil demográfico. Essa transição demográfica é caracterizada pela queda da taxa de natalidade, redução da taxa de mortalidade e aumento no contingente de pessoas idosas (MIRANDA; MENDES; SILVA, 2016). O envelhecimento é um fenômeno fisiológico contínuo e gradativo, marcado por mudanças psicológicas, sociais, genéticas e biológicas (BUSHATSKY et al., 2019). Dentre as alterações mais perceptíveis temos a diminuição do tônus muscular, as perdas ósseas, além das alterações no sistema nervoso, os quais geram impacto significante no estilo de vida do indivíduo (KRAVCHYCHYN; CAMACHO; BORGES, 2012).A hospitalização é um processo que ocorre com grande frequência no grupo de idosos e o tempo de internação tem a tendência de ser prolongada, gerando maiores custos para saúde e tornando essa população mais susceptível a eventos adversos durante esse processo (SANTOS et al., 2016).Em âmbito mundial são crescentes as práticas direcionadas ao aspecto da segurança do paciente, sendo considerada como meta para otimização da qualidade nas instituições de saúde (OLIVEIRA et al., 2014). Considerando a importância conferida à segurança do paciente em serviços de saúde pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2004, surge o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), com o objetivo de melhorar a qualidade do cuidado nos estabelecimentos de saúde no ano de 2013 (BRASIL, 2013). Neste contexto, o objetivo deste estudo foi analisar a produção científica nacional, buscando a abordagem sobre a segurança do paciente idoso hospitalizado. 2 METODOLOGIA Este estudo caracteriza-se como uma revisão integrativa, que teve como propósito investigar o acervo científico nacional sobre o tema “Segurança do Paciente Idoso Hospitalizado”. A revisão integrativa consiste em uma metodologia de compilação de informações em meios eletrônicos, promovendo a síntese do conhecimento e a inserção da aplicabilidade dos resultados, obtidos em estudos significativos na prática (SOUZA; SILVA; CARVALHO, 2010). Para o desenvolvimento da pesquisa foram executadas as seguintes etapas: seleção do tema e da questão de pesquisa; estabelecimento dos critérios de inclusão e exclusão de estudos; categorização; avaliação dos estudos incluídos na revisão integrativa; interpretação dos resultados; e apresentação da síntese do conhecimento. Como base para pesquisa foi elaborada a seguinte pergunta norteadora: “Como a segurança do paciente idoso hospitalizado está sendo contemplada no acervo científico nacional”? As fontes de informação selecionadas para a pesquisa foram: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE) e Base de Dados de Enfermagem (BDENF). O recorte temporal adotado foi de dez anos (2010 a 2020) e as buscas foram realizadas em setembro de 2020, através da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), a partir dos termos em português “segurança do paciente idoso” e “segurança do paciente idoso hospitalizado”. Na seleção dos artigos foram utilizados como critérios de inclusão: artigos em português que abordassem na íntegra a segurança do paciente idoso hospitalizado. Como critério de exclusão foi utilizado: artigos repetidos na base de dados e que não abordassem o tema definido. Através dos termos da pesquisa foram obtidos 251 artigos e após a utilização dos critérios, 31 artigos foram selecionados como amostra final.Após análise dos artigos foi realizada a categorização de acordo com a abordagem temática. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃODe acordo com a categorização temática os artigos foram elencados em três grupos: (1) Segurança do Paciente Idoso e Eventos Adversos, (2) Risco de Quedas em Idosos e (3) Cuidados com a Terapia Medicamentosa em Idosos. Segurança do Paciente Idoso e Eventos AdversosO Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP) surge como elemento importante na criação e implementação de iniciativas voltadas para a segurança do idoso do sistema de saúde, transformando também os familiares em atores neste cenário e ampliando o acesso da sociedade às informações sobre essa temática (SANTANA et al., 2019). O termo Eventos Adversos (EA) foi definido pela OMS como um incidente que provoca dano ou morte a um indivíduo e é classificado em diferentes categorias: administração clínica; processo clínico/procedimento; documentação; infecção associada a atenção de saúde; medicação/fluidos para administração endovenosa; sangue/hemoderivados; nutrição; oxigênio/gases/vapores; dispositivos/equipamentos médicos; comportamento; acidentes com o paciente; infraestrutura/local/instalações e recursos/ gestão da organização (TOFOLLETO et al., 2016).A população idosa é considerada como grupo mais vulnerável a EA evitáveis e a danos ocasionados pelo processo da hospitalização (LOCKS et al., 2016). De um modo geral, os incidentes relacionados ao uso de medicamentos; quedas; retiradas não programadas de dispositivos terapêuticos, lesões por pressão; e infecção relacionada à assistência em saúde são os tipos de eventos mais comuns nos idosos (ARAÚJO et al., 2020).Diante do contexto da segurança, os serviços de saúde devem criar espaços e protocolos que garantam a participação do idoso, com suas necessidades peculiares, na construção de ferramentas que evitem ou minimizem os danos à saúde destes indivíduos. Nesta perspectiva, a educação permanente dos profissionais de saúde e a vigilância dos EA ganham destaque para a melhoria da qualidade da assistência dos idosos no ambiente hospitalar.Identifica-se a necessidade de desenvolvimento de protocolos clínicos na instituição para padronização do tratamento e estímulo ao uso racional de antimicrobianos com o objetivo de garantir a segurança do paciente. 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A segurança física está relacionada a adaptações ambientais e administrativas, que inclui o uso de grades nas camas, piso antiderrapante, barras e sistema de abertura das portas nos banheiros e permanência de acompanhante durante a internação. Portanto, o estabelecimento de diagnóstico de riscos e prescrição de cuidados específicos a estes usuários precisam considerar as particularidades da população idosa (SILVA et al., 2020 ).De acordo com Oliveira (2017) em um estudo realizado em um Hospital de Minas Gerais, o uso de órteses e o déficit cognitivo foram considerados como os principais fatores de risco para queda em idosos hospitalizados.A fim de minimizar o risco de quedas é necessária a adoção de várias práticas, como: avaliação do paciente, identificação do risco, implementação de intervenções e de medidas educativas (ANDRADE et al., 2019).O uso de protocolos clínicos e de escalas de avaliação de riscos são essenciais no cuidado e na prevenção do evento de quedas em idosos. A cultura de segurança do paciente e os esforços para a assistência livre de danos, deve ser considerado elemento prioritário no cotidiano dos profissionais nos serviços de saúde, principalmente na instituição hospitalar. 4 CUIDADOS COM A TERAPIA MEDICAMENTOSA NO IDOSOA fragilidade e as variadas patologias crônicas encontradas na população idosa, acarretam o uso concomitante de múltiplos fármacos, condição essa denominada polifarmácia (PINTO; CASTRO; REIS, 2013). A polifarmácia associada as alterações farmacocinéticas e farmacodinâmicas, transformam o idoso no indivíduo mais susceptível a desenvolver eventos adversos a medicamentos, como interações medicamentosas, erros de medicação, risco de quedas, aumento da taxa de hospitalização, dentre outros aspectos terapêuticos negativos (PARREIRA, 2016).Diante desse contexto torna-se de grande relevância a revisão e avalição da utilização dos medicamentos pelo idoso, levando em consideração o uso racional de medicamentos, o que pode reduzir o tempo de permanência hospitalar e seus riscos a EA (SILVA; AGUIAR, 2020).A complexidade do tratamento do idoso exige uma assistência focada na cooperação multiprofissional, onde o farmacêutico vem ganhando espaço devido ao seu maior entendimento sobre as propriedades dos diferentes fármacos, melhorando a qualidade do uso de medicamentos e a eficácia terapêutica (PINTO; CASTRO; REIS, 2013). 5 CONSIDERAÇÕES FINAISComo foi destacado, a segurança do paciente idoso e eventos adversos, risco de quedas em idosos, cuidados com a terapia medicamentosa no idoso, constituem um quadro de agravos crescente dentro do contexto da saúde pública nacional.Cabe ressaltar que a segurança do paciente idoso, envolve toda a equipe multiprofissional, os familiares e o próprio idoso, dependendo de suas condições.Em virtude dessa magnitude e da relevância desta temática, faz-se necessário investir em educação permanente para a equipe multiprofissional e promover ações voltadas a cuidados mais seguros e de qualidade ao idoso hospitalizado, mediante uma prática sistematizada baseada em princípios direcionados a saúde do idoso, bem como implementar programas e protocolos que visem minimizar danos e melhoria na qualidade do cuidado ao idoso. |
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